Quarto do Enzo

Mas ele não percebia português? Eu não queria mais aquele acordo de xaxa.. Enzo que tivesse pensado naquilo, antes de ter-se recusado à minha proposta. - Não, pára de ser chato. Procura outra gaja. - revirei os olhos.

Ela começava a cansar-me. Com tantas vadias no mundo eu queria mesmo esta para carregar o meu filho? Que idiota. Revirei os olhos e voltei a vestir-me - De preferência uma gaja mais bonita e com melhores maneiras.

Estalei a língua e sorri abertamente. Coisas como aquelas, não me afectavam minimamente. De facto, até metia uma certa graça. Sentei-me na cama e juntei a minha mãos, aos pés. - Exactamente isso. - ri-me.

- É o que devia fazer. - Aproximei-me dela. Uma distância perigosa, tal como a ameaça que se espelhava nos meus olhos - Mas decidi que te escolho a ti. Não vou descansar enquanto não servires os meus propósitos.

Olhei-o meio confusa. Não percebia o porquê, daquela sua insistência toda, quando ele podia arranjar alguém melhor e menos exigente. - Estou disposta a repensar na proposta, se tu também estiveres, disposto a fazê-lo.. - encolhi os ombros.

Eu não tinha nada a repensar - ofereço-te um novo acordo mas não sejas gananciosa - avisei.

Eu não era gananciosa, apenas optara por escolher um preço justo. Já para não falar, que estar ali, dava-me uma certa ''liberdade'', de poder fazer algumas coisas. - Não o sou. - revirei os olhos. - Mas ok.

- Pouco. Metade daquilo que eu tenho é algo que provavelmente não tens em mente - Afinal de contas eu detinha um império com os Crips.

- Hey, essa proposta era mais do que justa! - ele não ficava pobre, ou algo do género. E depois, eu sabia que em poucos meses, ele ia podia-se repor perfeitamente bem. - Mas aquilo do vídeo, ainda se mantém.

- Justa? Não, era gananciosa. - Referi.
- Estabelece melhor os termos da proposta para ficarmos esclarecidos.

- Justa. - voltei a insistir. Levantei-me da cama e vesti as minhas cuecas e o resto do pijama. - Bom, já sabes, eu vou querer uma quantia suficientemente grande, o vídeo e todas as cópias que tiveres e quem sabe, um espaço ainda maior, para o meu trabalho, em termos de mercado. - não que a última fosse necessariamente precisa. Mas, porque não aproveitar?

Não era justa em ponto nenhum.
- Deves achar que é natural - retorqui, revirando os olhos - Pede-me um valor. Só terás isso, dinheiro e o video.

- Eu repensei na proposta, quando podia simplesmente, pegar nos meus pézinhos e sair daqui. - Sorri cinicamente. Não ia ser tão fácil assim, ter o que queria. - Dude, dar-te um filho ou não é-me igual. Se não me deres o que quero, então procura outra pessoa. - e seguidamente saí dali.

Ela era estúpida se achava que eu a ia deixar sair daqui tão facilmente, sem acordo. Segui atrás dela e agarrei-a antes que saísse - pode ser-te igual mas não o é para mim.

- E o que é que isso me interessa? - olhei-o. Não lhe ia dar um filho, só por ter pena de ele ser estéril, ou quase isso. Mesmo que.. talvez, isso, tivesse sido algo que eu sentisse inicialmente.

- A ti? Nada. Mas deves saber que eu obtenho sempre aquilo que quero e neste momento o meu interesse és tu - reafirmei.

- Obtinhas. - corrigi-o. - Pelo menos, da minha parte, não vais obter filho nenhum. - e com tantas coisas, já estava a querer insinuar, que se calhar, não haveria mais acordo nenhum.

- Ia obtendo uma vez. O que te faz pensar que não o consigo outra vez? Pensa, até acabámos de ter sexo desprotegido outra vez - comentei secantemente.

- Faz-me pensar, que se engravidasse, eu abortava. - sorri cinicamente. Nós podíamos ter feito sexo desprotegido, mas ele era quase estéril e mesmo que já tivesse engravidado uma vez, se houvesse outra, não faria intenção de continuar com aquilo.

Agarrei-a pelo braço, com força - é por essa mesma razão que não vais a lado nenhum, Connor - disse sem piada nenhuma desta vez. Estava bem sério.

- Larga-me, idiota! - gritei. Ia-me embora, quer Enzo quisesse, quer não. Já estava decidida, em não lhe dar filho nenhum e ele não me podia obrigar a dar-lho. - Ai isso é que vou.

- Não vais, não. És minha refém, a partir de agora. Se não aceitas da maneira mais educada, tenho de partir para esta - Para além disso ela já fora minha refém uma vez, bem podia ser outra.

Comecei-me a rir, já que aquilo era mais parecido a uma piada que a outra coisa. - Faz isso Enzo, faz.. - sorri cinicamente. - Faz isso e vais ver que aí sim, não vais ter filho nenhum.

- Veremos...
Ainda a agarrar nela levei-a para fora do meu quarto. Levei-a para o dela, onde Celine ia ficar até levar o tempo que fosse preciso para a engravidar.

encerrado.

Acabei por ir para o meu quarto. Deitei-me na cama e antes de adormecer pensei que afinal de contas, talvez conviver com Celine nem fosse ser tão mau. Depois adormeci.