Quarto do Enzo

Eu não sabia se devia ficar de todo aliviada.
- Vais-me deixar ser mãe dos gémeos?

- Tu já és mãe dos gémeos - Relembrei mas percebia aquilo a que ela se referia - Plenamente. Vamos deixar isso no registo.

Pela primeira vez em algumas horas, esqueci aquele assunto do Tom e sorri. Beijei os seus lábios e voltei abraçar-me a ele. - Obrigada. Obrigada por não me afastares deles.

- Celine - Provavelmente não era a altura ideal mas ia dizer-lhe. Fi-la encarar-me. - Toda a vida senti que havia falta de alguma coisa na minha vida, algo que não sabia o que era. Tentei abafar essa falta com dinheiro, poder, mulheres... Até que tu apareceste e apareceram os gémeos e eu percebi claramente que o que me faltava era uma familia. 

As suas palavras alegraram-me um pouco. As minhas mãos tocaram na sua face. - Mas agora já não te falta mais. Tens uma família, tens os gémeos.. - e eu sabia que lhe eram a coisa mais importante na vida. Ele amava-os, dava a vida por eles, se fosse preciso.

- Tenho e estou completo. Pela primeira vez na vida estou completo porque vos tenho a vocês - Só queria que ela entendesse quão importante era.

Apesar de tudo, estava feliz por estar com eles. - Eu sei que tomei a decisão mais acertada. Eu sei que vou ser feliz ao vosso lado. - talvez um dia, Tom compreendesse.

- E vais ser, Celine. Prometo - Estava a fazer-lhe muitas promessas que tencionava cumprir.

Esperava que aquelas promessas todas se cumprissem. - Estou cansada, agora só quero dormir e esquecer o dia de hoje, ou parte dele. - Suspirei e limpei as minhas lágrimas. - Desculpa se te estraguei os planos para esta noite.

- Então dorme, eu vou fazer o mesmo. Não queres tirar o vestido primeiro? - Perguntei. Eu ia ter de despir aquele maldito fato. - Não estragaste nada que não possa planear no futuro. Agora temos muito tempo.

Abanei a cabeça. Aquela palavras davam-me certezas que estaria ali, junto dele, no futuro. - Sim, ajuda-me, por favor. - virei-me de costas para ele e apontei para o fecho.

Desapertei o seu fecho. Fui cuidadoso e eficiente. Cedi ao impulso de acariciar o seu pescoço com as pontas dos meus dedos.

Com a sua ajuda tirei o vestido e pousei-o numa das cadeiras do quarto. - Obrigada. - Depois foi a minha vez de o ajudar. Beijei a sua face.

Tirámos a minha roupa até ficar apenas de boxers. Gostava daquela nossa interação. - Obrigado - Busquei a sua mão e apertei-a.

Abracei-o uma vez mais e beijei o seu pescoço. Apertei a sua mão. - Vamos dormir. - murmurei. Ambos precisávamos de descansar. Tinha sido um dia e tanto.

Assenti com a cabeça. Puxei os lençóis para trás e entrámos dentro deles. Abracei-me ao seu corpo e beijei o topo da sua cabeça.

Tirei ainda o meu colar. Não o queria estragar. Já dentro dos lençóis, senti-me bem mais relaxada e mais protegida. Beijei os seus lábios e depois fechei os olhos. Com a carga de problema que tinha na cabeça, demorei um pouco a adormecer.

Fiquei aninhado a ela durante o sono, o qual foi imediato. Naquela noite tinha todas as razões para me sentir bem.

Eu acordei mais cedo que o normal. Tinha tido um pesadelo, não conseguira dormir mais. E estava com umas olheiras horríveis. Peguei na camisa que Enzo ontem usara e abracei-me a ela. Ainda tinha o seu cheiro, era reconfortante. Depois de a vestir, fui buscar alguma coisa para comer e acabei por ficar na sala.

Acordei sozinho na cama. Não era bem isto que tinha em mente. Levantei-me e fui tomar um banho. Vesti qualquer coisa simples e fui procurar Celine.

Fui pousada na cama e puxei-o para o pé de mim. - Eu não tenho sono, mas se quiseres dormir, está à vontade. - abracei-me ao seu corpo.

Eu tinha sono. Apetecia-me dormir com ela ali.
- Se te aborrecer muito, liga a televisão - disse. Fechei os olhos.

Acariciei a sua face e beijei-o. As minhas mãos apoderara-se dos seus cabelos. Não ligaria a televisão, queria que ele tivesse o resto do tempo descansado. Por isso, deixei-me estar ali a acariciá-lo.

Rapidamente adormeci. Não sei quanto tempo dormir, mas foi repleto de bons sonhos.

Aproveitei para ir tomar banho. Precisava de relaxar.
Quando os bebés deram sinal de fome, fui ter com eles. Acabei por os levar para o quarto.