California Hospital Medical Center

- É muito estranho. - fiz uma careta. Por vezes doía, outras vezes, era algo de se suportar. - Mas não é mau.. é só.. é só mesmo estranho.

Eu assim acreditava que fosse. Acabei por tirar as minhas mãos da sua barriga antes que o momento se tornasse embaraçoso.

Recompus-me na maca e puxei o vestido para baixo.
- Achas que já dá para saber o sexo deles?

- Sim, sem dúvida.
Respondi. Lera num livro qualquer que era a partir do quarto mês que se sabia.

- Achas que o podemos ver agora? - perguntei.

A ideia de descobrir agora o sexo dos bebés animou-me.
- Sim, claro. Deixa-me chamar o médico - levantei-me algum custo e saí do quarto.

Não queria demonstrar o quão alegre ficava por saber aquilo, pelo menos, não quando Enzo estava por perto. O médico acabou por aparecer e levou-me até ao seu consultório.

Eu segui atrás dela e do médico. Eu estava a torcer por dois rapazes... já veríamos.

A minha preferência era pelo sexo feminino. Mas aquilo não interessava para nada. Depois de pronta, o médico começou a examinar os bebés. Estava tudo bem, aparentemente.
Agora seria a hora da verdade. Demorou mas o médico lá conseguiu descobrir o sexo dos bebés.
- Parabéns, vão ter um casal. - sorri abertamente.

Um menino e uma menina. Caí na realidade. Esbocei um enorme sorriso. Tinha querido 2 rapazes mas agora nem me importava nada.

Saí de cima da maca, quando me foi permitido.
- Que achas? Um rapazinho e uma menina. - ri-me.

- Parece-me bem, muito bem.
Respondi sem conseguir conter a felicidade a minha voz.

- Agora vais ter um pirralho e uma princesinha para te atentarem a cabeça. - saímos do consultório e seguimos para o quarto. - Agora já poderás pensar definitivamente nos nomes deles. - tive que me apoiar nele, porque aqueles dois não paravam quietos.

- É, parece-me que sim.
Ajudei-a a voltar para o quarto onde estávamos - Ainda não tenho nada em mente, sinceramente.

- Se quiseres eu posso-te ajudar. - talvez não devesse oferecer a minha ajuda, mas naquele momento, nem pensei muito. Assim que chegámos ao quarto, fui surpreendida pela imagem do meu irmão. - Tom? - olhei-o de olhos arregalados. - O que estás tu a fazer aqui?
- Isso pergunto eu. Que estás tu a fazer aqui, com este tipo e ainda para mais.. tu estás grávida? - ai que confusão. A última coisa que queria, era que ele me visse assim. Merda..

- Será uma ajuda bem vinda - acabei por dizer, esboçando um ligeiro sorriso.
Sorriso esse que se fechou imediatamente quando vi o seu irmão. A minha expressão tornou-se fria e distante, ameaçadora. Só não respondi porque cabia a ela dizer-lhe.

Oh não, é que nem pensem que eu fosse dizer aquilo assim. Tom ia-se passar. Mas nem foi preciso muito, o meu estado de choque e aquela cena ajudavam bastantes a ele somar um mais um. - Tu estás grávida ele? - ia-lhe responder, mas nem tive tempo. Tom atirou-se logo para cima de Enzo. - O que é que tu fizeste à minha irmã, seu cabrão!

No minuto em que Tom me agarrou, ripostei. Podia estar debilitado mas não era fraco nenhum. Empurrei-o para trás, afastando de mim - Acho que já compreendeste isso sozinho - disse, com um sorriso de gostinho pela expressão dele.

Passei a mão pela minha testa. A última coisa que queria, era ver o meu irmão furioso daquela maneira. Aquilo nem devia estar a acontecer. Um sorriso sacana formou-se nos seus lábios e só o vi a atirar-se novamente para cima de Enzo. Eu não queria que eles se magoassem, entrava em pânico, se os continuasse a ver à luta. Então tentei separá-los, mas acabei por ser empurrada por um deles e embater contra um móvel. Senti logo uma enorme dor.

O orgulho masculino falou mais alto. Eu e Tom envolvemo-os em pancada, murros para ali, pontapés para acolá.
Só parámos - e tive de seu eu a parar - quando ouvimos o tiro. Fiquei mudo até olhar para ela - Celine! - separei-me de Tom e fui até ela rapidamente.

Apesar da dor que sentia, tentei levantar-me. Comecei a chorar, não por dores, mas sim por estar em pânico. Enzo aproximou-se de mim e seguidamente Tom. - Idiotas. - gritei. - Vocês são uns idiotas.

Mordi o lábio - Tu estás bem? - perguntei alarmado. - Sim somos idiotas e tu precisas de um médico - apressei-me a ir até ao corredor e gritei por um.

Tom pegou-me ao colo e levou-me para cima da maca.
Não parava de sentir dores. Rapidamente, veio um médico, ver-me.

Eu estava bastante nervoso e preocupado e desconfiava que os pontos que levara por causa do tiro estavam prestes a abrirem-se. Mas essa não era a minha preocupação, mas sim Celine, ou melhor, os meus filhos.
Expliquei assim muito rapidamente ao médico o que aconteceu e ele começou a analisá-la, acabdno por chamar as enfermeiras.

Eu não parava de chorar. As enfermeiras tentavam-me acalmar, mas pouco surgiu efeito. Não queria aqueles dois ali.
Acabaram por os expulsar do quarto. E depois de me examinarem, deram-me uns comprimidos para dormir. Aparentemente, não afectara os bebés, mas a partir daquele momento a minha gravidez, poderia correr ainda mais riscos.