Quarto da Cel

Relembrando a primeira mensagem :

m,

O facto dele não insistir naquele assunto deixava-me um pouco mais descansada. Abracei-o de volta, com força e pousei a cabeça no seu ombro. - Infelizmente, hoje não vamos poder nos divertir. Unf.. estou naqueles dias horríveis. - logo agora que aquilo se tornara uma rotina. Beijei a sua face.

- Teremos outros dias - disse tentando não soar aborrecido. Também estava aliviado porque não sabia se conseguiria. - Dorme bem,

Com ele ao meu lado, era óbvio que eu ia dormir bem. Mais do que bem. Beijei-o e deitei-me na cama. Não demorei muito até adormecer.

Depois de ela adormecer, também eu fechei os olhos e dormi. No entanto sonhos estranhos assolaram-me acordei várias vezes a meio da noite.

Eu dormi que nem uma pedra. Tanto é, que só consegui acordar depois de Grazi muito bater à porta e ainda abrir as cortinas do quarto. Por momentos a preguiça apoderou-se do meu corpo e a velha italiana quase que me teve que arrastar para fora da cama. Espreguicei-me várias vezes e bocejei. Precisava de um bom banho. Segui até à casa de banho.

Michel acabara por tomar o pequeno almoço, quase almoço, comigo e com os pequenos. Ainda não tinha percebido ao certo o que o trazia por cá, já que não havia nada marcado na minha agenda. Eu ia levá-lo para o escritório, se Enzo não tivesse aparecido. E arrg.. vê-lo todo suado, com as roupas coladas ao corpo, era uma visão dos deuses.

Parecia que o bom ambiente que ali havia, se tinha dissipado em poucos segundos. Havia uma grande tensão entre aqueles dois. 
Fui surpreendida pelo beijo de Enzo. Ainda era difícil vê-lo fazer tais actos de forma tão espontânea. Claro que o meu coração acelerou.

Francesco gatinhou, depois colocou-se em pé e rapidamente se aproximou do pai. O pequeno olhou-o, com os seus olhos grandes e esticou as mãozinhas, mostrando-lhe um pequeno avião que Grazi lhe tinha comprado. Mas antes que ele pudesse fazer mais alguma coisa, os gémeos já o atropelavam e saltitavam para conseguir colo de Enzo. Peguei no mais novo e beijei o topo da sua cabeça. - Se não é nada demais, conversamos outra hora Michel.

- Uma ida à praia parece-me uma boa ideia. - os pequenos também pareciam concordar. Estavam até animados e tudo. - Mas antes devias ir tomar banho. Estás todo suado, a sujar os meus bebés. - ri-me.

Aquilo fez-me rir - Dá me uns segundos que eu vou tomar um duche e já volto apresentável - Tive que voltar a pousar os gémeos no chão.

Antes de seguirmos até à praia, aproveitei para fazer uma pequena mal com comidas e alguns sumos, juntamente com uma outras e e continham mais alguns produtos. Grazi e Oscar acabaram por vir connosco, sempre era bom tê-los por perto.

Segui atrás dele, não para lhe perguntar algo e sim porque também estava cansada. Tirei uma muda de roupa do armário e segui para a casa de banho. Precisava de um momento para relaxar.

Sai da casa de banho de pijama e robe vestido. Enfiei-me na cama, trazendo-o comigo e beijei a sua face. - Fica sabendo que ainda estou chateada por não teres ficado na clínica, mas bem, eu vou cuidar de ti. Então pronto..

Entrelacei as minhas pernas às suas e abracei-o.
- Tudo bem, sempre é melhor assim mesmo.

Procurei a sua mão e juntei-a à minha. Apertei-a.
- Eu amo-te - Murmurei, olhando para ela.

Deixei crescer um sorriso nos meus lábios e beijei-o. Já não ouvia aquelas palavras há muito, mesmo depois que Enzo se começou a lembrar das coisas. - Eu também te amo. E hum.. Acabei por perder a conta das vezes que o disseste. Eish.. Já se passaram tantos anos! - fiz uma careta.

Acabei por me rir e dei-lhe um pequeno beliscão no braço. - Gostei dessa ideia, mas ainda assim gosto do facto de não o dizeres com muita regularidade. Quer dizer, eu já me habituei... - afastei-me dele assim que me lembrei de algo. Tirei o meu colar do pescoço, deixando à vista um pequeno pendente com uma foto nossa e a sua aliança. - Hum.. Tu queres voltar a usá-la?!