Sala de Estar

Quando a empregada dirigiu o "casal" até à minha sala, fiquei de imediato zangado por aquele vagabundo ter as mãos na minha menina. Cheguei lá muito rapidamente e recebi a pequena Sienna nos meus braços. Olhei-o com desdém.

Eu ja esperava uma reacção semelhante àquela. Sienna que outra hora estava divertida com as orelhas e o cabelo de Geo, quase que soltou um grito de alegria quando se viu nos braços do pai. Georgini desculpou-se com qualquer coisa, deixando-me ali largada na toca do lobo.

Só suavizei a minha expressão quando fitei a minha pequena. Aí fiquei todo sorridente e dei-lhe um beijinho no topo da cabeça. Eu dava conta dos dois gémeos ao mesmo tempo. Fiz sinal a Celine que me passe Vincenzo.

Não deixava de ser delicioso vê-lo com os nossos filhos. Eles eram sem dúvida as unicas pessoas que não sofririam às mãos de Enzo ou assim esperava. Abanei a cabeça. Vincenzo estava bem a dormir no meu colo. Não o queria acordar.

- Então é melhor levá-lo para o quarto.
Segui até lá, esperando que ela viesse atrás com ele.

Escondi o sorriso de satisfação para dar lugar a algo mais leve e maternal. Fui ver os gémeos já pelas quatro da tarde. Estavam acordados e bem divertidos um com o outro.

A verdade é que não gostava das visitas dela, ma não ia privar os gémeos de verem a mãe. Ela parecia-me muito alegre.

Pousei a mala no sofá e tirei os meus saltos. Juntei-me aos bebés no chão. Ia ficar por pouco tempo, infelizmente. Mas queria matar um pouco das saudades, já que daqui a uns dias eles voltariam comigo para mais uma semana na minha casa. Dez, quinze minutos foi mais ou menos entre isso que eu fiquei. E depois quando chegou a hora de me ir embora, deixei cair disfarçadamente o teste, perto do sofá. Queria que Enzo o encontrasse e se roesse todo por dentro.

Depois de Celine sair, os gémeos ficaram a brincar e eu a ler um livro. Até que vi que um deles estava a brincar com algo estranho. Quando fui ver percebi que era um testes de gravidez - Mas que merda é esta?

Acho que os meus níveis de raiva disparam completamente. Era o nome dela naquele papel. Seria mesmo verdade? E apostava que ela deixara aquilo ali de propósito - Cabra - E foi então, naquele momento, que decidi que Celine não me importava mais. Nem um bocadinho.

Olhei para os meus filhos ainda tão novas e a mãe deles já estava novamente à espera de bebé. Isso é que era de quem não perdia tempo. Puta. Estava tão zangado.

Uma semana se passou. Infelizmente, era escasso o tempo em que visitava os gémeos. Mas naquele dia, eu ia buscá-los. Estava cheia de saudades deles.

Era um dia atarefado para mim. Cada vez mais regressava a assumir o meu papel de lider que, tinha de admitir, tinha decaído durante o meu tempo com Celine. Agora as coisas iam mudar. 
Já estava à espera dela. Ia ser algo rápido.

Eu já tinha cada um no meu colo. Sentir os seus abraços, o seu carinho, era-me essencial. Beijei o topo das suas cabeças. Então encarei Enzo.

- Felicidades - Foi tudo o que disse pois nem ia sequer esconder que sabia que ela estava grávida. 
Custava-me sempre que os gémeos fossem embora mas naquele dia até estava com pressa - Agora, se me desculpas, tenho um sitio para ir. - E fui encaminhando-a para a saída.

Aquilo foi o suficiente para me aperceber que ele sempre vira o exame. O meu sorriso aumentou. - Obrigado. Como é que ele conseguia cair em tudo, tão facilmente? - Tudo bem.. - e já que ele Pareci ter tanta pressa, fui-me embora rapidamente.

Eu ainda fiquei em casa uns cinco minutos depois de ela ter saído. Nem caía em mim. Ela não desmentira nada. Praguejei. Verifiquei se tinha as minhas armas comigo. Depois saí. Havia alguns sacanas para aterrorizar.

Passou-se um mês desta forma. Entre a guarda-partilhada dos gémeos e o meu trabalho não tinha muito tempo para pensar noutras coisas e ainda bem. Poucas foram as vezes que vi Celine.

se não gostares da mudança de tempo diz-me que eu apago

Depois daquela noite castiguei-me a mim mesmo por me ter importado com Celine. Ainda não a esquecera, o que era uma merda.

No dia seguinte não me lembrava de muito coisa. Tinha bebido bastante e a noite anterior meio que se apagou.

Eu metera-me à frente de Enzo para o proteger. Isso não voltaria a acontecer. Fora uma falha minha. No dia seguinte, lá estava eu, com um saco de gele na mão, mas pronta para visitar os gémeos. Também tinha umas coisas que tratar com Enzo.

Uma visita de Celine era algo que não estava mesmo a precisar. Quando a vi fiquei logo desgostado.  - Eles estão a dormir. 

Encolhi os ombros. Então teríamos aquela conversa agora. - O aniversário deles está-se a aproximar, como é que vamos fazer?

- Eu disse que os levava à Disney - Já tinhamos falado disto antes.

Revirei os olhos. - Pois, isso não pode ser. - não ia estar longe deles num dia tão importante. Ele que pensasse em outra coisa, em LA.