Sala de Estar

- Afinal tens mais jeito e interesse nisto do que demonstras - Comentei, surpreso.

- Eu não tenho interesse nisto. - fiz uma careta. Não queria o dinheiro dele para nada. Enzo estava enganado se pensasse o contrário. - Eu só te queria devolver as coisas em condições.

- Está bem, eu aceito... Mas não queres ficar com nenhum negócio para ti? - Era uma oferta.

Ergui o sobrolho. - Não, não quero o teu dinheiro para nada. - e porque haveria de querer? - Eu fico bem, no meu mundinho da arte.

- Está bem, como queiras. Se alguma vez precisares de dinheiro podes sempre falar comigo - Não seria um problema.

Não queria pensar sobre aquilo como uma ofensa. Mas o facto é que me senti ofendida. - Não obrigada. - revirei os olhos. - Não quero nada material que venha de ti. Não vou precisar sequer disso.

- Tu és independente, eu sei mas quero que saibas que podes contar comigo para qualquer coisa, inclusive dinheiro - era isso que queria dizer.

- Eu sei e obrigada. Mas a única coisa que quero de ti, vem daqui. - a minha mão pousou no seu peito. - Só necessito disso, a sério.

- Isso tens garantido - Estava certo que o que sentia por ela era eterno.

E era exactamente aquilo, que queria ter como garantido. O seu coração, só meu. - Ainda bem. - ajeitei-me no seu colo até ficar frente a frente com ele e beijei-o.

O beijo dela foi bem recebido e apreciado. Rodeei a sua cintura com os meus braços e puxei-a para mim.

Envolvi os meus braços ao seu pescoço. O beijo foi-se intensificando. Os nossos corpos estavam colados um ao outro.

Intensifiquei o beijo. Precisava tanto dela. Era uma idiotice. Afastei os nossos lábios por uns momentos - Não queres voltar para a cama? Eu ainda tenho sono.

Ele tinha sono? Era para admirar. Entrelacei as minhas pernas aos seus quadris e sorri. - Está bem. Mas vais ter que me levar, até lá. - ri-me.

- No problema - Levantei-me. Tal como na noite anterior, peguei nela ao estilo princesa e levei-a para o quarto.

Fui eu que abri a porta a Celine. Agora que ela estava ali sentia-me muito mais aliviado. - Eles estão no quarto.

Eu mal olhara para a cara de Enzo. Precisava de lhe devolver a arma, mas isso ficaria para segundo plano, até reencontrar os meus bebés. Estava com saudades dele, mesmo que tivessem sido apenas um dia e meio sem as suas presenças. Subi até ao andar de cima e fui vê-los.

Eu achei por bem não ir atrás.
 Ela que levasse o seu tempo.

Desci com cada um ao colo. Eles estavam tão alegres, tão sorridentes.. e felizmente não os tinha apanhado numa sesta. Sentei-me no sofá.

Agora eramos dois assassinos na sala. Estava-nos no sangue, ao que parecia. Sorri para os gémeos, estavam tão crescidos - O que vamos fazer para o primeiro aniversario deles?

Por momentos tinha-me esquecido do aniversário dos gémeos. Tudo por culpa de todas aquelas coisas que tinham acontecido. Pousei-os no sofá, entre nós. - Eu não sei bem.. - não estava com vontade para festas, mas era uma data especial.

- Pensei numa pequena viagem até à Disneyland. Nós os quatro apenas - nada de confusões. Precisámos de calma na nossa vida.

Era uma óptima ideia. Os gémeos precisavam de estabilidade e nada de confusões no seu crescimento. E apesar de ainda serem muito pequenos, aos poucos e poucos já se iam apercebendo das coisas. - Parece-me bem.

- Então fica combinado. Eu faço as reservas para daqui a duas semanas.  - Era uma boa altura para resolver as cosias com ela.

Duas semanas passariam depressa. Mas estava na altura de falarmos de coisas mais sérias. - E depois da viagem, como vai ser? Também vou querer passar tempo com eles. - e nós ainda não tínhamos definido muito bem esta situação.