Quarto do Enzo

Eu, que ainda estava vestido, procurei logo algo no meu bolso. Espantei-me ao entrar a pequena peça metálica. Sorri, mesmo sabendo que ela provavelmente não conseguia perceber isso pela janela. 
Prometo fazer bom uso. Enviei de volta.

Guardei a chave, pensando em qual seria a melhor altura de a usar pela primeira vez. Agora era demasiado apressado...
Levantei-me e comecei a tirar a roupa do dia.

Fomos para o nosso quarto. As minhas mãos pousaram em cima das suas. Aquela gravidez estava a ser menos cansativa e mais tranquila que a dos gémeos. No entanto, ambas eram especiais. - Estou muito bem, agora que estás aqui. E tu? Algo que te aborreça?

Ficava contente ao ouvir aquelas coisas, claro.
Suspirei e fui retirando o nó da gravata que me apertava. - Cansado. Negócios que correram mal.

Eu acabei por desapertar-lhe a camisa e ajudá-lo a tirar-lhe a gravata, enquanto o ouvia atentamente. Ofereci-lhe um olhar solidário e tranquilo. - Hum... estes correram mal, outros irão correr melhor, tenho a certeza. E sabes que eu estou aqui para o que precisares, não sabes?!

Não me apetecia falar daquilo. Muito menos com ela, pois não queria aborrecê-la - Sei. E eu também estou aqui para te ouvir, sempre.

Era bom poder contar com ele e eu queria que ele soubesse que também podia contar comigo. Atirei a sua camisa para cima da cadeira e abracei-o. - Vamos dormir meu amor, precisamos de descansar.

- Está bem...
Acabei de tirar a minha roupa, ficando apenas de boxers como era normal.

Passaram-se mais alguns uns dias. Os gémeos estavam cada vez mais crescidos. Vin aprendera a falar algumas palavras em italiano e Sienna, que na linguagem era um pouco mais avançada que o irmão, só queria saber do ''papá zo'' e de mais ninguém.
Aproveitei que Enzo estava a tratar de uns negócios, para sair um pouco. Precisava de fazer umas comprinhas. Os bebés tinham ficado aos cuidados de Grazi e Óscar.

Cheguei a casa de bom humor ao ver os meus pequenos a gatinhar para mim. "Papá, papá" . Eram tão adoraveis. Peguei nelas e mirei Grazi - A Celine? - Mas apenas me respondeu que saíra.

Eu estava com um péssimo pressentimento. Estava apreensivo porque Cel não chegava. Foi quando recebi uma chamada a dizer que a minha irmã tinha sido avistada no centro comercial... com Cel! Nao soube mais nada. Tentei ligar para Celine.

Inicialmente estava aliviado por ela me atender, mas depois percebi logo pelo seu tom de voz que algo corria mal. quando por fim mo disse, senti o meu mundo cair - A Bella...não pode ser... E tu Cel? E tu?! - Mas então ela deixou de falar e eu entrei em pânico -CEEEL!
Levantei-me logo e saí de casa o mais depressa que pude.

- Claro que vou contigo - Respondi e subimos.
Liguei apenas as luzes médias para termos um ambiente mais tranquilo ao entrarmos no quarto. Abracei-a por trás e beijei o seu pescoço. Tinha saudades suas.

Grunhi de forma agradada e fechei os olhos. O meu corpo encostou-se ao seu. - Por muito que eu queira, hoje não. - suspirei. Não me sentia muito confortável com a ideia. - Falta apenas uma semana para este pirralho nascer, podemos esperar até lá?

Eu tinha ouvido muitos nãos ao longo daqueles meses. Por um lado era frustrante, mas eu tinha de entender. Assenti - Só quero trocar alguns miminhos com a minha mulher - Não pedia mais nada. Quando o bebé finalmente nascesse (e eu já não queria esperar mais!), íamos voltar a estar umas quantas semanas sem ação.

- Prometo que depois te recompenso e muito! Se for preciso, vamos até para o outro quarto, experimentar o teu novo chicote. - já há muito que o queria fazer. Beijei-o nos lábios muito rapidamente.

Abanei a cabeça - Estou pronto quanto tu quiseres, meu amor... já é recompensa estar contigo - Eu passara a pensar assim depois do incidente no centro comercial. Ficamos ali, no meio do quarto, trocando beijos e inocentes caricias.

- Ambos sabemos que não é bem assim. - beijei-o, antes que me pudesse responder e puxei-nos para cima da cama. Enzo precisava de sexo e disso eu sabia. - Como disse, depois recompenso.

Olhei-a francamente depois do beijo - Na verdade, é. Não há mais ninguém no mundo com quem queira estar, por isso esperar por ti é-me suficiente - Claro que preferia quando tinhamos ação. - Por agora chegam-me uns beijinhos.

É claro que as suas palavras fizeram o meu coração bater mais rápido. Ele deixava-me assim, sempre que dizia coisas do tipo. - Vou fingir que acredito que uns simples beijos te cheguem.

Soltei umas gargalhadas - Bom, não te vou dizer que me satisfazem a cem por cento, mas por agora é suficiente para sobreviver ao desejo - ri-me e beijei-a.

- Bem, eu estaria disponível para te fazer um blowjob, mas agora que dizes isso, não me preocupo tanto. - mostrei-lhe a língua. Mas acabei por me dispersar um pouco daquele assunto. - Hum.. e como foi o dia?

Novamente, ri-me - Se estás cansada, não vamos fazer nada. - Era esse o meu princípio. Tentei que nada transparecesse no meu rosto quando ela fez a pergunta - Foi normal. O típico. Não vou trabalhar mais nestes dias, pelo menos fora de casa. 

Enzo não me conseguia convencer. Sentia mesmo que se passava algo e que ele não me queria contar. - Vou fingir ser uma boa esposa e não dar a entender que sei que me escondes algo.

Apenas sorri disfarçadamente - A sério Cel, não passa nada com que tenhas de te preocupar. Foca-te apenas no bebé, já falta pouquissimo tempo - Não lhe ia por nervosa ao contar-lhe da revolta que se passava dentro dos Crips - Eu vou manter-vos seguros.