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Locais Aleatórios
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Re: Locais Aleatórios
A minha cara até virou. O seu estalo apanhou-me desprevenido, mas logo recuperei o senso. Aquilo zangara-me bastante - Não sou casado - Assim dizia o meu cartão de identificação. O que quer que tivesse acontecido nos passados 6 anos era um borrão na minha memória. Sem ninguém a quem recorrer para me avivar a memória, restara-me fragmentos de coisas . - Pára! - Chamei e corri atrás dela.
Re: Locais Aleatórios
Quanto mais ele falava, mais o meu coração se partia. - Então eu devo ser uma mentirosa! - Corri o quanto consegui, mas ele era mais rápido e eu estava cansada. - Deixa-me em paz. Volta a viver a tua vidinha miserável, volta a fazer de conta que não me conheces, que não és casado, que não tens filhos..
Re: Locais Aleatórios
Eu falara com pouquíssimas pessoas que me conheciam de verdade. Ninguém me informara que eu tinha uma família, que era casado, que tinha filhos...e agora que pensava nisso, parecia-me absurdo. Eu casado e com filhos? - Estás a dizer que somos casados? Que temos filhos? - Lembrei-me das crianças que estavam com ela no outro dia - Não me estás a confundir com outra pessoa. - Pois ela chamara-me Enzo - Ninguém me informou disto.
Re: Locais Aleatórios
- Não te faças de idiota! - empurrei-o, mas ele pouco se moveu. Abri o pequeno pendente que trazia ao pescoço e mostrei-lhe uma foto nossa, na época em que eu estava grávida de Francesco. - Não me parece que esteja a confundir nada. - mordi o lábio inferior com força. - Informar? Boa piada Enzo, o Michel disse-me que o plano de virmos para cá era teu. Tu sabias perfeitamente onde estávamos e no entanto nunca nos procuraste!
Re: Locais Aleatórios
Observei a fotografia que estava naquela pendente. Era, indubitavelmente, eu. Eu e ela. Eu parecia genuinamente feliz naquela fotografia. Mas eu não me lembrava de nada. Semi cerrei os olhos - Eu não me lembro de nada. Não me lembro de ti. Não sei quem és, para além de uma falsificadora de arte - Disse entre dentes cerrados. Como assim eu tinha uma família? Até hoje pensara que a minha única família era a minha irmã, mas ela desaparecera do mapa e nunca conseguira contacá-la.
Re: Locais Aleatórios
- Pois eu também não sei quem és, nem o que fizeste com o Enzo Ricci que conhecia. - e antes que eu pudesse continuar a falar, o meu telemóvel vibrou. Era Grazi. Conseguia ouvir o choro da Sienna do outro lado da linha. Aparentemente, a pequena estava insuportável. Perdera o seu boneco preferido - a réplica de Enzo - e agora só chorava e chamava por mim. - Estarei aí o mais rápido possível. - ignorei Enzo e procurei por um táxi.
Re: Locais Aleatórios
Não a podia deixar ir assim. Não quando ela sabia o que me acontecera antes do meu coma - uma parte do meu passado que eu não me lembrava - Espera, caraças. Como te chamas? - Perguntei. - Não podes deixar as coisas assim agora.
Re: Locais Aleatórios
Tentei soar calma, quando na realidade só queria esmurrar-lhe a cara. - Olha, a nossa.. hum.. a minha filha precisa de mim. Aparentemente ela ficou por dois anos e meio sem o pai. Só se contenta com as poucas fotos dele e com um peluche da sua réplica, que até isso perdeu. - sorri cinicamente. - Portanto eu posso e vou.
Re: Locais Aleatórios
Eu não ia deixar as coisas assim. Precisava de entender tudo isto - Vou contigo - o táxi parou na beira mas eu não a deixei entrar logo - Se o que dizes é verdade, preciso de o ver e entender com os meus próprios olhos.
Re: Locais Aleatórios
Revirei os olhos. Não o ia impedir, não tinha tempo sequer para isso. Sienna precisava de mim e agora só isso importava. Indiquei a morada ao taxista e pedi-lhe expressamente que se apressasse. Claro que ganhou uma boa gorjeta.
Re: Locais Aleatórios
Aqueles dias tinham sido...estranhos. No minimo. A minha cabeça estava uma confusão, o meu coração indeciso. Tudo aquilo que eu sabia revolucionara-se num ápice. Mas não tinha dúvidas, agora, de que teria de fazer algo em relação a Celine e às crianças. Quer dizer, pelo menos em relação ás crianças. Os meus filhos. Por isso decidi que era tempo de os voltar a ver e tentar agir como um pai, embora não soubesse o que isso significava. Pensei que seria mais fácil fazer o básico. Brinquedos. Todas as crianças gostam de brinquedos, não é? Por isso, pela manhã, fui dar uma volta por um dos shoppings.
Re: Locais Aleatórios
Vincenzo era uma criança um pouco acima do peso. E por mais que o tentassem parar e moderar tudo o que comia, ele arranjava sempre jeito de dar a volta às pessoas. ´
Entrámos numa loja de brinquedos. O pequeno fizera questão de sair do meu colo e irmos de mãos dadas por todos os corredores. O seu sorriso era tão grande, que iluminava o espaço.
- Presente para a mamã.. - apontou para um hambúrguer de peluche e eu fiz uma careta. Presente para mim, pois sim. Deixei-o à vontade para percorrer todo aquele sítio, mas claro, sempre perto de mim. Não o queria perder de vista.
Entrámos numa loja de brinquedos. O pequeno fizera questão de sair do meu colo e irmos de mãos dadas por todos os corredores. O seu sorriso era tão grande, que iluminava o espaço.
