Quarto da Celine

- Tudo acaba.
Não disse mais nada. Simplesmente senti um vaio inesperado no peito.

No fundo não ficara totalmente feliz com aquilo. Eu gostava de estar ali.
O silêncio acabou por tomar conta de nós. Mexi-me ligeiramente na cama. Estava cansada.
Às tantas acabei por adormecer, abraçada a ele.

Eu quis dormir mas não consegui. As palavras dela perseguiam-me, eu era um monstro de homem e fizera-a sofrer. Para além disso tudo acabaria dali a uns três ou quatro meses. Porquê que isso me incomodava tanto? Porque queria estar com ela. Algo que nunca vai acontecer, nunca me amará.

Acordei para lá das dez. Não era habitual, já que a empregada acordava-me muito antes disso, mas ainda bem que nem o fizera. Remexi-me na cama e espreguicei-me. Enzo ainda estava ao meu lado, por isso, silenciosamente, saí da cama e fui tomar um banho.

Acordei e sentei-me na cama. Procurei a minha roupa e voltei a vestir-me. Estava prestes a sair do quarto quando ela regressou.

- Bom dia.. - sorri abertamente e caminhei até ao armário grande do quarto.
Como estava calor, tirei apenas um vestido e um casaco de malha.

- Bom dia - cumprimentei de volta.
Esbocei um semi-sorriso.

Vesti-me rapidamente e fiquei pronta num instante. Aproximei-me dele com um pequeno sorriso nos lábios. - Panquecas? - não queria estar a abusar, mas, eu adorara mesmo a sua comida. - Podes fazer?

esse avatar é horrível, js..

- Erh.. sim, sim. Vou só tomar um banho rápido. Encontra-mo-nos na cozinha.
Saí do seu quarto e fui para o meu.

Sorri ainda mais, por me ele ir fazer as panquecas.
Como esperado saí do quarto, para a cozinha.

Estava cansada. Tinha ido a casa buscar algumas coisas que precisaria. Há muito que não dormia naquela cama. Inicialmente foi estranho, mas lá adormeci.

Eu vira-a com os gémeos. Ela tinha jeito com eles, era algo natural. Não podia dizer que não me deixava incomodado.
Entrei no quarto, segurando a caneca com café.

Os bebés deviam dormir, mas faziam questão de se remexerem e sorrirem para tudo o que viam. Eu estava a contar-lhes uma história, do tempo em que era caloira, na área das falsificações e mesmo que eles não entendessem nada, era reconfortante falar com alguém. Só então é que reparei em Enzo.

- A Sienna tem fisioterapia daqui a pouco - decidi não reclamar com Celine, embora o quisesse fazer. Aproximei-me da cama e sentei-me. Brinquei com a pequena bebé.

Eu não sabia da rotina daqueles pequenos, era normal ficar surpreendida com aquela noticia. Olhei para a bebé, mas também não deixei de parte a atenção por Vin. - Tudo bem.

Peguei em Sienna. Observei a minha filha. Tinha olhos azuis claros como os de Celine. Partilhavam também a mesma cor de cabelo e pele. Até o narizinho dela se parecia com o da mãe. Custava ter uma recordação permanente de Celine num ser que amava imenso.

Puxei o pequeno para os meus braços e embalei-o. Não foi difícil de o adormecer, por incrível que parecesse. Olhei para Enzo, tomei atenção à mãozinha da bebé. Aquilo apertava-me tanto o coração. - Ela vai ficar mesmo bem, não é?

A voz de Celine despertou-me.
- Uh, sim... esperemos que sim - Fiz uma festa na cara da bebé. Levantei-me com ela - Cuidas do Vin entretanto?  - Era um voto de confiança somente assente no facto de perceber que ela gostava dos meus filhos e que não tinha maneira de sair desta casa com eles.

Esperava que a fisioterapia os tratamentos fizessem a minha pequena ganhar a mobilidade certa da mão. - Sim, cuido. - sorri abertamente. Nem era preciso perguntar.

- Está bem - Saí  do quarto com Sienna ao colo e fui até outra divisão onde o médico já nos esperava.

Eu ficava curiosa por saber como seria essa fisioterapia de Sienna, mas estava a cuidar de Vin e como tal, iria dar-lhe atenção. Deitei-me com ele e beijei o topo da sua cabeça.

Eu conseguia ouvir ao longe dos gritos da bebé. Era algo agoniante e sentia-me uma incapaz. Tentei absorver-me daquilo, dar atenção a Vin. Às tantas adormeci.

Acordei sobressaltada, com um sonho que acabara de ter. Vin ainda estava ao meu lado. Ser mãe.. nunca tivera uma experiência tão boa como aquela.

Eu estava no quarto. Ia ver como estava Vin e dei com uma Celine a dormir. Apercebi-me da maneira de que olhou para o meu filho.  Era uma maneira especial.

Ia levá-lo para o berço, quando me apercebi da presença de Enzo. Olhei-o meio atrapalhada e peguei no bebé com cuidado. - Já o ia levar. - murmurei.