Hotel 5*

Relembrando a primeira mensagem :

Íamos passar ali apenas uns dias e por isso trouxera pouca roupa e apenas o mais importante. Fui meter as minhas malas no quarto. Os gémeos já estavam bem entretidos a brincar na sala principal da suite.

Não posso dizer que não tive um gostinho ao vê-la com a minha camisa vestida, mas sabia que não me podia habituar.
Terminei a chamada, falando logo com um dos meus homens que ia ver se podia resolver isto - Até ao fim do dia devemos ter o casamento anulado - Disse.

Sienna era mesmo uma pequena exploradora. Tal e qual ao pai. Vin, uma vitima, que acatava tudo o que a irmã queria. O rapazinho só queria poder comer e descansar. - Óptimo.. - passei-lhe um dos gémeos. - Eles precisam de um banho.

Até termos aquilo resolvido ia simplesmente ignorar o facto de estarmos casados. Ou tentar não pensar que na noite anterior Celine tinha sido novamente minha...
- Eu posso tratar disso.

Acabei por passar também o outro gémeo. Eu sabia que Enzo dava conta daquelas duas pestes e por isso, nao o fui ajudar a dar-lhes banho. Segui para o meu quarto. Eu também precisava de um duche e bem fresco.

Dar banho aos gémeos era sempre uma tarefa desafiante. Pelo menos distraiu-me dos meus pensamentos, o que foi bom. Pela altura de que já os tinha vestidos, recebi uma chamada e não eram boas noticias.

Tomei um banho demorado. Precisava de tirar o cheiro de Enzo do meu corpo, de esquecer qualquer toque seu. Vesti um vestido florido e fui à procura daqueles três.

Estava a espera de Celine na sala da nossa suite. Os gemeos brincavam um com o outro no chao. Levantei-me e interceptei-a. -Temos um problema. Nao vai dar para anular o casamento tao depressa.

O bom humor que tinha desapareceu por completo. O meu olhar fixou-se em Enzo e por momentos tremi. Eu ouvira bem? - O quê? Como assim? Tu disseste que resolvias isto.

- E vou resolver - Garanti sem pinga de humor na minha voz - Só vai demorar mais algum tempo do que o previsto. Pelos vistos assinamos uma clausula que não admitia um cancelamento do casamento em menos de três meses. - Que inteligentes tinhamos sido.

Arregalei imenso os olhos. - Nós o quê? Não..  Não.. - mas que merda tinhamos feito? Eu devia estar tão bêbada para não ter pensado nas consequências.- Eu não quero estar casada. Isto é ridículo.

Pois, ridiculo era - Ias estar casada de qualquer das maneiras, daqui a umas semanas. Vê isto como uma experiência pré-matrimonial com aquele parolo - Por falar nisso, ele não aparecia ali há imenso tempo. Que raios de relação tinham eles? - Enquanto estiveres casada comigo não podes casar com ele - Aí esbocei um sorriso de satisfação.

- Uma experiência horrivel com um italiano, idiota chapado, queres tu dizer. -Revirei os olhos. - Oh, não me digas! - Ele devia estar a tirar tanto gozo com aquilo.

- Também nao me agrada a situação de estar casado contigo Connor - Errado. Corrigi-me - Ou melhor Ricci - Sorri só mesmo porque sabia que ela não ia gostar.

- Isto é tudo culpa tua! - juntei as minhas ao seu peito, pronto para o abanar. Ele conseguia sempre irritar-me. - Não sei o que é mais triste, ser Ricci pela parte de Anthony ou ser Ricci pela tua parte.

Segurei as suas mãos contra o meu peito, impedindo-a agora de se afastar.
- Cada um tem aquilo que merece. Karma.

Dei-lhe uma joelhada certeira nas suas partes de baixo. Ele ouvira o que acabara de dizer? - Claro, porque ser violada é realmente algo que uma mulher merece..

Gemi e afastei-me dela.
A minha expressão fechou-se. Eu sentia um profundo arrependimento no que àquilo devia respeito - Tens moral para falar? Fizeste o mesmo à minha irmã. 

- Sete vezes pior não foi? - sorri cinicamente. No entanto sentia-me mal por relembrar aquilo. Estava tão arrependida. - A culpa foi tua. Tu é que iniciaste tudo, como sempre!

- Esta conversa é sempre a mesma.
Bufei, indignado. Eu cometera erros, ela também.

Voltei-lhe costas. - Tenta resolver o divórcio. Não quero estar presa a ti.. E tenho a certeza que tu também não quererás uma esposa grávida de outro homem.

- Ótimo, torna-te útil para alguma coisa! - suspirei. Sentei-me no chão e dei atenção aos nossos filhos, a luz dos meus olhos.

Revirei os olhos. Saí da suite. Ia resolver aquilo.

Unf..  Cruzei os braços ao peito. Nós estávamos casados e talvez eu acabasse por tirar proveito disso. Mas não agora. Almocei com os pequenos e fomos brincar para o quarto de Enzo, por teimosia e birra deles. Às tantas adormecemos os três.

Quando regressei à suíte estava tudo calmo e silencioso. Melhor assim porque eu nao estava com paciência para nada. Servi-me uma bebida e fiquei a meditar sobre o que ia fazer. O me advogado não estava a conseguir resolver as coisas. Ia ter de acabar por subornar alguem