[rés do chão] Sala de Estar

Ainda estava a abanar a cabeça todo irritado por causa daquela gaja. Ela tinha mesmo conseguido tirar-me fora do sério, se voltasse com aquele ar todo superior mais uma vez eu até era capaz de lhe mostrar a minha faca.
Estacionei o carro quando cheguei a casa e fui colocar o saco com o dinheiro no meu quarto, descendo para a reunião de família que já devia ter começado na sala.

Pelo visto não tinha sido o último a chegar, a minha mãe também estava atrasada, os únicos que lá estavam eram os meus tios e os meus primos. Eu sentia-me um anjo naquela família. O que nos tinha levado até ali era as nossas fontes de economia, parece que a única coisa que estava na moda traficar era a droga e as armas, eu pelo menos fazia comprava muito e vendia, e ele queria algo mais.
-Não - abanei a cabeça levantando-me e saindo. Ouvi o meu pai gritar por mim mas não liguei saindo de casa. Nunca na vida ia traficar nenhum ser vivo, muito menos mulheres.

Voltei para a sala de jantar quando já tinha tudo memorizado, sabia onde é que ela vivia, ela era nova nos Bloods e assim não sabia todos os truques para esconder a identidade. Não estava muito preocupado com o meu dinheiro agora, era algum, mas também não era nada de extraordinário pelo que eu podia dar dinheiro do meu ao meu pai para que ele não soubesse de tudo o que se passava. Agora que sabia que ela pretencia aos Bloods cada vez tinha mais certeza de que queria acabar com ela.

Tinha que pensar, tinha que pensar em alguma coisa, ia recuperar o meu dinheiro, nem que fosse só com moedas de cinco cêntimos. Podia arrasta-la até minha casa para saber onde é que ele estava, podia fazer-lhe a vida num inferno e depois mata-la. Levantei-me cruzando os braços e comecei a andar de um lado para o outro - só tenho que a apanhar. - e ter cuidado porque ela podia saber quem eu era a qualquer momento, eu sabia que se ia informar, por causa do dinheiro.

encerrado