Sala de Estar

Sentei-me no sofá. Estava furioso e percebia-se.
Agarrava o copo de whisky com força.

Desliguei o rádio e parei de fazer aquilo. Olhei para ele.
Se tivesse sido descoberta estava feita. Engoli em seco e cautelosamente sentei-me ligeiramente perto dele.

Bebi o álcool todo de uma vez.
- não sou grande companhia de momento.

Eu tentava perceber se os meus pensamentos estavam correctos. - Não faz mal. - encolhi os ombros. - Não devías beber assim.

Olhei para o copo.
- Sou resistente ao alcool, não tem importância.

Revirei os olhos. Não me estava a referir apenas àquilo.
[b]- O álcool faz mal, sabes.[b]

- como tudo na vida - comentei amarguradamente.

Afastei o copo de si e aproximei-me dele.
Não o gostava de ver assim. - O que foi?

Grunhi de insatisfação ao afastar o copo de mim.
- Maus negócios. Temos de voltar para Los Angeles, tenho de pôr as coisas no lugar.

- Agora? - ergui o sobrolho e olhei para ele.
Estava tudo planeado para depois de amanhã.

- Hoje. Esta noite.
Estava a dar por terminadas as nossas férias e odiava isso.

Não me queria ir embora agora. Acho que não estava preparada para encarar aquela vida.
Gostava de estar ali, onde tudo era perfeito. - Está bem. - murmurei.

O facto de ter de acabar com aquelas férias deixou-me ainda mais furioso. Tive de me levantar e  ir dar um passeio lá por fora.

Mais cedo ou mais tarde aquilo teria que acabar não era? Então que fosse agora.. Segui para o quarto e fui arrumar a minha mala. Amanhã partiríamos e tudo voltaria ao normal.

Quando voltei para casa já tinham passado algumas horas. Eu já estava mais relaxado.

Os gémeos estavam a explorar as coisas da sala. Não sei como é que não estavam sonolentos depois da viagem. Apenas tomei cuidado de os vigiar, não fossem eles pegar em coisas que não deviam.

Com Francesco a dormir, fiz um lanche para nós os quatro. Ainda me surpreendia com a energia que os pequenos tinham. Eu por outro lado, estava cansada. Viagens deixavam-me sempre assim.

Ajudei-a com o lanche, mas sem trocarmos muitas palavras. No fim, estávamos os dois sentados no sofá. Os gémeos viam televisão - Cel..

Quando ele me tratava por Cel, o meu coração desfazia-se em manteiga. Era difícil ignorá-lo, quando a minha vontade era abraçá-lo e beijá-lo. Mas continuei dura que nem uma pedra. - Não fales comigo.

- Isto não vai resultar se não falarmos - Tentei alcançá-la, pousar a minha mão na sua - Eu estou a fazer o que é melhor para nós. Para vos proteger.

- Eu não sou obrigada a falar contigo. - Afastei a sua mão, antes que conseguisse alcançar a minha. - EU SEI! - peguei num grande pedaço do lanche e enfiei-o na sua boca. - Funcionamos melhor calados.

Ela e as suas jogas inesperadas. Revirei os olhos. Vi-me forçado a engolir o pedaço de comida - Calados e aos beijos - Aliciei, mirando os seus lábios carnudos.

Fiquei ligeiramente mais satisfeita depois daquilo. - Também pode ser. - gatinhei para cima do seu colo e beijei-o.

Assim gostava mais. Pousei as mãos na sua cintura puxei-a mais contra mim. Acariciei o seu pescoço.

Deixei escapar uma mão por dentro da sua camisa. Os meus dentes trincaram o seu lábio e seguidamente beijei-o no queixo. - Espero que tenha doido. - murmurei.