California Hospital Medical Center

Pressionei o pequeno saco de gelo no seu maxilar e puxei-nos para o pé da maca. - Vem deitar-te comigo. - a enfermeira não gostou muito do que ouviu. No entanto, não se pronunciou. Deixou-nos novamente a sós.  - Por favor. - fiz beicinho.

Ali quem estava magoado era ela, não eu. Contudo Celine conseguia ser bastante insistente e lá fiz o que me pedia - És uma chata, sabias? - Sorri.

Depois de o ouvir, apertei o saco de gelo com força, para que doesse. - Sabia e tu és um idiota. - fiz uma careta. - Como está a Bella?

- Auch! - Reclamei com aquele seu súbito ataque de antipatia. - Está a recuperar. Ainda dormia, não consegui falar com ela.

- Oh.. Falas com ela mais tarde. - encolhi os ombros. - Enquanto tu estavas com Bella, eu o Geo estivemos a falar sobre sítios onde nos podemos casar. E bem, eu quero-me casar numa basílica, grande e cheia de coisas. E não aceito um não como resposta.

Como a conversa mudava rápido.
A sério que ela falara com Georgini sobre aquilo? E que interesse tinha ele nisto? Ele não apoiava a nossa relação. - Pensei que fosses querer algo pequeno, sabes, com não te agrada muito a cena católica... Mas por mim uma basilica é perfeita.

Eu pensara em algo simples e pequeno, mas depois mudara de ideias. - Quero algo à grande e à francesa, neste caso, à italiana. - ri-me. Ele sabia que eu não acreditava em nada daquilo. Mas queria algo bonito.

Por mim tudo bem. O nosso casamento ia ser como ela o queria e imaginara - Tudo como quiseres.

- Então, eu tenho três basílicas em mente. A de San Giorgio Maggiore, San Marco e da Santa Maria della Salute. - e tudo bem, ainda faltavam muito tempo para casarmos, mas era bom começarmos a pensar em algo. E sempre era uma maneira de passar o tempo, já que ia ficar no hospital um ou dois dias.

Bom, que ela tinha mesmo pensado nisto. E escolhia as melhores basilicas. A minha resposta foi instantanea - Santa Maria della Salute. É a melhor.

Sorri abertamente e beijei-o na face. De basílica escolhida, acabámos por explorar outros temas da conversa. Eventualmente Bella acabou por acordar e aí eu também a quis ver. Ela estava com um ar bem mais sereno.

Acompanhei Celine na visita a minha irmã. Era bom vê-la acordada. Viva. Nunca mais permitiria que algo assim acontecesse.

Tanto eu, como Bella, acabámos por ficar internadas naquele hospital mais dois dias. Eu já estava totalmente recuperada, mas o mesmo não podia dizer da italiana. No entanto, ela acabou por receber alta. Viria para casa connosco. Eu estava cheia de saudades dos gémeos e dos empregados.

Eu ia ficar internada no hospital. Ainda não tinha contracções, parecia que o nosso Francesco era um pouco teimoso. Mas já tinha algumas enfermeiras em volta de mim. Só no final do dia é que entrei em trabalho.

Aquelas contracções iam aumentando com o passar do tempo. Caraças, estava tão nervosa. Nunca tinha feito aquilo.. quer dizer.. o parto dos gémeos fora diferente. Eu estava inconsciente quando eles nasceram. - É um Francesco, Enzo! - fiz uma careta.

- Bom, talvez. Há 50% de hipóteses que seja - Eu ficaria muito contente se fosse, realmente, um Francesco. Mas também ficaria feliz se fosse uma pequena Bella. - Em breve saberemos - Sorri ligeiramente e acariciei a sua mão.

Não houve muito mais tempo para conversas. Eu estava certa de que seria um menino. Seguimos para a sala de partos e foi aí que passámos umas boas horas.

Era mais fácil estar num conflito armado, no meio de balas e porrada, do que ali, na sala de partos com a tua mulher a quebrar-te a mão e a gritar de dores. Horrível. Mas obriguei-me a ficar ali e apoiá-la, embora de nada servisse.

Ouvir o choro do nosso filho e tê-lo nos braços foi sem dúvida o melhor de tudo. Ele parecia tão frágil, mas tinha um ar saudável. - Eu disse que era um menino. - murmurei. - Deves-me um vestido. - mostrei-lhe a língua.


as grávidas não gritam de dores e sim do esforço.. com epidural não sentes nada Z.Z

Foi um alivio quando ouvi o choro do bebé...e quando o médico disse que era rapaz! Tinha um sorriso do tamanho do mundo na cara. Beijei o topo da cabeça de Celine e depois vi pela primeira vez o nosso bebé - Pois disseste. Sê bem-vindo, Francesco.

e eu sabia lá se ela tinha epidural ou não!

O bebé foi entregue às enfermeiras e pouco depois, pude voltar para o meu quarto. Estava tão cansada. E queria tanto o nosso filho perto de mim. - Fica de olho nele.. - ficaria mais descansada se Enzo estivesse perto de Francesco.


isso era óbvio, por alguma razão enrolei.. e a maioria das grávidas usa epidural e o bebé é horrível G.G

- Não o vou perder de vista... Descansa - Murmurei e vi-a ser levada para o quarto. Eu segui as enfermeiras para a sala onde Francesco estava a ser examinado. Fiquei perto dele o tempo todo. Os médicos diziam que era um bebé saudável e isso é que importava. No fim, deixaram-me ficar com ele ao colo. Tinha o meu filho nos braços pela primeira vez - Eu vou sempre proteger-te, Francesco. Sempre - Murmurei para o pequeno que entretanto adormeceu. Indicado pelas enfermeiras, regressei ao quarto de Celine com o bebé.

Ainda descansei um pouco. Quando Enzo apareceu no quarto com o bebé, não consegui parar de sorrir. Ficava-lhe tão bem a paternidade. Estiquei os braços. - Passa-mo por favor.