California Hospital Medical Center

Olhei-a com intriga e curiosidade - ainda tenho mais quatro meses para te fazer despertar essas outras facetas.

- Podes tentar, só não sei se o irás conseguir. - coloquei as mãos atrás da cabeça e um pequeno sorrisinho formou-se-me nos lábios.

- Por norma consigo sempre as coisas que quero - disse em resposta. Ela devia saber isso, já que a minha "fama" era bem conhecida. Aproximei-me mais da margem da maca para ficar próximo dela.

Eu sabia perfeitamente daquilo. Afinal, ele sempre tirara o que conseguira e queria de mim. Aproximei-me também da margem. - E pode-se nem aplicar nisto.

Sorri maliciosamente, cada vez mais perto dela.
- não me parece...

Estive perto de me rir e também voltei a aproximar-me.
- mas parece-me a mim..

Só não voltei a responder porque entretanto entrou uma enfermeira com o jantar para os dois. - Comida de hospital, não - disse. O meu dinheiro comprava coisas melhores. Liguei ao meu primo, exigindo que mandasse da melhor comida italiana para nós dois.

Eu não era grande adepta de comida italiana, mas não me pronunciei sobre isso. Recompus-me na maca e esperei que a comida chegasse.

A comida finalmente chegou e nós ficamos sozinhos no quarto novamente.
- Tens fome? - perguntei.

- Não muita. - fiz uma careta. - Acho que passo. Daqui a pouco, como qualquer coisa.

Não ia insistir com ela para não ser chato mas mais tarde verificaria se ela comia.
- Tu é que perdes - brinquei e servi-me.

- Eu não gosto dessa comida. - revelei, com um revirar de olhos. E depois, se eu estava grávida, obviamente que teria que comer algo saudável. Levantei-me e fui buscar algo para comer.

- Como assim não gostas? - toda a gente gostava de pastta italiana. - vives há meses na minha casa e não gostas disto? - perguntei quase a rir.

- Esqueces-te que a tua empregada quase nunca me faz dessas coisas. - sorri cinicamente. - E esqueces-te também, que sou esquisita no que toca a comer.

- tu és esquisita a comer, lá isso é verdade. devias comer melhor mas não te vou dar nenhum sermão - calei-me antes de me tornar chato.

- Eu desde pequena que nunca gostei de comer. - cruzei os braços ao peito. Era verdade que agora com a gravidez o meu apetite era maior, mas mesmo assim, ainda me retraia na hora de comer. - Enfim.. Sou mais olhos que barriga. - ri-me.

Talvez fosse por isso que ela era tão magra.
- Ainda te vou dar a provar coisas que vais querer comer sempre. Conheço umas receitas de pôr água na boca.

- Hum.. se essas coisas forem tão boas como as tuas panquecas e teus os crepes, acredito que sim. - fiz uma careta. De facto, ele até cozinhava bem. Mas isso não me admirava.

- são ainda melhores - prometi. Eu era muito bom em doces, graças à minha mãe que me ensinara enquanto era viva. Era mesmo um doce dessas que fazia falta ali.

- Hum.. está bem. - eu era um desastre na cozinha, por isso, preferia sempre fast food e coisas assim. Aproveitei que as nossas macas estavam praticamente juntas, para me chegar perto dele. - E vais fazer quando formos embora daqui?

Reparei em como ela diminuíra ainda mais a distância entre nós os dois.
- Se quiseres. Acho que estás a merecer uma pausa na confusão em que te meti e compensar-te com umas iguarias.

- Serão precisas muitas iguarias para me compensar! - dei-lhe uma pequena cotovelada e ri-me. Acabei por voltar para o meu lugar e deitei-me na maca. Foi então que comecei a sentir alguns movimentos pela parte dos bebés. - Eles estão a mexer-se. - coloquei as minhas mãos na barriga.

- muitas iguarias serão - desde que ela comece eu já ficava satisfeito.
Sorri quando ela disse aquilo - Posso?

Abanei a cabeça e deixei-o tocar-me na barriga. Os filhos eram dele, não o iria proibir de nada. Além do mais, era tão estranho, sentir aquilo. Ao mesmo tempo, era tão bom.

Juntei as minhas mãos ao seu ventre saliente. Sentia pequenos movimentos ritmados e era maravilhoso, especialmente depois do que acontecera quando quase chegara a pensar que os podia perder. Eu já amava aqueles pequenos seres - é estranho?