Sala de estar

Relembrando a primeira mensagem :

mdkfm

- Aah! Porque é que fazes isto?! Porque é que eu não consigo ficar chateada contigo por muito tempo?! - apanhei as suas bochechas e apertei-as com força. Era uma maneira de aliviar a minha frustração. - Não sei se é boa ideia sairmos daqui, mas vou pensar.

Um sorriso malandro apareceu no meu rosto assim que ela começou a ceder. Só desapareceu quando ela me agarrou nas bochechas, esse seu péssimo hábito. - Está brm....e eu deixo-te para que possas pensar bem - Roubei-lhe um beijo nesse momento. Depois voltei a sair.

Eu não estava muito convencida em sair dali para passar férias sabe-se lá aonde. Talvez as crianças estivessem mesmo a precisar de sair dali, mas ainda precisava de pensar.

*Cel off*
Michel não ia desistir assim tão facilmente. Não agora que sabia do segredo do italiano. Tinha descoberto aquilo por engano. Na tarde anterior quando fora à clínica. Precisava de tratar de negócios com Gustav, a mando de Celine, quando ouvira uma conversa no escritório particular do médico. Era a oportunidade perfeita para ter Enzo na sua mão.

Continuava à espera da resposta de Celine mas estata com fé de que ela fosse aceitar. Entretanto mantinha a minha rotina diária indo à clinica todas as manhãs antes de me cruzar com Cel. Já me habituara às dores de cabeça. Cheguei à mansão cedo, de modo a que não apanhasse ninguém acordado. Normalmente isso nao acontecia. Mas naquele dia alguém estava acordado e claramente à minha espera. Michel.

Michel estava sentado no sofá da sala, com um copo de whisky na mão. Ele não era muito fã daquela bebida, na verdade, cerveja era mais o seu tipo. Mas Celine não bebia nada mais além do que vinho e sempre tivera aquela obsessão de ter uma garrafa de whisky porque Enzo gostava. Mesmo que naquela altura ele estivesse supostamente morto.
Mostrou todos os seus dentes, ao reparar no italiano que havia chegado. - Como foi lá na clínica?! O Dr. Gustav é realmente um ótimo médico, quem diria.

Não podia dizer que ter de levar com Michel logo pela manhã fosse algo que eu suportasse. Ainda mais quando ele estava a beber o meu whisky. E ainda fazendo suposições como aquela? - Excelente, pelo que ouvi dizer - não ia abrir logo o jogo. Até que ponto sabia Michel?

Michel não ia andar com rodeios, preferia ser direto e jogar tudo o que tinha. - A Celine sabe que estás a um passo para a morte?! Bem, pelo que percebi, não. - levou a bebida à boca, antes de continuar. - Que interessante que foi, chegar à clínica e saber que Enzo Ricci está com um aneurisma. Mais interessante ainda é saber que ele esconde isso de todos. O que dirá Celine sobre isto?!

A minha expressão não mudou embora por dentro estivesse a ferver de raiva por ele ter metido o nariz onde não era chamado. - Não ouses ameaçar - me com isto. Tu nada dirás a Celine nem a ninguém.- Exigi num tom cerrado

- Nada direi?! - riu. Achava patético a maneira superiora com que o italiano se dirigia a si. Deixara de receber ordens suas quando se deu conta que podia ficar não só com o seu lugar no gangue como também no de pai de família e esposo. - Vou facilitar as coisas. Tu desaparecesse de vez e ninguém fica a saber do teu problema..

- Se fosse a ti não fazia isso. - sorriu, apesar de ter ficado ligeiramente nervoso com a rapidez de Enzo. - Se me acontecer algo, os teus filhos vão ficar não só órfãos de pai, como talvez até de mãe. Hum.. Quer dizer, pensando bem, Nicole nem os pope também. - afastou a mão de Enzo do pescoço e aproximou-se o bastante para lhe sussurrar ao ouvido. - Eles sabem Enzo. Eles sabem de tudo. Deste sítio, que estás vivo, tudo..

- Mantém-te tu fora do meu caminho. - sacudiu os ombros e saiu dali. Já dissera tudo o que tinha a dizer. Agora era esperar que Enzo fizesse aquilo que tanto queria e seguir com o seu plano. Michel tinha a certeza que o italiano não era estúpido o suficiente para arriscar a vida dos filhos.

Acordei de bom humor, que se desfez um pouco quando me vi sozinha na cama. Ultimamente era sempre assim. Tomei um banho rápido e vesti a primeira coisa que encontrei no armário. Quando desci as escadas e vi Enzo, fui até ele e abracei-o com força. Inspirei o seu perfume, senti todos os seus músculos e até aí já estava completamente deliciada, se não visse os cacos de copo no chão. - Enzo?! Está tudo bem?!

- Cuidado! - Disse quando ela se aproximou para que não pisasse os vidros mas já era tarde de mais. - Não se passa nada Cel. Não pisaste nenhum vidro, pois não?

Pousei os pés em cima dos seus sapatos, impedindo-me assim de pisar algum vidro e abracei-o com mais força. Deixei o meu queixo descansar no seu peito e encarei-o. - Não. - abanei a cabeça e fiz uma careta. - Olha a sujeira que fizeste! - ri-me.

Com ela perto de mim e a salva não pensei mais em Michel. Sorri para ela - Foi um acidente - Disse em minha defesa. Segurando nela, levei-nos para longe dos cacos. Caímos no sofá. Beijei-a.

Aproveitei o beijo para ficar por cima dele. Subi as mãos por dentro da sua camisola, arranhando levemente o seu peito e suguei o seu lábio inferior, acabando por o morder. - Pensei nas nossas férias e.. Hum.. Podíamos passar uns dias fora daqui.

Aquela intimidade com ela voltava a tornar o meu dia melhor - Ai sim? Eu sabia que ias mudar de ideias. - Voltei a beijá-la, desta vez sorrindo - E para onde queres ir? Já hoje. Podemos ter as malas feitas numa hora.

Uau, alguém estava com pressa. Sorri e despenteei-lhe os cabelos. - Calma criança! - afastei-me do seu corpo e sentei-me no sofá. - Ainda preciso de fechar um negócio é além do mais o Michel disse que precisava de falar comigo. Era urgente. Então acho que só à noite é que vou estar despachada ou talvez só amanhã.

- Estás com ciúmes é?! - olhei-o de forma provocadora e beijei a sua face. - Bem, como vai ser na hora de almoço é possível que seja num restaurante italiano. O Michel é que sabe...

- Não são ciúmes. Só não gosto da maneira como ele te vê. Sabes que não te considera só como patroa - Fiz uma careta de nojo. - Deixa-me ir contigo.

- Por mim ele pode ver-me da maneira que quiser. Ele será sempre apenas um empregado e um amigo. - aproximei-me o suficiente para que as minhas mãos alcançassem as suas bochechas. - Hum.. Pareces bem interessado. Isso é bom. Logo, logo, tudo voltará a ser teu, então é bom mesmo que estejas a par dos negócios.