Sala de Estar

- Olha Celine, eu não estou para me chatear. Ou vens connosco ou perdes o aniversário deles. Ou então fazemos um ano a cada um.  - A última não me agradava muito.

Eu estava vermelha de raiva. Não ia aceitar aquilo de mão beijada. Ele que se fosse foder. - Eu é que perco o aniversário deles? Lamento, mas o dia calha na semana em que eles ficam comigo. - sorri cinicamente. - O Georgini também vai..

- Quero lá saber se levas o atrasado mental atrás. É o dia do Vincenzo e da Sienna. Desde que vocês não estraguem as coisas, eu também não estrago. - Os meus filhos vinham em primeiro lugar.

- Quem tem tendência para estragar as coisas aqui és tu, não eu. - revirei os olhos. Mas não tinha mais nada para falar com ele. Só queria ver os gémeos e depois ía-me embora.

Encolhi os ombros. Ela tinha marcas na cara por causa da noite de antes, ela é que se metera no meio. Quem mandara?

Ignorei-o e subi até ao andar de cima, para ver os gémeos. Eles estavam a dormir, por isso tive cuidado para não os acordar.

acho que se pode passar à frente -q

Nos dias que se seguiram poucas foram as vezes que vi Celine. Já o meu advogado? Muitas. O casamento não tinha meio de se cancelar. Que raios.

Era oficial. Há mais de um mês que eu e Celine estávamos "casados". Não era algo que eu comentasse nem sequer dava pormenores, tinha deixado o assunto arrastar porque para mim o prazo que tinhamos até expirar a data de oficialização do casamento. Sempre era um tempo extra em que conseguia com que ela não se casasse com aquele idiota.

Acabámos por ir parar a minha casa. Queria ter a certeza que ela não estava em choque nem nada do género. A verdade é que estava a apreciar tanto a sua companhia que não queria que ela se fosse embora.

Descalcei os saltos altos e deitei-me no sofá. Tinha os pés doridos e estava bastante cansada. Tirando isso sentia-me bem.

Lamentei vê-la descalçar aqueles saltos. Ela ficava bastante sensual com eles. Sentámos-nos no sofá e fiz com que ela metesse as pernas por cima do meu colo. Comecei a massajá-la nos pés. Apostava que estavam doridos.

Gemi de satisfação. Eu estava a ficar bem relaxada, quase perto do sono. Aquele momento trazia-me várias recordações.

Tinha sido uma noite longa e eu queria relaxa-la. Depois de massajar os seus pes, segui para a parte onferior das pernas. Tive cuidado, fui delicado - Tens a certeza que estas bem depois de tudo aquilo?

Eu estava atenta aos seus movimentos. - Estou mais que bem, não tens que te preocupar. - tinha sido apenas um momento com adrenalina a mais. E qualquer coisa, ele seria o primeiro a saber.

Parei a massagem e comecei a subir pela sua perna, roçando as pontas dos meus dedos ao longo das suas pernas. Olhei-a de soslaio.

Preferia não manter contacto com os seus olhos. Eram demasiado traiçoeiros. Afastei as pernas das suas mãos. A minha pele estava a começar a ficar arrepiada.

Levei aquilo como um indicador de que devia parar. Tudo bem.  Se a queria reconquistar, teria de ser em baby steps, devagar, dar-lhe tempo. - Se calhar está na altura de te levar a casa.

Ainda bem que ele tinha parado. Não sabia se teria coragem de avançar, uma vez consciente. Fui buscar as minhas coisas. - Não é preciso, eu moro aqui ao lado ou já te esqueceste?

- Não me esqueci, mas vou levar-te na mesma - Disse  num tom que não aceitava resposta de volta. Levantei-me.

- Se assim o queres.. - não o ia impedir.
Saímos da sua casa e seguimos para a minha.

Estavamos todos reunidos na sala de estar, com um grande e saboroso lanche pronto a ser comido. quer dizer, todos não. Faltava Celine. Quando ela chegou um sorriso abriu-se no meu rosto.

Sorri por ver aqueles três. O lanche tinha sido boa ideia. Caminhei apressadamente até Enzo com o intuito de o beijar. - Gostaste do presente?

Assenti mas preferi responder-lhe com um beijo que desde a noite anterior ansiava por lhe dar.

Depois de alguma troca de carinhos, fui cumprimentar os gémeos, que estavam bastante entretidos entre si. Havia um manjar na mesinha da sala. Eu estava com alguma fome.

Na televisão da sala estava a dar algum dos desenhos animados que os gémeos ficavam loucos sempre que viam. Os pequenos entretinham-se a comer e a olhar para a tv, depois riam-se um para o outro, sendo a coisa mais adorável de sempre. Isto dava margem para que eu e Celine relaxássemos um pouco