Quarto de Hóspedes

- Preciso que fales - disse diretamente e sem rodeios - Preciso de entrar em contacto com o teu irmão. Um contacto real, nada de um intermédio de merda. A morada. - exigi.

-Já te disse que prefiro morrer a dar uma informação que seja. - ele ainda não percebera que eu era um coisa sem valor algum nas suas mãos? Pelo menos, da minha parte, não receberia nada. Só não sabia, se era a mesma coisa com o meu irmão.

Soltei uma gargalhada depois daquilo - Queres sair daqui ou não? Se me deres a morada, entro em contacto com o teu irmão e despacho-te. - ou talvez não.

Virei-me para ele e coloquei um ar sarcástico na cara. Tom tinha tantas casas, tantas regiões a seu poder, que não fazia a menor ideia de onde ele agora se situava, apesar de saber onde era a sua casa. - Se queres a morada, descobre-a tu.. - revirei os olhos e voltei a virar-me de costas para ele. Nem sequer acreditava que ele me fosse mesmo despachar.

A minha paciência tinha um limite. Puxei-a pelo braço, magoando-a deliberadamente. - Não brinques comigo. Olha que acabo aquilo que comecei no outro dia. - ameacei com fúria no olhar.

Aquela sua forma bruta de lidar comigo, magoava-me imenso. Estava cheia de marcas, à sua pala. Se ele fosse inteligente, sabia que não era com violência e muito menos com ameaças, que eu ia dizer-lhe o que quer que fosse. Olhei-o nos olhos.
- Sabes que mais? Faz o que bem quiseres.. estou-me a lixar! - sem a minha ajuda, nem com os seus melhores espiões ele encontraria o meu irmão e se me violasse, aí é que não o faria. O mesmo não podia dizer dele. Sabia que era uma questão de tempo, até Tom me encontrar.

Aquela miúda era tão inútil como uma arma descarregada. Mandei um dos meus capangas entrar.Como homem que era, olhou logo para o corpo nu da rapariga.

Se não tivesse acorrentada, com toda a certeza que teria tapado o meu corpo, com mais facilidade e com mais eficácia. Olhei intrigada tanto para ele, como para o homem que tinha entrado.

bichaaaaaaaaaaaaaa leva-me ao marés

- Podes avançar, se quiseres. Esta é daquelas que ainda está fresquinha - disse para o meu homem num tom maldoso. O membro dos Crips tirou a camisola e praticamente comeu Celine com o olhar.

Oh claro, eu já estava mesmo adivinhar que era para aquilo que o homem servia. Afastei-me um pouco e olhei para ambos. Não passavam os dois de uns porcos.. porcos imundos..
Não sabia se era por medo, nem se não, mas acho que os meus típicos ataques de ansiedade aka nervosismo, estavam a começar a aparecer. Comecei a senti uma ligeira falta de ar e uma dor no peito.

:c

Fiquei a observar friamente Celine. Ela estava assustada? Era bom que estivesse. Vê-la em pânico era o que eu queria. Se ela me temesse tanto, talvez mudasse de ideias e me revelasse algumas coisas. 
Fiz um sinal ao meu homem para que ele se aproximasse mais. Ele começou a roçar-se nela, agradado com isso. Era bom que ela soubesse que eu estava ali a vê-la.

Empurrei o homem, quando este se aproximou de mim e sentei-me como deve de ser na cama. Mas será que ele não percebia que eu precisava de ajuda, urgentemente? Comecei a sentir uma enorme sensação de nó na garganta e consequentemente sensações de tontura e desmaio. Acabei por vomitar.

Apesar da situação se ter tornado nojenta, era o que pretendia. Disse ao meu homem para sair. Na verdade, ele não ia violá-la. Era apenas um susto. - Não me digas que não estás a gostar? - gozei maldosamente.

- Eu.. estou a ter um ataque.. - tentei acalmar-me, assim que o homem se foi embora. Mesmo assim, tornava-se impossível. - Raptas uma pessoa.. e.. não sabes.. não sabes nada sobre ela.

- Se quisesses, podias revelar. Não me interessa saber coisas sobre ti para além daquilo que te perguntou - respondi num tom desinteressado. Ia ter de mandar alguém limpar aquela chiqueiro.

Deitei-me na cama quando me senti mais calma e voltei a encará-lo. - Tu tens que me trazer.. ansiolítico.. - depois parei para tentar pensar. Se eu não me acalmasse e precisasse mesmo daquilo, provavelmente iria pedir em troca, informações sobre o meu irmão. Não podia arriscar.. Acalma-te, acalma-te, deixa-te ficar calma, pensei interiormente.

Tinha mesmo que me calhar uma histérica - Ansioliticos? A sério? - eu podia arranjar-lhe a porcaria do medicamento mas só em último caso.

Revirei os olhos. Ele era mesmo surdo, ou fazia-se de tal coisa? - Sim, a sério.. - Olhei para as correntes que tinha nos pulsos e seguidamente para os meus pés. Suspirei. Quanto tempo mais, iria ter de estar ali?

Saí do quarto e fui até ao armazém de medicamentos que tinha. Obviamente, os ansioliticos faziam parte da lista. Trouxe-os em estado liquido. Coloquei-me sobre o corpo dela, ladeando-a com as minhas pernas - abre a boca.

Olhei-o mais aliviada quando ele trouxe aquilo. Apesar de não saber se devia confiar ou não nele, abri a boca. Só esperava que aquilo não fosse outra coisa e que ele aproveitasse isso, para me violar.

Apesar de estar em cima dela, não me sentia minimamente excitado. Com o conta gotas, deitei umas cinco gotas para a boca dela e esperei que fizesse resultado.

Depois de engolir aquilo, lambi os meus lábios e fechei os olhos com força. Aquilo aliviara imenso a minha ansiedade e já me sentia mais calma. - Obrigado.

Saí de cima dela. Peguei na suas cuecas e subi-as de volta ao sitio onde pertenciam. Saí do quarto e mandei alguém ir limpar o quarto.

Deitei-me de costas viradas para a porta e agradeci mentalmente, por me ter colocado as cuecas no corpo. Ouvi alguém a entrar no corpo e fiquei alerta. Mas não valeu a pena, visto que era só uma empregada a limpar o chão. Olhei para a rapariga e ela olhou-me de seguida. Antes que alguém pudesse vir à porta, murmurei-lhe um simples ''ajuda-me'' e depois, ela foi-se embora.

Fitei a empregada quando ela saiu do quarto. Graziela era-me leal, era por isso que trabalhava directamente na minha casa. Voltei a entrar no quarto, desta vez tinha uma câmara na minha mão - Agora vais gravar uma mensagenzinha para o teu irmão.