Quarto dos Gémeos

- Infelizmente - Abanei a cabeça, assentindo. Gostava de poder trocar de lugares com a minha filha, que fosse eu a sofrer e não ela.

- Mas isto vai passar e depois vais ficar bem! - falei para a pequena e beijei a sua testa. Tinha a certeza que aqueles esforços iam trazer benefícios.

- Sim, de certeza - eu estava a fazer para que , no futuro Sienna nem tivesse memória de algum problema. - ela parece-se muito contigo - não valia a pena negar.

Olhei-o meio que esguelha, surpreendida pelo seu comentário. De facto a pequena tinha algumas semelhanças para comigo. Assim como Vin tinha para com ele. - É, pois é. - sorri. - Ambos têm semelhanças nossas.

- Pois é. E são lindos - olhei para ambos os meus filhos e sorri.

- Pois são. - suspirei. E era uma pena eu não ter estado acordada quando eles nasceram. Mas não fazia mal.

Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro embalando Vincenzo. O cllima estava estranho, embora calmo, naquele quarto.

Passou-se um mês e o ambiente nem estava assim tão mau quanto parecia. Os gémeos eram uns queridos, umas delicias. E bem, apesar das nossas desavenças e da distância que havia entre mim e Enzo, até que não discutíamos e estávamos numa relação meio ''estável''?!

Os gémeos cresciam a um ritmo impressionante e ainda só tinham dois meses de vida. Cresciam lindos e maravilhosos, saudáveis. Habituara-me a ter Celine a meu lado no último mês. Não dizia que me esquecia do que ela fizera, mas tê-la ali ajudava com os gémeos, que sentiam a sua presença tal como pressentiam a minha.
Tínhamos acabado de os deixar a dormir. Meti-me atrás dela.

Naquele dia os gémeos tinham adormecido bem depressa. Estava a ser um dia tranquilo. Assim que me virei, pronta para me ir embora, embati em Enzo. Afastei-me e olhei para ele.

O olhar dela ainda me provocava calafrios. E desejo. A minha ideia brilhante de vingança ia finalmente ser posta em acção. Dei um passo em frente e beijei-a.

Nem por sombras estava à espera que ele me beijasse. E mesmo que me fosse arrepender daquilo, correspondi ao beijo e intensifiquei-o. As minhas mãos depressa juntaram-se ao seu pescoço.

Fazia já algum tempo que o desejo crescia e porque não? Era só uma mulher, uma mulher disponível e seria divertido jogar com ela. Pousei as minhas mãos na sua cintura e exigi mais do beijo.

Fizera-me falta todo aquele toque sexual dele. Relembrara-me imensas vezes dos nossos momentos. Ainda de bocas coladas, saímos dali. - Tu ainda.. tu ainda gostas de mim?

encerrado.

Felizmente os gémeos adormeceram. Mas estava preocupado pois Celine ainda não aparecera e dalí a horas elas iam acordar com fome.

Olhei para o relógio, irritado. Os gémeos tinham acordado há meia hora, sedentos. Tentara dar-lhes leite de pó mas recusavam. Eu estava a entrar em stress.

Grazi não estava de acordo com o meu atraso, mas não me deu nenhum raspanete. Entrámos no quarto. Enzo não parecia nada contente, mas ignorei-o. Já os bebés, não paravam de se remexer e de chorar.

Eu estava com vontade de sei lá o quê mas acalmei-me porque, afinal, ela já ali estava. Não valia a pena ter mais stresses, nisto ela tinha o controlo. Passei-lhe primeiro Vincenzo.

Ele não estava ali a fazer nada, até porque, tinha Grazi para me ajudar. Depois de praticamente, ter sido expulso pela velha italiana, sentei-me e dei de mamar aos gémeos. Só saí dali, meia hora depois, com os pequenos já a dormir.

Mais uma vez, durante a noite tive de me levantar por causa do gémeos. Felizmente era só Sienna que chorava e Vin não acordara. Embalei-a nos meus braços e às tantas acabei por á ficar.

No dia seguinte, acordei de manhã, somente para ver dos gémeos e amamentá-los e depois iria-me logo embora.
Não me surpreendi quando vi Enzo ali. Peguei primeiro em Vincenzo que estava mais à mão e depois, cuidadosamente, em Sienna.

Eu estava cheio de sono e talvez por isso o meu humor estivesse azedo. Não me pronunciei, contudo.

Sienna era sem dúvida a mais querida dos dois. E Vin, o mais rabino. Mas eram os dois uma delicia e estava feliz por estar ali com eles.
Enzo já estava acordado, mas nem mesmo por educação me pronunciei. Pousei a mais novinha no berço e saí dali.

Estava aliviado por ela se ir embora, estava farto da sua presença ali. Por mim ela só alimentaria os gémeos, mais nada. Dei uma vista de olhos nos dois e mandei Grazi ir prepará-los enquanto eu resolvia as últimas coisas para os levar ao médico.

Eu podia ter ficado, não escolhera assim. Tinha saído daquela casa, mas nunca me esquecido dos gémeos e muito menos, os perdido de vista. Sabia o quanto eles precisavam de mim. Enzo era um casmurro ao pensar que não seria uma mãe para eles.
Mas assim, aproveitara para estudar as suas novas rotinas. A pressa que tinha para encontrar alguém que desse de mamar aos bebés, era óbvia.
Grazi, mesmo arriscando o seu emprego, conseguia ajudar-me e entrar naquela casa. Eu alimentava-os, passava algumas meias horas na sua companhia e ela apenas dizia a Enzo, que estes já se estavam a adaptar mais ou menos, ao leite normal. E quando não havia oportunidade para vir, deixava sempre leite para eles.
Tinha-se passado um mês e meio. Entrei pelas portas traseiras, assim que Enzo saiu de casa e fechei-me no quarto. Hoje estavam calminhos, mas nem por isso, lhes tirou a fome.