Rua Secundária

Olhei para o interior do seu carro e seguidamente para ele. Nem morta iria para a bagajeira. Já tinha vivido a experiência de ter ido numa, quando um dia também fora raptada e não era nada confortável. Revirei os olhos e lá entrei.

Assim que la entrou, tranquei automaticamente as portas. - Assim está melhor. Cooperante. - Com as mãos atadas daquela forma, ela não poderia fazer quase nada. E mesmo que arranjasse maneira de tirar as amarras, não teria armas para usar. Fui para o lugar do condutor e arranjei umas ligaduras que guardava ali.

Revirei os olhos. Enquanto ele estava para ali distraído com a ferida que eu lhe fizera, consegui soltar os meus pulsos e consequentemente, consegui tirar aquela mordaça da minha boca. Aproveitei aquilo que ele usara para me prender os pulsos e envolvi isso e os meus braços no seu pescoço, apertando-o contra o banco do carro.


fodeu, já não vou ao marés..

Não me ia perguntar a mim mesmo como é que ela conseguira soltar as amarras. Não tinha tempo para isso. Agarrei na suas mãos e fiz força sobre os seus ossinhos, provocando-lhe uma doce dor. Em segundos o meu pescoço estava livre. - Estás a enervar-me, cadela - rosnei e fitei-a duramente. Ainda a agarrar os seus pulsos com uma mão, tirei um spray e apontei para a cara dela - bons sonhos - disse com um sorriso malicioso e pulverizei-a. Em menos de trinta segundos, ela estava caída no bando de trás, inconsciente. 
Então sim, liguei o carro e dirigi para minha casa.



encerrado.

vais sim.
responde no quarto de hóspedes

Andei até aquela rua, parei no sítio do costume. Como eu odeio esta rua, mas é a mais discreta. Já não vinha para cá à anos. Já passaram anos que não vejo o Tyler.

Saí de casa com a minha mochila na mão e enfiei-me no carro indo até onde tínhamos combinado. Hoje era um dia muito mau para se fazer negócios, mas tinha que fazer sacrifícios. Ao ver Matty ao longe, saí do carro e fui na sua direcção com um sorriso.

Arrumei o telemóvel depois de lhe mandar mais uma mensagem. Olhei para cima e viu a vir na minha direção, sorri. Ele estava diferente, mais giro.
-Olá giraço. - Abracei-o.

Olhei para o meu telemóvel vendo que era uma mensagem dela e abanei a cabeça - eu nunca me demoro - disse-lhe e abracei-a quando fez o mesmo - desaparecida, uhn? - afastei-me para lhe dar a minha mala. - Toma lá a coisa urgente.

Ri-me com o seu comentário.- Sempre com o mesmo sentido de humor.- Afastei-me um pouco.-Desculpa tive que sair daqui por uns tempos, e tu? Obrigada.

-Se não tivermos sentido de humor o que é que temos? - perguntei encolhendo os ombros olhando para a minha mala que já estavam nas suas mãos - eu estou na mesma, mas mais bonito.

Abri um pouco a mala confirmando. - Nada... Isso é verdade, mas olha que eu não me fico atrás, bem pelo contrário. - Ri-me. Já tinha saudades das nossas palhaçadas.

Sorri ao vê-la confirmar e cruzei os braços - pois não, mas isso já sabíamos. - olhei em volta e endireitei-me - eu não gosto de pedir isto a amigos, mas - apontei com o queixo para a mala - eu preciso do dinheiro.

-Não o tenho aqui, não ia andar com aquele dinheiro todo. Está em minha casa. - Olhei em redor.

-Está bem - meti as mãos nos bolsos, já estavamos ali à demasiado tempo. - então vais levar-mo ou eu vou contigo busca-lo? - perguntei

-Vens comigo... assim aproveito a boleia, ainda não consegui ir comprar um carro discreto. - Murmurei enquanto passava-lhe a mochila para as mãos. -Lucky, eu sou a mesma, não precisas de estar assim.

-Para que é que precisas de ter um carro discreto? - perguntei - toda a gente em LA tem todo o tipo de carros do mais extravagante possível -ri-me enquanto abanava a cabeça e agarrei de novo na mala agarrando também na chave - tenho medo é que eu não seja o mesmo - apontei para o carro - vamos.

Entrei no carro. Fiquei a moer no comentário dele. "tenho medo é que eu não seja o mesmo"
-Porque é que dizes isso? - Perguntei.

Entrei no carro colocando a chave de novo na ignição. Olhei-a antes de arrancar e respirei fundo - isto leva-nos ao fundo não é? - encolhi os ombros começando a sair daquele fim do mundo. - e mataram os meus avós. - olhei-a - ainda vives no mesmo sítio?

-Oh meu deus Tyler, não imaginava, lamento... - Olhei-o. -Sim... Ainda...

-Não lamentes, quem fez isto ainda vai pagar - olhei-a por momentos com um sorriso. - óptimo, assim já sei onde é que posso dar umas escapadelas.

Ri-me. -Sempre que quiseres e já sabes que se precisares de ajuda eu estou cá.

Acelerei até sua casa que não ficava a muito londe dali - ajuda a matar os gajos? Não preciso, mas percebi - disse juntamente com um sorriso parando à entrada de sua casa.

encerrado

responde onde quiseres

As semanas foram-se passando. A minha relação com Enzo estava a ganhar novamente a segurança e a confiança de antes. No entanto, continuávamos viver em casas separadas, mesmo que por vezes eu passasse a noite com ele.
Segui até a um contentor que tinha em posse, perto do porto de LA. Georgini e os seus homens já lá estavam. E quando mo abriram pude ver a reles criatura que lá dentro estava. - Espero que tenhas tido uma boa viagem, Guiuliana. - sorri de forma cruel e maliciosa. Ela estava toda amarrada e suja.
- Por favor Celine, solta-me. Deixa-me ir.. - Pela primeira vez conseguia ver medo no seu olhar. Isso deliciava-me. Acabei por gargalhar.
- Isso não me parece possível. - eu queria vingança e ia tê-la. - Acho que vais ficar aqui durante uns tempos..
- Eu.. Eu.. Eu estou grávida! Por favor, pensa no meu filho.. - ouvi-la, fez o meu estômago revirar. Passei disfarçadamente as mãos pela minha barriga. A raiva tomou conta de mim.
- Pensar no teu filho? E tu pensaste nos meus quando te juntaste à Allegra e ao Anthony? - gritei. - Ele violou-me durante dois meses! Sabes o que isso é?!
- Eu não sabia, eles disseram apenas para não me preocupar.. - cerrei os punhos. - Olha, o Enzo.. Ele ama-te. Quando estávamos juntos, só chamava pelo teu nome. Por favor Celine, tu não és como eu.. - não suportava mais ouvir a sua voz.
- Pois não, sou bem pior. - fiz sinal aos homens de Georgini. - Sem água, sem comida. Ela que fique aqui presa.. hum.. durante dois meses? Esqueçam que ela existe. Depois podem atirar o contentor ao mar.. - olhei-a. - Boa sorte com essa criança. - ironizei. Virei costas e saí dali. Segui até ao centro comercial mais perto e depois fui para a casa de Enzo.

Eu prometera a Celine que me ia manter em segurança. NO entanto, neste momento, isso era impossível. Eu continuava a ser o melhor, porém. Consegui aniquilar um dos grupos opositores. Custara, ficara ferido, mas saíra por cima. Faltava mais um. Só um.
Pensei que o ia caçar primeiro do que ele ma caçaria a mim.
Mas revelei-me errado assim que numa noite sofri um armadilha...