Trinity Park

- Eu? Ahahah, nem em sonhos. - era mais do que óbvio que nunca teria saudades dele. - Era só o que me faltava. Só se fosse louca.

Ri-me contidamente. Agora já ria mais, mas mesmo assim nunca o fazia muito.
- Já estás pelo menos habituado à minha presença.

- Sim, posso estar habituada, mas não quer dizer que sinta saudades. - sentei-me num banco e pousei o cesto no mesmo.

Encolhi os ombros - Vais voltar para tua casa depois dele nascerem? - Acabei por perguntar, simplesmente por perguntar. Afinal de contas ela vivia num bairro perigoso e num apartamento pequeno.

- Sim.. - abanei a cabeça. Apesar da casa do meu irmão ser algo muito maior e mais protegido, não me sentia bem com toda aquela riqueza. Gostava do meu espaço.

- Nos primeiros tempos isso não é muito aconselhado. Há quem ainda tente fazer-te mal para me atingir - coisa que seria muito estúpida mas bem...

- Mas nós não temos nada e eu sei tomar conta de mim, por isso.. - encolhi os ombros. Era uma estupidez. Mas bem, ia estar atenta.

- Muitos dos meus inimigos podem pensar o contrário. - Eu avisei, agora ela decidia o que fazia em seguida. A partir daí a segurança dela estaria ao caro dos MS-13.

- Mas eu não quero saber. - revirei os olhos. Aquela conversa toda estava-me a deixar aborrecida. Tirei uma sandes do cesto e abri um pacote de leite. - Queres?

Agarrei numa das sandes - isto até sou capaz de comer... - Agradeci com um aceno de cabeça.

E seguiu-se mais um longo período de silêncio, ao qual nenhum dos nós, fez algo para o desfazer. Simplesmente não importava. Assim que acabei de comer, fui despejar as coisas ao lixo. Foi quando vi dois carros negros, de vidros fumados, pararem bem em frente a mim. De lá saíram homens encapuçados, prontos a disparar.

Percebi de imediato que havia algo de errado, muito errado. Levantei-me e olhei para Celine. Vi para onde ela olhava. Eram Bloods. Merda. Corri até ela, já tendo sacado a arma - tens de sair daqui.

Logo hoje, que queria ter um dia de paz e sossego. Começava a odiar tudo aquilo. Enzo rapidamente se deslocou até mim. - Sim.. - abanei a cabeça. Mas sair dali não se tornava fácil, já que eu possuía uma barriga do tamanho de um camião e um passo lento. Foi então que começaram a disparar, contra o gangue de Enzo e a pouca multidão de pessoas, começou a berrar e andar para um lado e para o outro, completamente em pânico.

- Fuck - No meio do cruzamento de tiros era onde eu menos queria Celine. Não podia arriscar a sua segurança. Especialmente sendo ela e eu a mira dos tiros. - Vamos, rápido! - Protegia-a com o meu corpo impedindo-a de levar com uma bala. Fiz sinal aos meus homens para que disparassem sem dó nem piedade.

Sabia que não era tempo de andar devagar, mas doía andar daquela maneira. Conseguimos fugir dos tiros, daquele centro e quando pensava que já estávamos fora de alcance, um dos bloods apareceu à nossa frente e disparou contra mim.

Mas que merda era aquela? Não tive tempo para raciocinar e contra atacar, só me lancei para a frente da Celine e apanhei o tiro que estava destinado a ela - merda - a custo peguei na minha arma e atirei um tiro certeiro à testa do homem.

Fechei os olhos com força, até ouvir um segundo tiro. Aí consegui mirar Enzo, à minha frente e o homem morto no chão. - Enzo.. - depressa agarrei-o pelas costas, impedindo-o de cair. - Estás bem? Enzo..

Passei a minha mão pelo abdómen. Esta ficou de imediato manchada de sangue. Cambaleei um pouco. Estava a começar a ficar tonto... Mas era importante sair dali - rápido, temos de chegar ao carro - disse entre dentes cerrados de dor.

Eu olhava para o seu peito e cada vez mais, a sua camisola ficava suja de sangue. Estava a ficar preocupada, mas tentava a todo o custo não entrar em pânico. Ajudei-o a chegar até ao carro.

Tive que aproveitar a ajuda dela para chegar até o carro. Quando lá chegamos tirei a minha camisa e pressionei contra o sitio onde a bala tinha perfurado. Agora o dificil seria conduzir - por acaso não sabes conduzir, pois não?

Abri imenso a boca, quando vi o estado da sua ferida. - Ham.. sim.. eu.. - nem pensei duas vezes. Por menos jeito que aquilo desse, arranquei imediatamente para o carro. Dirigi-me para o hospital.

encerrado.

Estava certo de que estávamos em segurança. Ficámos discretos pelo parque, tinha seguranças a vigiar o parque. Era Celine quem guiava o carrinho enquanto eu prepara a máquina.

Os bebés estavam realmente animados. E eu sorria deliciosa por os ver assim. Mesmo assim, estava preocupada se algo acontecesse. Fomos para um local onde pouquíssimas pessoas passavam. Era bonito e o ideal.

Tirámos os bebés do carrinho. Eu peguei em Vin, ela em Sienna.
Sorri quando o pequeno tentou brincar com a câmara.

Sienna como sempre tentava mexer a sua mão direita. E mesmo desajeitada, lá conseguia. Sorria triunfante e às tantas, babava-se toda. Sentei-me num banco com ela ao colo.