California Hospital Medical Center

Fiz como Celine pediu. Com cuidado, passei-o para os seus braços. Depois sentei-me numa cadeira perto da cama. Estava tão cansado e cheio de sono, mas não ia adormecer e perder aquelas primeiras horas de vida de Francesco por nada deste mundo. - Ele é perfeito. Saudável. Lindo.

Tê-lo nos braços era algo inexplicável. Sentia-me tão feliz. - Sim. - sorri abertamente.
O nosso bebé dormia sossegado nos meus braços e de vez em quando ainda bocejava. Era tão bonitinho. Olhei para Enzo. - Devias voltar para casa e descansar.

Tirei o meu Iphone do bolso e tirei uma fotografia deles os dois. Abanei a cabeça - Nem pensar em ir-me embora. - Estava fora de questão. - Eventualmente, adormecerei aqui na cadeira.

Fiz uma careta depois que ele tirou a foto. - Hum... vai ser doloroso ver-te aí deitado. - eu sabia o quanto dormir numa cadeira podia ser desconfortável. Ele ia acabar por ficar com uma enorme dor de costas.

Encolhi os ombros - Não faz mal, Cel. A sério - Sorri para a tranquilizar. Já tinha dormido em sítios piores.

Abanei a cabeça. - Não Enzo, faz. - ele já me conhecia e sabia que ia ser insistente naquele assunto. - Podias pedir uma maca para ti. Ou algo mais confortável. - encolhi os ombros. - Estás a ficar velho, não te podes dar ao luxo de adormecer numa cadeira. - gozei.

Ri-me quando ela disse que estava a ficar velho - De velho ainda não tenho nada - Bufei - Vou pedir uma, então. - Sai do quarto e tratei disso. Afinal era normal fornecerem camas assim aos pais.

Fiquei mais satisfeita quando ele optou por pedir uma maca para si. Assim até podíamos dormir juntos. - Podias aproveitar e trazer-me um sumo. Estou cheia de sede.

Assim o fiz. Havia um pequeno frigorífico no quarto. Tirei de lá um sumo e espetei uma palhinha para lhe ser mais fácil já que continuava com o bebé nos braços - Tu é que devias descansar. Fizeste um esforço tremendo.

- Foi a coisa mais estranha que já fiz em toda a minha vida. - mas ao mesmo tempo, fora o momento mais importante da minha vida. O nascimento dos nossos filhos. Mordisquei a palhinha e bebi o sumo.

E tinha sido também a coisa mais estranha que eu vira em toda a minha vida. Mas ao mesmo tempo uma das coisas mais bonitas, pois o resultado fora maravilhoso. - E bom, acho que agora fechámos a fábrica - Referia-me aos filhos.

- Oh, podes crer que sim! - por muito bom que fosse a fase da gravidez e ter filhos, ficar parecida a uma pipa e não me sentir confortável para fazer sexo era uma real treta. Revirei os olhos. - Eventualmente, mais tarde, podemos adoptar. Mas.. hum.. não me sai mais nenhum por entre as pernas, sorry.

- De qualquer das formas, seria bastante díficil engravidar-te novamente - Eu era infértil, apesar de tudo. Não sabia como tinha tido tamanha sorte em engravidá-la três vezes, embora apenas duas tivessem resultado. - Eu estou muito feliz com os nossos três - toquei na pequena mão de Francesco.

- Difícil, mas não impossível. - relembrei-lhe. Às vezes ainda me surpreendia pelo facto de termos tido três filhos, quando as expectativas eram quase nulas. - Eu também. - sorri. -Somos uma família!

Logo se veri como seriam as coisas dali em diante.
- Já eramos uma familia. Agora é uma familia maior. Amanha trago os gemeos para conhecerem o novo irmao. Vao delirar.

Tinha a certeza que os bebés iam adorar o novo irmão. Principalmente Vincenzo, já que era um rapazinho. Algumas horas depois, Francesco acordou para mamar. Mas foi rápido a adormecer de volta e por isso passei-lho a Enzo. Acabei eu por também adormecer.

Apesar do sono que tinha, fiquei acordado a embalar o bebé. Francesco dormia tranquilamente, assim como a mãe, mas vi-me sem vontade de o colocar no berço do hospital. Passaram-se poucas horas até que Francesco acordou a chorar e forçou Cel a acordar tambem.

Custou acordar, pois ainda me sentia cansada, mas Francesco precisava de mim. - Ele é ainda mais comilão que o Vin. - fiz uma careta. Por falar em comida, estava a ficar com fome e nem por sombras iria comer aquela comida de hospital.

- Deve ser culpa dos genes italianos que os torna comiloes - Comente sorridente - Precisas de alguma coisa, Cel?

E que genes italianos! - Na verdade.. hum.. sim. Estou a morrer de fome! Podias trazer-me qualquer coisa para comer. - ergui as sobrancelhas repetidas vezes. - Um pequeno almoço delicioso vindo das mãos da Grazi ou até mesmo das tuas.

Ela estava a pedir-me algo que seria difícil de arranjar. Ela não me dava outra opção se não ir a casa - Então fazemos assim. Vou buscar-te qualquer coisa ao bar do hospital. Depois vou a casa, preparo qualquer coisa, e volto. Demoro uma hora ou assim.

Eu podia esperar uma hora. Ainda era cedo e não estava com tanta fome assim. Além do mais, valia a pena se fosse algo feito por ele ou pela velha italiana. Abanei a cabeça. - Tudo bem. Mas aviso-te que quero algo doce.

Assenti, já tendo em mente o que traria. Aproximei-me e beijei-a. Depois pousei também um beijo na cabeça do bebé - Ficas bem sozinha? Vou chamar uma enfermeira para estar atenta.

- Não te preocupes meu amor, nós ficamos bem. - sorri. Era provável que depois do bebé adormecer, eu fizesse o mesmo. Beijei-o uma última vez. - Aproveita para descansar um pouco. Não é tão urgente assim.

Claro que era urgente. Ainda aguentava mais umas horas acordado. Já faziam quê... 26 horas desde que estava acordado? Já tinha aguentado mais - Volto num instante - Então saí do hospital, mas antes avisei umas enfermeiras sobre isso, para além dos guarda-costas que mandara chamar.