California Hospital Medical Center

A revelação dela não me chocou. Já sabia que havia Crips que se tinham virado contra mim. Pensava que podia proteger Celine e Bella deles - Fui eu quem falhei - Murmurei, angustiado - Mas vão pagar. Mas não falemos deles. COmo estás, Celine? E.. o nosso bebé? - Questionei, rezando para que estivesse bem. Não me tinham dito nada.

A minha mão alcançou a sua face e abanei a cabeça. - Não digas isso. - Enzo era um óptimo líder. Com a mudança de assunto, deixei escapar uma espécie de sorriso. - O nosso Francesco está de perfeita saúde, eu estou bem.

Era verdade. Eu descuidara-me do gang. Comparado com a familia, não era minha prioridade como antes. Mas ia deter estes rebeldes. Fiquei um pouco mais tranquilizar - E tu certa de que é um rapaz - Sorri - Não sei o que faria se te tivessem ferido com gravidade.

- Exactamente. - apesar de já dar para saber o sexo do bebé, nós tínhamos preferido não o saber. - Mas não o fizeram. - Bella fora quem sofrera mais.
A enfermeira de há pouco bateu à porta. Trazia boas notícias. - A Bella saiu da sala de operações. Dentro de umas horas poderá receber visitas.

Mas podiam ter feito. E eu nunca me perdoaria.
A minha respiração esteve literalmente sustida até receber as boas noticias - Oh, obrigado - Disse, talvez para Deus.

Estava tão aliviada por Bella não correr mais perigo de vida. Queria tanto vê-la, mas ia esperar até que fosse permitido fazer-lhe uma visita. Apanhei a mão de Enzo e apertei-a. - A tua irmã é uma miúda forte. - sorri.

Celine tinha razão. Bella tinha aguentado muitas coisas ao longo da vida - Tenho de ir vê-la. Não me queria deixar-te ver, nem a ela.

- Como se isso te impedisse de o fazer. - ri-me. Ele era teimoso e casmurro. Com algum cuidado sentei-me na maca. Ainda me doíam algumas partes do corpo. - A Bella protegeu-nos Enzo. - toquei na minha barriga. - Se não fosse a tua irmã.. - suspirei. Talvez eu estivesse morta.

Acabara por não impedir pois eu estava ali no quarto com ela.
Suspirei, ainda sem acreditar na sorte que tinha por Celine ainda ali estar e minimamente bem - Não sabia que te davas com a minha irmã, sequer - Acabei por dizer - Tenho de lhe agradecer. Não posso viver sem ti, Cel.

E não me dava, pelo menos, não da maneira que ele pudesse pensar. Não éramos propriamente amigas. Talvez conhecidas. - Encontrámos-nos por acaso no shopping. Ela estava fugida dos seguranças e eu andava por ali sozinha. Achámos boa ideia fazer companhia uma à outra e divertirmos-nos um pouco. - o que fora um total erro. - Nem eu sem ti. - estava em dívida com Bella. - Mas ao menos já sei que nome dar ao nosso filho, caso seja menina.

Que coincidência diabólica. As duas mulheres da minha vida, sem contar com Sienna, tinham estado em perigo e atacadas.
No meu rosto apareceu um leve sorriso - Bella?

Abanei a cabeça, ainda que esta me doesse e sorri abertamente. - Sim. A tua irmã fez-me prometer. - puxei as suas mãos e pousei-as na minha barriga. - Mas ainda assim, eu quero que seja um Francesco.

- Em breve saberemos, não é?
Olhei para o relógio. Ia tentar dar uma visita a Bella.
- Ficas bem sozinha por uns minutos?

- Sim. - faltavam apenas uns quantos meses e tinha a certeza que passariam num abrir e fechar de olhos. Estava ansiosa para ter o nosso filho nos braços. - Eu fico bem. Vai lá.

Beijei o topo da sua cabeça antes de sair.
Percorri os corredores à procura do quarto onde Bella estava. Quando lá entrei, encontrei-a adormecida na cama, ligada a máquinas e com um aspeto frágil. Sentei-me a seu lado e peguei na sua mão. Diz-lhe tudo e mais alguma coisa. Disse tudo o que queria que ela soubesse, caso tivesse acontecido algo pior - Desculpa irmãzinha...

Aproveitei que Enzo saíra do quarto para descansar um pouco. Georgini acabou por me vir visitar. Ele tinha chegado há pouco tempo em LA. Tinha vindo directamente do aeroporto para aqui.

Bella não ia acreditar tão cedo. Estava em repouso. Deixei-a para que ficasse em tranquilidade. Já fora do quarto, liguei a Grazi informando-a do que se passara e pedindo-lhe que ficasse a cuidar dos gémeos. Regressei para o quarto de Celine e surpreendi.me com a presença de Georgini. Ainda não gostava muito dele, mas Celine gostava e por isso aturava-o.

O ambiente ficou ligeiramente tenso quando Enzo voltou. Geo deixou de se rir das piadas que fazia e assim sem mais, nem menos, partiu para cima de Enzo. Deu-lhe um murro na cara. - Eu já sabia que eras um imprestável Ricci, mas nunca pensei que fosses inútil ao ponto de não a protegeres. - carreguei rapidamente no pequeno botão vermelho que havia ao lado da maca. Não queria confusões. Não queria que eles andassem à luta.

Por norma, os meus reflexos antecipavam-se a qualquer ataque. Mas daquela vez não. O punho cerrado de Georgini acertou diretamente no meu rosto, apanhando-me desprevenido. Cambaleei para trás. Cerrei os punhos e os dentes também. Mas quem achava ele que era? - Cabrão, sai daqui. Já! - Rosnei, olhando-o. Não sabia o que me irritara mais, se o soco ou as palavras dele. De qualquer das formas, merecera ambas.

Numa luta tanto Enzo como Geo tinham fortes hipóteses de vencer. Fisicamente eles eram muito semelhantes. - Quem devia sair daqui eras tu! - os enfermeiros finalmente chegaram e separaram-os. Estavam prontos para os expulsar do quarto se aquilo não acabasse. Eu já me estava a sentir alterada. - Não sabes fazer a porcaria de uma coisa simples que é protegê-la. Devias ter vergonha do ser que és. Não és sequer um homem.

Eu queria partir a cara de Georgini. Mas tinha noção de onde estava, e quem estava no quarto. Não queria perturbar Celine - Resolvemos isto lá fora - Desafiei.

- É quando tu quiseres. - revirou os olhos. Os ânimos acabaram por acalmar. Acho que ambos perceberam que aquilo me fazia mal. - Eu depois volto Cel. Alguém tem que fazer alguma coisa de jeito. - lancei-lhe um olhar de censura.
Depois de Geo sair, levantei-me e fui ter com Enzo. O seu maxilar estava roxo. Não gostava de o ver magoado.

A minha expressão estava fria novamente. Mantive-me imóvel, querendo tranquilizar-me para não fazer nenhuma besteira. Olhei para Cel - Não devias estar levantada. Deita-te, descansa.

Eu não ia conseguir descansar depois do que acontecera ali. - Não. Tu estás magoado. - toquei na sua face. Fiz sinal à enfermeira para que me trouxesse gelo. Hoje estava a ser um dia de merda. Suspirei.

Aquele Georgini era mesmo idiota por ter feito aquela cena ali, à frente dela. O estúpido acusava-me de coisas, mas também não fazia o melhor pela Celine! - Estou bem, mi amore - Retorqui, ciente de que ia ficar negro mas já não havia nada a fazer - quero-te deitada, já.