Quarto do Enzo

Quando acordei e abri os olhos tive a melhor visão de sempre. Celine estava ali com os nossos filhos. - Um homem habitua-se a acordar assim.

Sorri quando Enzo acordou. Os bebés hoje estavam irrequietos, esperava que não tivesse sido por isso o acordara. Não o queria perturbar. - É, não é?

Sentei-me na cama e estendi os braços para pegar num dos gémeos. Fiquei com Vincenzo - Tão bom.

Talvez aquilo se tornasse uma rotina. Uma rotina maravilhosa.
Sienna era a mais calminha e por isso, era mais fácil de pegar ao colo. Abracei-a contra o meu corpinho e deitei-me.

Mantive-me sentado, a brincar com Vincenzo. 
- Ainda te importas com a ideia de os baptizar em Itália?

Nunca mais me lembrei daquilo. Mas parecia que estava bem presente na mente de Enzo. Fiz uma careta. - Eu só não percebo o porquê de os baptizar.. o que lhes vai trazer de bom. - encolhi os ombros.

- É um costume, está na tradição do sangue italiano. Eu levo isso muito a sério - disse, tentando convencê-la.

- Mesmo que não queira, tu vais fazê-lo. - revirei os olhos. Sabia perfeitamente como ele queria e conseguia as coisas. Basicamente a minha opinião não importava. - Faz o que tu quiseres.

- Não. Somos os dois pais dos gémeos e quero chegar a um consenso contigo - Disse firmemente. Ia argumentar até a convencer.

Suspirei. Eu não ia mudar de ideias sobre aquilo. Não acreditava em nada daquelas cerimónias. - Eu nunca fui baptizada e olha para mim, aqui. Mas já te disse, faz aquilo que quiseres.

- Eu quero muito baptiza-los, tal como eu fui. Mas não o faço se estiveres contra isso. Diz-me - Pedi.

Mesmo que não quisesse, eu ia ceder. Suspirei.
- Já te disse para fazeres o que quiseres.

- Isso não é a resposta que procuro. 
Disse, secantemente,
- Tu não és católica. Nunca quiseste casar pela igreja?

- Está bem, baptiza-os! - fiz uma careta.
Abanei a cabeça. - Eu nunca quis casar, é diferente.

Beijei a sua face -Vou baptizá-los. Em Roma. Vais poder conhecer parte da minha família - A máfia italiana. - Nem agora?

Quase que me engasguei ao ouvi-lo. Visitar pela primeira vez Roma seria um máximo. Mas conhecer parte da sua família? Woow, isso era mesmo muito intimidativo. - É.. - Engoli em seco. - Nem mesmo agora.

- Vais gostar. É diferente daqui.
Isso era um problema. Ia fazê-la mudar de ideias.

- Acredito que seja. - seria um bom sítio para apreciar arte. E depois, Roma sempre fora um dos locais do topo da minha lista. E com isto, estava a crer que ia mesmo com ele.. - Conhecer parte da tua família é estranho.

- Um pouco mas tu agora és minha família também. Tens de ser apresentada também - a visita a Roma daria para as duas coisas.

- Talvez seja melhor eu ficar cá. - encolhi os ombros. Não me sentia preparada para conhecer a sua família. Quer dizer, eles podiam não gostar de mim.

- Não, Celine. Agora estás comigo, não te escondas disso - Murmurei. Para além disso a minha família em Itália não queria saber dos gangs da América - Além disso fazes parte da  familia geral - Ela tinha sangue italiano nas veias, da familia.

nao me enganei nisto, pois não?

- E se eles não gostarem de mim? Se acharem que não estou à tua altura. - cruzei os braços ao peito. Queria que a sua família gostasse de mim. - Faço? - olhei-o.

não, não te enganaste. se a mãe dela foi violada por um crip, se calhar tem sangue italiano, no?

A minha mão parou no seu queixo e fi-la encarar-me - Estás a gozar, certo? És uma brilhante falsificadora e tens imensos atributos. Estás à altura - Sorri - Claro, és filha de um Crips, de um italiano Ricci.

eu já não me recordava bem disso. ela até pode ter sido filha de alguém importante

Corei por uns momentos. As suas palavras davam-me uma certa tranquilidade. - Eu não me sinto filha de um Crips. - fiz uma careta. Afinal, eu nunca poderia chamar pai ao meu pai de sangue. Ele violara a minha mãe, fugira e quem cuidara de mim tinha sido o pai de Tom.

olha, boa ideia. até pode ser mesmo e_e

- Mas és-o pelo sangue. E se antes não te sentias parte da familia, agora és-o porque estás comigo e és mãe dos meus filhos. - Eu compreendia a sua aprte.