Quarto do Enzo

- Tens razão. - fiz um sorriso torto. Eu tinha que aceitar aquela realidade.
Mesmo que fosse estranho pensar assim. Eu tinha sangue crips.

Eu ainda tinha Vincenzo nos braços. Deitei-o ao lado da irmã. Eles tinham muitas semelhanças um com o outro. - Então estamos conversados em relação a este assunto.

Aqueles dois ainda eram tão pequenos, mas já se pegavam um ao outro. Era delicioso vê-los daquela maneira. Tinha a certeza que seria extremamente ligados. Beijei o topo da cabeça de cada um. - Estamos sim.

- Ainda bem - Sorri ao vê-los aos três. A minha familia. Eu era um homem de sorte.

Podemos fazer uma passagem de tempo tipo 3 meses... hora de irem lá para Roma.

*3 meses depois*

Os gémeos estavam cada vez mais crescidos. Tinham engordado imenso, nestes últimos meses e estavam mais irrequietos que antes. Pelo menos, agora já não nos acordavam tantas vezes. Era delicioso presenciar o crescimento daqueles dois, sem ter a aflição de um dia ter que me ir embora.
A minha relação com Enzo era de uma sintonia total. Completávamos-nos. Não podíamos estar mais felizes. Tinha feito a escolha certa, no fundo sabia. Estar com aqueles três fazia-me bem.
Continuava sem ter contacto com Tom. Ainda tentara uma reaproximação, mas não dera em nada.
Hoje estava marcada a viagem para Roma. Sentia-me nervosa, não só por finalmente ir conhecer uma cidade magnífica, que sempre tivera curiosidade em ir, como a família de Enzo. Esta última, deixava-me com o estômago às voltas.
Oscar tratou de colocar as nossas malas no jipe que nos levaria até ao aeroporto. Iríamos num jacto privado, supostamente, por segurança.
Os gémeos estavam prontos. Fui tomar um banho rápido e acabar de me arranjar.

oki, só preciso que me digas o que queres que meta lá em Roma xp

Enquanto esperava por Celine, revi os últimos pormenores todos. Estava tudo pronta para embarcarmos. Era a primeira viagem dos gémeos, queria que tudo corresse bem e como previsto.  Entretanto, à última da hora, Sienna lembrou-se de choramingar por fome (eu ca achava era que ela queria comer aqueles boiões de fruta que recentemente tínhamos inserido na sua alimentação). Lá lhe fiz a vontade.

Desci as escadas o mais rápido que consegui. Já estava tudo pronto, estava tudo à minha espera. Mal entrámos no jipe, seguimos para o aeroporto. Depressa embarcámos no jacto, rumo a Roma.

Depois de instalar Georgini na minha casa, segui para a casa de Enzo. Segui até ao seu quarto e abri o grande armário da roupa. Ainda havia imensas roupas que me pertenciam e que simplesmente já não me faziam falta. A maioria ia dá-las. Enquanto as atirava para cima da cama, Georgini ia arrumando-as.

Eu tinha saído de casa por uma hora e quando voltei informaram-me que Celine lá estava, no meu quarto. Ainda pensei em ignorá-la, mas não consegui. Subi até lá.

Georgini prometera em ajudar-me enquanto ali estivesse. Para todos, nós éramos um casal e só. Deixei-o ir ver os gémeos enquanto acabava de arrumar as minhas últimas roupas. Nem sequer reparei quando Enzo entrou no quarto.

Vi a mala em cima da cama. Nada dela ficaria nesta casa? Devia ficar satisfeito, era pelo melhor, nós não iamos voltar... ou devia lutar por ela? Não sabia! - Já tens tudo?

Quase que me assustei. Não sabia que ele estaria ali aquelas horas. Encolhi os ombros. - ainda faltam umas coisas. - que eu não sabia onde encontrar ou fingia que não sabia.

Assenti. Também não havia assim tantas coisas dela ali em casa. Reparei numa das jóias que eu lhe dera e que estava em cima da cama. Cheguei lá e peguei nela. Acariciei as pedras preciosas e pensei no momento em que lho dera.

Eu só ia levar tudo aquilo que fora comprado com o meu trabalho, nada do que ele me dera viria comigo. A começar pelas jóias e vestidos. Pousei na cómoda, uma caixinha com todas aquelas preciosidades históricas lá dentro. - dá à Guiuliana, pode ser que ela goste.. - revirei os olhos. Fechei a mala e fui à procura de Georgini.

Idiota, pensei para mim mesmo. E ela estava roida de ciumes de Guiuliana sem ter necessidade de o fazer. Não queria saber dessa mulher, ela que se conservasse lá em Roma.

Era noite, bastante tarde. Eu tinha acabado de chegar a casa... a uma casa vaia. Suspirei. Já me tinha desabituado a isto. Sem querer, fui incoscientemente até à janela, dali via a casa de Celine. E via duas silhuetes à distância. Cerrei os punhos. Tive de ir buscar algo forte para beber.

Acabei por dormir muito mal nessa noite. Ainda bem que não tivera de assistir a nenhum espectáculo ou as coisas teriam corrido mal...

Eu fui vendo os meus filhos durante a semana, o prazo de Celine estava quase a acabar. Ia buscá-los no dia seguinte. De noite a cena era sempre a mesma... eu acabava por olhar pela janela e vê-la.

Eu estava fulo. Aquela gaja estava a gozar com a minha cara, não era? bebi um trago da vodka. Tirei a minha roupa, continuei a olhar.

Por uma fração de segundos o nosso olhar, ou algo assim, cruzou-se. Eu estava fulo, a ideia de ela dormir com outro homem enraivecia-me mas eu estava disposto a tira-la da minha cabeça e do meu coração. Afastei-me da janela.

Eu tinha mesmo, mesmo de esquecer Celine. E que melhor maneira de o fazer se não mergulhar no negócio? Fazia-me falta, eu queria voltar a ser o antigo Enzo que não se importava com nada. 
Mas claro, ter os gémeos mudava um pouco as coisas. Com eles importava-me, eram o meu mundo e infelizmente Cel fazia parte do mundo deles, o que me obrigaria a conviver com ela. Teria apenas de a ignorar.

Tinha tido uma noite ...atribulada. Celine não me saíra da cabeça. Passei a noite semi-acordado, duro, e a pensar em como a ia reconquistar.

Era muito bom que agora não visse duas silhuetas naquele quarto. Também me meti à janela e estava a sorrir.

O jogo que ela estava a fazer agrdava-me. Era seduçao lenta e deliberada. Ela punha-me louco. Imaginava estar a seu lado e poder tocar-lhe. Fiquei duro so de pensar nisso,

Ela era mesmo tramada. Vi o seu sms e sorri, algo tristemente. Podia estar mais quentinha se aqui estivesses. Foi a minha resposta assim que deixei de a ver bem.