Quarto dos Gémeos

Aquelas palavras deixaram-me extremamente feliz. Estar com eles, eram a coisa que mais queria naquele momento. - Obrigado. - sorri.

Claro que seriam tréguas temporárias e que teria obviamente de ter beneficios próprios com aquilo. - Óptimo. Ficas para jantar?

Já que estávamos em tréguas e eu iria passar algum tempo ali, porque não? Mas antes.. - E a Grazi? - olhei-o.

- A Grazi está despedida. Eu faço o jantar - E naquilo não ia voltar atrás, ela teria que se habituar à ideia

Ia teimar naquele assunto, até ele a readmitir. Pousei Sienna no seu berço. - Hum.. acho que mudei de ideias. Janta sozinho.. - o que não devia ser muito difícil, já que ele não tinha ninguém. - Volto cedo, para dar de mamar aos gémeos. - e saí dali.

- Como queiras - Para mim era-me igual, ainda lhe ia dar a volta.
Fui pousar Vincenzo no seu berço.

A noite estava demasiado tranquila. Decidi pegar num livro infantil e ler para Sienna, que era a única bebé acordara. Sorri para ela, da mesma maneira que ela sorria para mim.

Vin era o que chorava e consequentemente, acabara por acordar a irmã. Tentei acalmar um, enquanto Enzo fazia o mesmo com o outro. Depois dei de mamar aos dois.

Os gémeos ainda permaneceram acordados depois de mamarem - acho que estão a precisar de um passeio e apanhar um bocadinho de sol - disse.

Abanei a cabeça, concordando com ele. Pousei um dos gémeos no berço e fui escolher uma roupinha bem mais cómoda do que a que tinham.

Ela vestiu Vin, eu vesti Sienna. Depois preparei uma sacola com as coisas dos gémeos e fui buscar o carrinho, para pôr no carro.

Depois de os bebés prontos, foi a minha vez de vestir alguma coisa. Peguei nos bebés e meti-os nas suas cadeirinhas. - Tens a certezas que é seguro?

Certezas, não tinha. Mas ela podia estar certa em como não ia arriscar a segurança dos meus filhos - Sim, tenho um plano - Ia ludibriar quem fosse atrás de nós usando três carros diferentes, onde seguiriam capangas meus. Para além disso levava um arsenal de guarda-costas.

- Está bem. - eu confiava nele, até porque sabia que Enzo nunca iria poder a seguranças dos gémeos em causa. Segui para o banco de trás, com os bebés e saímos.

Mandei que Georgini esperasse por mim no andar de baixo, com a minha mala, enquanto me ia despedir dos gémeos. Eles estavam tão gordos que mal conseguia com aqueles dois juntos.

Segui atrás de Enzo, não sabia bem porquê, já que eu sabia perfeitamente o caminho para o quarto. Não precisava dele. Beijei o topo da cabecinha de Vin e pousei-o no berço.

Sienna ainda estava bem acordada pelo que continuei com ela ao colo. Apenas lhe dei um brinquedo para as mãos já que ela começara a esticar-se para o mesmo.
Olhei para Celine.

Endireitei a chucha ao pequeno e afastei-me. Custava-me deixar os gémeos ali, longe de mim, depois daquela semana tão bem passada. Mas eu, ao contrário de Enzo, tinha palavra e sabia que os nossos filhos precisavam de ambos os pais. Aproximei-me de Sienna apenas para me despedir.

A pequena parecia perceber o que se passava. A minha menina era bem intelignte, mesmo quando eu preferia que não fosse, como nesta situação. Começou a choramingar.

Eu detestava quando os gémeos começavam a chorar. Sentia-me sempre impotente. Limpei-lhe as lágrimas com a ponta dos dedos. Sienna era tão mais difícil de lidar do que o irmão. - A mamã amanhã volta, princesa. - murmurei mesmo sabendo que nada ou pouco ela percebera.

Eu tentei acalmar Sienna, entretendo-a com um sorriso mas não estava a resultar.
Olhei para Celine.

Enzo que não me olhasse, porque se ele não a conseguia acalmar, muito menos eu o conseguiria. O que era uma agonia tremenda. Suspirei. - Errr..

Tentei outra coisa qualquer. Tinha que o fazer. Embalei Sienna, beijei-a no topo da cabeça e comecei a murmurar uma velha cantiga italiana...

Aquilo parecia resultar. Sienna estava a ficar mais calma, já se podia ver um sorriso fraquinho nos seus lábios. Mas foi só me aproximar da porta de saída que ela se começou a remexer e a chorar novamente. E para ser sincera, aquilo estava a irritar-me um bocadinho. - Está bem Sienna, ganhaste! - quase que revirei os olhos não percebendo muito bem o que isso significaria.

Celine também não conseguia sair sorrateiramente? 
Suspirei. Olhei para ela, tentando decifrar o que ela ia fazer.