Ruas

Fomos no meu jipe até ao Zoo. Era uma das grandes atracções da cidade mas, por alguma razão, nunca lá fora. Fui comprar os bilhete e entrámos.

Eu costumava ir ao Zoo com o meu pai, quando era pequena. Tinha boas recordações daqueles momentos. Depois de os bilhetes comprados, seguimos lá para dentro. Por sorte tinha trazido a minha máquina fotográfica.

Seguimos pelo Zoo, basicamente seguindo aquilo que Celine queria.
Eu até estava a gostar.

Apanhei a sua mão. Fomos visitar vários sítios, vários animais, tudo o que eu queria ver com mais afinco. E a minha máquina não parou. - Eu gosto dos macacos. - ri-me.

Olhei para os macacos, para lá da gaiola.
- Têm piada mas não são animais de classe.

Eu parecia uma criancinha de tão alegre que estava. Adorava aqueles animaizinhos. Não olhei para Enzo, mas o seu comentário não me foi indiferente. - Então qual é que achas com classe, senhor ''olhem para mim, eu tenho classe''?! - gozei.

- Os tigres - respondi sem hesitar - Animais de bom porte, graciosos, ferozes, implacáveis.

Comecei-me a rir de tal maneira que algumas pessoas que ali estava olharam para nós. Tive que me acalmar. - Oowwnnn.. tu gostas de gatinhos. Que fofinho.. - fiz uma careta. - E porque não um lobo, ou um urso? Também é isso tudo.

- Não têm a mesma classe - respondi.
Ri-me e prosseguimos caminho.

Apertei a sua mão enquanto seguíamos para outro sítio.
- Podíamos ir comprar um gelado.

- Vamos então.
Distraídamente, acabei por lhe dar a mão.

Comprámos os nossos gelados e seguimos novamente pelos caminhos do Zoo. Eu estava a gostar imenso de estar ali. Estávamos a passar bem o fim da tarde. - Sabes, os gémeos vão gostar de macacos e não de tigres. - fiz uma careta.

- Não, não vão. Até vou encomendar camisolas com pequenos tigres para eles - comentei a gozar.

Comecei-me a rir. - Não.. eu vou falar com eles e vou convencê-los a gostar de macacos e zebras. - mostrei-lhe a língua e seguimos para a ala dos repteis.

- Que coisas estranhas de dizer a uns miúdos. - reparei que era a primeira vez que ela falava de qualquer contacto com os gémeos depois destes nascerem.
Passámos para a parte dos repteis. Duas horas depois saímos do Zoo, com algumas recordações compradas.

Levei-a até um chique restaurante, no qual fizera uma dispendiosa reserva de última hora. Fomos até à nossa mesa reservada, num lugar único.

- Não era preciso tanto luxo. Um churrasco estava bom. - fomos encaminhados para a nossa mesa. Se eu achava que o restaurante era luxuoso, então quando vi a mesa.. arregalei imenso os olhos.

- Apenas o melhor - Relembrei. Eu não me contentava com menos.
Vi a sua reacção à mesa e sorri interiormente. Puxei a sua cadeira.

- Nem sempre o luxo representa o melhor. - Agradeci o seu gesto e sentei-me. As ementas já estava na mesa e claro, como estava com fome, nem esperei que ele se sentasse, para começar a escolher o que queria.

- Mas eu sei reconhecer o melhor.
Demorei o meu tempo a sentar-me a escolher aquilo que queria. Pedi primeiro o vinho da casa

Eu ia teimar com aquela conversa, até ele me dar a total razão. - E eu sei reconhecer o que é o melhor, para mim. E algo simples é também o melhor. - fiz uma careta. Pedi um arroz de polvo, uma salada e um sumo.

- Mas de vez em quando algo menos simples não implica que não seja o melhor também -  retorqui.

- Argg.. eu desisto de te tentar convencer. - revirei os olhos.
Era uma perda de tempo, estava visto.

Encolhi os ombros.
 Era a minha visão no assunto, apenas.