- Presente para a mamã.. - apontou para um hambúrguer de peluche e eu fiz uma careta. Presente para mim, pois sim. Deixei-o à vontade para percorrer todo aquele sítio, mas claro, sempre perto de mim. Não o queria perder de vista.
Re: Locais Aleatórios
Escolher brinquedos devia ser fácil. Estavam ali milhares. Era só pegar em qualquer coisa, levar para a a caixa e pagar. As crianças gostavam de tudo, certo? Em teoria parecia fácil, mas na prática nem tanto. Estava ali há mais de vinte minutos e não sabia o que levar. O que é que as três crianças gostariam? Eu não conhecia os meus filhos nem os seus gostos.
Suspire. Recomecei a buscar na secção dos brinquedos masculinos. Havia ali uma série de coisas. Os brinquedos eram muito diferentes do que quando fora a minha própria infância. Acabei por agarrar num carro telecomandado e pensei em Vincenzo. Nem um minuto passado, algo embateu contra a minha perna. Uma bola. Atrás dela vinha a correr um miúdo. Parou perto de mim ao reconhecer-me. - Vincenzo? - Exclamei surpreendido. Ele primeiro não reagiu mas depois, vendo o carro que eu tinha na mão, começou a saltar com entusiasmo.
Re: Locais Aleatórios
A última pessoa que esperava ver ali era Enzo. Fiquei surpreendida e meio transtornada, nunca sabia como agir perto dele.
- Quero carrinho... - o pequeno esticou os braços e abriu e fechou as mãos. - Quero o carrinho. - parei ao lado de Vincenzo e despenteei-lhe os cabelos.
- Tu já tens muitos brinquedos.
- Quero carrinho... - o pequeno esticou os braços e abriu e fechou as mãos. - Quero o carrinho. - parei ao lado de Vincenzo e despenteei-lhe os cabelos.
- Tu já tens muitos brinquedos.
Re: Locais Aleatórios
Pouco tempo depois de Vincenzo aparecer, apareceu a mãe. O meu olhar pousou em Celine durante um breve momento. Baixei-me até ao ponto de ficar na mesma linha de visão que o rapazinho. - Bom, que mal tem só mais um brinquedo? - Pisquei-lhe o olho - Vamos tratar disso e levar o carrinho para casa.
Re: Locais Aleatórios
Abanei a cabeça. Não concordava com nada daquilo, só os incentivava a ficarem mimados, mas Vincenzo parecia tão alegre com a ideia de ter o carrinho. Suspirei, quando percebi que ia ceder. - Tudo bem, mas o carrinho e mais nada. - o pequeno olhou-me com aqueles seus grandes olhos e mostrou-me um sorriso. Retribui o sorriso e peguei na sua mãozinha.
Re: Locais Aleatórios
Então o carinho ia. Uma das três já estava feita, o que era progresso. - Também devíamos levar algo para a Sienna e para o Francesco, não é Vin? - Sabia que através do pequenino poderia convencer Celine.
Re: Locais Aleatórios
Tentei não revirar os olhos. Não percebia aquela mudança repentina, aquela aproximação tão directa. Abanei a cabeça quando Vincenzo voltou a olhar para mim. Eu não o conseguia contrariar. - Não me parece que haja aqui algo que Sienna goste. - encolhi os ombros. - Ela gosta de coisas caras. - fiz um sorriso torto. Aquela peste tinha mesmo a quem sair.
Re: Locais Aleatórios
Nisso tinha a quem sair pois eu também só me contentava com coisas caras, embora nos últimos tempos não me tivesse podido dar muito ao luxo de o fazer. Tinha um fundo monetário limitado - Isso resolve-se. O que é que ela gostaria de receber?
Re: Locais Aleatórios
Sienna era esquisita, quase nunca se contentava com nada. Fiz um ar pensativo. - Hum.. ela anda há uns dias a pedir-me um colar de pérolas. - e eu não o queria dar por vários motivos. O principal era impedi-la de o estragar. - Acho melhor irmos primeiro ao do Francesco e depois logo se vê.
Re: Locais Aleatórios
- Um colar de pérolas, hein? - A pequena tinha gostos muito refinados para uma criança de 5 anos. Avançámos para outra secção de brinquedos, desta vez dedicada a crianças mais pequenas.
Re: Locais Aleatórios
- Sim. - sorri. - Habitua-te, os pedidos dela serão sempre exagerados. Há uns meses pediu-me um cavalo, porque supostamente ''as princesas têm cavalos''. Fez tanta birra que acabei por o comprar. No final descobri que ela tinha medo do bicho. - fiz uma careta. Olhei para todos os brinquedos que ali estavam. - O Francesco adora cubos e bolas. - mas o mais novo adorava tudo o que fosse de brincar. Ele era bastante diferente dos irmãos mais velhos.
Re: Locais Aleatórios
Então parecia realmente que tinha de me habituar. Assim como tinha de me habituar à figura de pai. Fui passando por alguns desses items que ela falara. Eram tudo brinquedos simples. Peguei numa bola de rugby que ali na Austrália era desporto rei. Ergui-a como perguntando: "opção?".
Re: Locais Aleatórios
Deixei-o escolher o brinquedo para Francesco, não era muito difícil. Acenei com a cabeça e levantei o polegar, como que concordando. O pequeno ainda não tinha uma dessas, tinha a certeza que adorar.
Re: Locais Aleatórios
Oferta dois de três concluída. Dito isto, só faltava algo para Sienna e, ao que parecia, não iria encontrar nada nesta loja - Haverá algum sitio melhor onde ir?
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