Varanda

No dia seguinte, já de tarde, estava quase a determinar que Celine não vinha. Rapariga casmurra. Entre tantas eu queria-a a ela, não era racional.

Acabei por perder a paciências. Fiz umas chamadas e tratei que uns quantos capangas meus fossem buscar Celine a sua casa e a trouxessem até mim.

Mal ela saiu do quarto, não voltei a vê-la. Agora estava sozinho em casa, o que já era habitual antes da presença dela. Desistira da ideia de a engravidar, estava visto que so ia dar problemas e eu não ia arriscar nada no que dizia respeito ao meu futuro filho.

Enrolei-me numa enorme manta e com um leite com chocolate quente na mão, fui-me sentar para a varanda. Apesar de frio, estava um dia muito bonito.

Eu saira do banho e enrolara apenas uma toalha a volta da minha cintura. Graziela tinha-me dado um cafe pelo caminho. Peguei nele e fui ate a varanda, onde a vi. Não me importei muito com o frio.

Não sabia como aquele idiota não tinha frio, mas queria pensar, que era dado à sua ruindade natural. Encolhi os ombros e voltei a dar atenção ao que nos rodeava.

Não era preciso falar embora o quisesse fazer.
Bebi silenciosamente o meu cafe.

- Ainda apanhas uma gripe. - falei, apenas por falar. A verdade é que eu não conseguia ficar em silêncio durante muito tempo, sem que me sentisse incomodada com a sua presença.

Olhei para ela de soslaio. - Eu tenho boas defesas - informei. Nem sentia muito frio, ela e que era friorenta.

- Pois, lá sabes. - dava-me certos arrepios, só de o ver daquela maneira. Apertei-me contra a manta e encostei-me ao pequeno sofá. O pouco sol que ali vinha, era reconfortante.

Acabei de beber o meu cafe. Depois olhei para ela.
-Caso não queiras ficar fechada em casa, tens quatro seguranças e um motorista a tua disposição. Usa-os, se quiseres mas nao fujas nem te ponhas em perigo.

Não esperava aquilo da sua parte. Ficara de imediato contente e de certa forma, era algo que com toda a certeza utilizaria, dado que, dias e dias fechada naquela casa, eram, sem dúvida, aborrecidos. Acabei por esquecer o frio e saltar do sofá. Abracei-o com força. - Obrigado..

- Ora essa... - eu tinha de lhe dar espaço para alguma sanidade mental caso contrário ela enlouqueceria ali dentro.

Recompus-me rapidamente e afastei-me dele. Fui-me sentar novamente. Não pensava em ficar ali trancada, até o dia dos bebés nascerem e ainda bem, que ele tinha feito algo de bom, como aquilo.

- mais uma coisa... - comecei por dizer - Dentro de três dias vai haver um pequeno encontro dos Crips. É provável que aqui seja. - mas nunca uma certeza, pois não ia comprometer a segurança dos meus membros.

Não sabia ao certo o que aquilo queria dizer. - Ham.. - fiz uma careta. - E o que queres dizer com isso? - ergui o sobrolho.

- Quero dizer que se o encontro acontecer aqui, podes ir para um hotel se quiseres - não estava a contar que ela quisesse estar numa casa cheia de Crips.

- Ham.. isso.. - não tinha problema nenhum com aquilo, até porque o que me incomodava, não era o seu ganguezinho e sim, ele mesmo. - Está bem, depois logo vejo isso.

- Está bem - ela tinha tempo para pensar e eu tempo para organizar. Entretanto volte para dentro O frio já me estava a afetar.

vou jantar, hasta ya

Ainda fiquei ali durante mais uns minutos. Terminei o meu leite com chocolate e pedi à empregada para me fazer panquecas. Fui para a sala e deitei-me lá.

Oscar fizera o jantar mas o meu apetite era pouco. Estava de mau humor, decidi não jantar. Fiquei ali na varanda, a beber bourboun.

Já perto do anoitecer, eu esperava Celine. Não sabia  se ela viria ou não. Tinha esperanças que sim pois tinha preparado uma noite bastante romântica. A varanda estava iluminada por velas e havia algumas flores espalhadas, semelhantes às que lhe dera pela manhã. A mesa estava posta. Só faltava Celine.

Eu sentia-me estranhamente nervosa. O meu coração parecia que me ia saltar da boca. Estava contente com o vestido que tinha escolhido, no entanto não tinha trazido uns saltos muito altos. Segui as instruções da empregada e quando cheguei à varanda, surpreendi-me com o ambiente.. Estava tudo tão romântico.

Os meus olhos devem ter reluzido quando ela apareceu. Aproximei-me - Obrigada por vires - Peguei na sua mão, inclinei-me e  aí pousei um leve beijo. A minha vontade era beijá-la, mas ia deixar isso para depois - Estás linda.