Sala de Estar

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A casa de Celine era já ali ao lado mas eu tinha de lá ir, pois tinha dúvidas que ela levasse os gémeos até minha casa. Tive que tocar à campainha.

Era de manhã, doia-me a cabeça e tinha coisas importantes a tratar. Tomei um comprimido e fui buscar uma taça de vinho. Os gémeos estavam na sala a brincar com a empregada. Assim que tocaram à campainha, fui eu abri-la. Já até imaginava quem era. - Bom dia Enzo. - sorri cinicamente.

Não disse nada. Limitei-me a acenar e a entrar.
- Os gémeos estão prontos?

- Sempre a educação em pessoa! - Revirei os olhos. Fiz sinal para a empregada, para que nos deixasse a sós. Os gémeos continuaram a brincar entre si. - Eles estão prontos, sim..

Como se a educação me importasse.
- Então vamos embora - Desviei o meu olhar do dela e olhei os gémeos.

Os gémeos continuaram a brincar entre si. Já tinham reparado na presença do pai e isso deixava-os mais extrovertidos. - Os nossos filhos vão almoçar comigo. Volta daqui a umas horas. - não fazia questão de afastá-los de Enzo, mas ele não podia aparecer assim do nada e agir como se tudo fosse dele.

- Mudança de planos. Eles vão comigo agora, tivesses-me avisado das horas antes - Porque ela já devia saber que eu iria buscá-los hoje.

- Mudança de planos, eles ficam até ao jantar. - estalei a língua. Enzo estava a agir que nem um completo idiota e eu agiria de maneira igual, enquanto ele não mudasse. Fiz sinal para que os empregados levassem os gémeos dali. - Para a próxima tenta não ser tão cabrão.. eles estarão de volta, depois do almoço.

O meu olhar voltou para ela. Frio. Critico. Irredutível.
- Estes teus joguinho têm de acabar, a mal ou a bem.

Eu retribui aquele seu olhar com um sorriso cínico e de certo modo, divertido.. - Joguinhos? Não faço ideia do que estejas a falar. - aproximei-me dele e dei-lhe uma pequena palmadinha no ombro. - Ora Enzo, volta para casa, descontrai, continua com o teu hobbie de espiar a vizinha do lado e deixa-me aproveitar o resto do meu tempo com os nossos filhos, em paz e sossego..

Um sorriso apareceu no meu rosto - Espiar a vizinha do lado? Minha cara, a vizinha do lado é que se mostra toda na janela, desesperada por atenção, a mim acontece-me apenas estar de passagem. Para além disso não é nada que mereça a pena ver - Respondi. - Quero-os em minha casa antes da quarto.

- A casa ainda é da vizinha do lado e que eu saiba, ela é maior e vacinada, pode fazer sexo com o seu companheiro como e quando quiser.. - sorri cinicamente. - Tu é que pareces um desesperado, estás sempre pregado à janela. Espero que ontem te tenhas divertido, tanto quanto a vizinha.

- Claro, ninguém disse o contrário. Mas esfregar-se na vista dos olhos é uma chamada de atenção. Não é assunto meu, mas dá à vizinha um ar de oferecida - Sorrisinho sarcástico. - Andas a ver coisas. Como seu eu me pregasse à janela. A vista nem é grande coisa, filmes pornográficos da pior qualidade conseguem ser melhores.

Comecei-me a rir, tinha no mínimo piada. - Oh, e eu terei todo o gosto de me esfregar nele, quantas vezes quiser.. - Cruzei os braços ao peito. As suas palavras não me afectavam. - Não deve ter sido muito pior que tu e Guiuliana. E vejamos o lado bom, ele sabe-me dar prazer, coisa que tu.. shh.. érr.

- Sim claro. É patético mentires sobre isso - Porque ambos sabiamos que eu lhe tinha dado muito, muito prazer em todas as relações sexuais que ela tinha consentido. - Quatro horas. Até logo, Celine  - Rindo-me, saí de sua casa.

- Pois claro, porque violar é uma boa maneira de dar prazer. - revirei os olhos. Ignorei as suas palavras e segui para o quarto. Não ia deixar que ele estragasse o meu dia.

Naquela altura a bomba já devia ter explodido. Ou assim esperava. Dava tudo para ver a cara de Enzo. Quando Georgini voltou do passei com uma das suas amantes, contei-lhe o sucedido. Ele claro, riu-se e ainda fomos brindar.

Era uma pena não poder ser uma mosca para ver a cara de Enzo. Georgini acabou por se ir embora. Ele tinha um encontro com uma das suas amantes. A mulher de um homem importante qualquer. Eu deixei-me estar em casa a relaxar.

Os gémeos já se tinham habituado àquela nova rotina. Uma semana com o pai e outra comigo. Naquele dia Geogini pediu-me a casa emprestada. Viver com um amigo, que ganhava dinheiro, à base das suas amantes, tinha muito que se lhe dizer. Aproveitei para ir a um jantar de negocios.

Não houve muita conversa durante a viagem para casa. Quando chegámos, despedi-me dos gémeos, apenas agradeci a Enzo e fui para casa.

Ia dar-lhe o tempo que precisasse com os gémeos. Aproveitei para trocar de roupa e guardei a mala no cofre. Vesti uma camisa de dormir e amarrei o cabelo. Pouco depois voltei para o andar de baixo.

Estive uns dez minutos no quarto dos gémeos. eles já dormiam profundamente, pelo que apenas me deliciei a contemplá-los. Quando ia a regressar para a saída esbarrei-me com Celine... com aquela camisa ligeiramente transparente. Dios mio.

- Enzo.. - Quase que me assustei com a sua presença. Sorri. Pousei o copo de sumo em cima da mesa e acompanhei-o à porta.

- Desculpa - Ora uma palavra que eu raramente dizia.
Deixei que me acompanhasse à porta. Antes de sair, hesitei. Olhei para ela. - Apesar de tudo diverti-me esta noite.