Quarto da Cel

Celine guiou-me até à última porta do comprido corredor. Fechei-a assim que entrámos.  A distância que acabara por ser criada deixou de haver assim que a puxei novamente para mim, desta vez com mais exigência, com mais paixão. Os meus lábios procuraram os seus à medida que as minhas mãos passeavam pelo seu corpo.

Caímos na sua enorme cama. Para mim já fazia algum tempo desde que tinha estado com uma mulher. No entanto, desta vez acontecia tudo com tanta normalidade que não precisava de me preocupar. O toque dos lábios dela no meu copo eram o suficiente para afastar quaisquer pensamentos racionais que eu tivesse. As minhas mãos mexeram-se impaciente de forma a poderem tirar-lhe o soutien que, apesar de ser muito bonito, ficaria melhor no chão. Assim que o tirei deixei-me ficar quieto e admirá-la por uns segundos. Inclinei-me e tomei um dos seus seios com a minha boca, acariciando com a minha lingua o seu mamilo rosado.

Apesar de ela já me ter tirado cinto e desapertado as calças, estas ainda me estavam vestidas. Assim como a camisa desabotoada ainda estava no sitio. Ela, contudo, tinha apenas aquele pedaço de renda a tapar o sitio mais glorioso do seu corpo - Eu estou aqui - Ela sentir-me-ia se era isso que queria. Removi a minha mão de dentro das suas cuecas. Afastei-me da cama mas o meu olhar permaneceu nela enquanto tirava a camisa e depois as calças. Então só faltavam os boxers e mesmo esses foram com a maré, libertando a minha ereção já dura e ereta. 

Os nossos corpos colidiram na sua nudez. Era uma sensação distinta mas ainda melhor do que há pouco. A pressão dos seus seios contra o meu tronco deixava-me louco. A força do seu beijo também era suficiente para me fazer ver estrelas. Tudo aquilo estava a despertar sensações em mim que eu não me lembrava... sensações que eu começava agora a recordar. Era um milagre - Cel.. - Gemi no preciso momento em que a agarrei pela cintura e a fiz enrolar as suas pernas em redor dos meus quadris. A minha ereção pulsava agora contra a sua pele, tão perto do seu centro. Estava pronto para me enterrar nela, tão pronto.

Aquilo devia ser simples mecânica. Mas não era. Algo despertou em mim e era como se estivesse a passar por algo inteiramente novo e diferente de apenas sexo. Era quase como um flashback, embora eu não me recordasse detalhadamente de como fora estar assim com ela anteriormente. Naquilo momento também não queria saber. Queria apenas aproveitar.

Pressionei o meu corpo contra o seu em movimentos coordenados às minhas investidas. Ainda não acelerara o ritmo, por ora limitava-me a desfrutar. Os meus lábios não se deslocavam dos seus e fazia todo o sentido. Mordisquei levemente o seu lábio inferior.

Eu era um homem do controlo. Por norma, isto é, aquilo que eu fazia era não deixar ninguém assumir o mais ligeiro controlo de algo que me envolvesse. Ali não me custou tanto. Deduzi que já o tivesse feito antes... - Celine - murmurei num tom de reverência enquanto tocava o seu corpo com as minhas mãos. Uma delas acabou mesmo por pressionar o seu ponto central, tudo isto enquanto investia. 

As horas pareceram-me infinitas. Desde que acordara do meu coma que nunca me sentira tão vivo. Suado e abraçado por uma mulher linda, uma mulher eu amara. Olhei para ela, adormecida contra mim, tão bonita. Algo tremeu dentro de mim. Bem profundamente, abalando-me. Sorri de mansinho e adormeci também.

Acordei sentindo que passara uma noite bestial.
Mas acordei sozinho.
Por momentos inquiri a mim próprio se a noite com Celine acontecera ou se fora apenas um sonho.  Pelos vistos, fora real, ou assim parecia. Não estava no meu decrépito quarto de motel. Vesti as minhas roupas, aprumei-me. Saí do quarto.

Eu era homem, e um homem territorial. Por isso ficou explicito para mim que Michel achava que eu é que estava a meter-me no seu território. Teria de lhe mostrar que isso era uma ilusão sua. - Percebo que já tinhas tudo planeado. No entanto, como podes perceber, nem tudo na vida corre de acordo com os planos. Que tal almoçarmos todos juntos?