Sala de Estar

- Eu quero estar contigo, eu quero estar com eles.. - suspirei. Estava a ser mais do que sincera. Mas Enzo tornava aquela conversa complica. - Não queres que seja mãe deles?! Fine, eu desapareço, fico longe de vocês. - sorri cinicamente e saí dali para fora.

- Querer é uma coisa. Ficar é outra - E ambos sabíamos que ela não ficaria aqui por muito mais tempo. Parei-a antes que saísse - Fica por eles. Se o que dizes é verdade e gostas deles, alimenta-os enquanto precisam. Afinal de contas não podemos descontar neles os nossos problemas.

- Tu tens imensa lata. - revirei os olhos. Ele só me queria apenas para aquilo. E era muito baixo da sua parte, usar aqueles argumento para tal coisa. - Não sou mãe deles, não tenho responsabilidade nenhuma.. E mais uma coisa. O contrato que assinei? Procura ver se a minha assinatura não é falsificada. - sorri cinicamente.

- Já tenho disso tratado - sorri, também de modo cínico.
- Não se trata de responsabilidade. Se queres o melhor para eles, fica. Se não podes ir. Ninguém te obrigada a cá ficar.

- Que bom, espero que não fiques decepcionado. - para ele era tudo muito fácil. Se não os alimentasse seria a má da fita, se o fizesse, ficaria na mesma. - Nem obrigada cá ficaria. - e fui-me embora.

Ela fizera a sua escolha. A partir daquele momento, nunca mais voltaria a entrar nesta casa ou estar com os gémeos. Agora eu tinha um problema em mãos, que seria encontrar alguém que servisse para os gémeos. Antes de tratar disso fui pô-los no quarto e depois fui falar com Grazi - se alguma vez vir Celine nesta casa ou saber que a ajudaste, estás despedida - avisei, sem ânimo.

Só voltei a casa três horas depois. Tinha-me demorado mais do que queria mas felizmente tinha resolvido tudo. Desde que os gémeos nasceram que não tinha tempo ou dado atenção aos negócios da mesma maneira. Tinha de arranjar um equilíbrio.
Fui procurar Celine e os gémeos.

Eu fiquei à espreita, a pensar em qual dos três ele iria escolher. O queixo quase que me caiu, quando preferiu o homem. Ora bolas, se queria recuperar de Grazi naquela casa, tinha que pensar em algo. Voltei a sentar-me.

Passei algum tempo a explicar o básico a Oscar - mas ia ter uma conversa com ele em privado, longe de Celine. Apresentei-o a Celine e aos gémeos e depois mandei-o para a cozinha. Era altura para um lanche tardio.

Fiz um sorriso torto e escondi o quanto aquilo me desagradava. Depois de eles se afastarem, voltei a dar atenção aos pequenos. E que começasse a guerra..

Tive uma pequena conversa com Oscar. Avisei-o para estar de olho em Celine e para que, em situação alguma, me traísse por ela. Ficámos conversados. Ele fez uns crepes e levei-os para a sala.

Oscar não tinha culpa nenhuma, de certa forma sentia-me mal por estar a planear algo contra ele. Fui buscar umas pastas ao meu quarto, com algumas fotografias de artefactos e pus-me a analisar. Ignorei Enzo e o prato que trazia consigo.

Ela estava amuada e não gostava de Oscar, era o que eu deduzia. Sabia muito bem que ela queria Grazi e volta e faria de tudo para a ter.
Acabei por ir para o escritório.

Fui buscar uma sandes, que eu mesma fiz. Qualquer contacto com Oscar era dispensado. Não podia gostar dele, socializar com ele, ser atenciosa com ele. Tinha que estar distante. Quando voltei, os gémeos já me tinha espalhado as fotos todas no chão.

Fiquei a trabalhar nos escritório, descendo ocasionalmente para verificar os gémeos. Quando estes tinham nascido mal tempo tinha para os meus negócios, mas agora que estavam mais velhos e tinha Celine, tornara-se mais fácil.

- Vocês são umas pestes, sabiam? - olhei-os, enquanto voltava a organizar todos as fotografias e papéis. - Deviam estar-me a ajudar e não a desarrumar! - fiz-lhes umas quantas caretas e parti para um ataque de cócegas a cada um. Foi então que Enzo apareceu e tudo acalmou um pouco.

- se são pestes agora imagina quando começarem a andar e a correr - seria uma loucura tê-los quietos. Sentei-me ao pé deles e introduzi-me na brincadeira de Celine.

Mas nessa altura, provavelmente Enzo estaria a fazer de tudo para que eu não presenciasse isso. - Deve ser isso. - Afastei-me deles e voltei a dar atenção às minhas.

Alguém estava definitivamente de mau humor.
Uns minutos depois os gémeos começaram a ficar sonolentos e acabei por os levar para o quarto.

Agora que estava sozinha, podia voltar a tratar das minhas coisas em paz. Deitei-me no sofá e liguei novamente o meu computador. Oscar trouxe-me um sumo, mas dispensei-o.

Indaguei se valia a pena avançar com Celine naquela noite.
Podia tentar, pelo menos. Não perdia nada.
Cheguei à sala com a camisa semi-aberta e aproximei-me.

Olhei-o de sobrancelha erguida e ajeitei-me no sofá.
- O que foi?

- Não vais fazer uma pausa disso?
Perguntei, com um sorriso malicioso.

- Não, não vou. Preciso de trabalhar. - algo que não fazia desde que engravidara. Tinha coisas a tratar e não ia perder o meu tempo com sexo.

- Não queres usar o escritório?
Perguntei, com segundas intenções.