Quarto de Celine

Eu não podia ter ouvido bem. Não me rebaixaria a esse ponto, especialmente a alguém como ela.
Demorei alguns minutos. Pensei melhor. Cerrei os dentes e ajoelhei-me contrariado. Depois olhei-a - Peço desculpa - nem por isso...

Não acreditava nem um pouco nas suas desculpas. Isso notava-se, no meu olhar. Levantei-me, alguns minutos depois. Apanhei o primeiro jarro que me apareceu à frente e parti-o na sua cabeça. - Idiota! - gritei. Odiava-o. - Nunca mais me tocas, se não, eu juro, que aborto de que maneira for!

Aquilo doeu mas suponha que, para ela, eu merecei-a. Protegi-me de qualquer outro ataque seu. - Combinado.

Sentei-me na minha cama e suspirei. Pois, combinado.. Agora tinha que suportar mais oito meses, este seu filho. Pelo menos, não teria responsabilidade nenhuma. - Agora podes ir embora.

Ir embora depois daquilo tudo? Não me parecia - Quero que vás ao médico. Não estás com bom ar.

Não sorri de forma cínica, mas estive lá perto. Depois de tudo o que ele me fizera, era normal não parecer bem. - Eu estou óptima. - revirei os olhos. - Depois vou.

- Celine... - disse, olhando-a duramente - É diferente agora. Estás pálida e com um ar fraco, estás grávida. Só um médico te vai dizer que estás óptima ou não. Eu posso chamar um aqui a tua casa.

Abanei logo a cabeça, negando aquilo. Não queria médico nenhum ali dentro. Já não bastava os murmurinhos que rondavam por aí. - Não. - suspirei. - Eu vou a um médico, pronto. - encolhi os ombros.

- Então vens comigo, agora - Eu estava só a ser prático. Precisava de ter a confirmação de que estava tudo bem com ela.

- Eu não quero sair de casa. Não me apetece. - revirei os olhos. - Já te disse que vou ao médico. Caramba, deixa-me em paz!

Eu não ia tocar-lhe mas era tanta a minha vontade de a abanar. - Celine, os três primeiros meses de gravidez são críticos! Não deixes isto para amanhã.

- Enzo, eu estou-me a cagar para esta gravidez. - mas sabia que não ia o ter fora dali, se não aceitasse. Isso irritava-me profundamente. - Está bem, vamos. - Acabei por ir buscar as minhas coisas e saímos dali.

encerrado.

Ela ia ter de mudar aquela atitude. Não ia admitir que ela corresse riscos com o meu filho. Fomos para o meu carro e seguimos até à clinica.