Cozinha + Sala de Jantar

Fomos para a cozinha. Entretanto sequei-me e vesti uma t-shirt. - Ora bem, precisamos de... - disse uma lista de ingredientes.

Acabei por vestir outra roupa.
À medida que ele falava, eu ia tirando dos armários e do frigorífico tudo o que precisaríamos.

Acabámos por ter tudo em cima da mesa.
- Obviamente começamos por misturar isto tudo - expliquei os primeiros passos.

Eu era péssima até a fazer as coisas mais simples. Como partir um ovo, mexer na massa, todas aquelas coisas que até uma criança de dez anos conseguiria fazer. Tinha mãos de homem, por assim dizer.

Fui ajudando-a, apesar dos disparates. Coloquei-me atrás dela e juntei as minhas mãos às suas.
- Assim - com o apoio das minhas mãos fi-la fazer aquilo bem.

Tornou-se tudo mais fácil e ao mesmo tempo difícil quando ele tomou aquela posição.
Deixei de prestar atenção, a minha face foi ganhando uma tonalidade rosada.

- Estás a prestar atenção? - Perguntei, vendo que nem assim estava a resultar.
- Deixa-me acabar esta parte, é melhor.

Por uns momentos sustive a respiração, mas voltei ao normal quando ele me chamou a atenção. - Err.. está.. bem.. - meio atrapalhada, afastei-me dele e fui-me sentar num banco ali perto.

Acabei a parte de misturar os ingredientes e fazer a massa para as panquecas.
- Agora vem a parte divertida. Anda para aqui - fiz sinal para que se metesse ao meu lado, em frente ao fogão.

Eu sinceramente não achava nada interessante estar na cozinha, pelo menos, até ele me mostrar o que se seguiria. Juntei-me a ele, atenta e pronta para o que aí vinha.

- Segure bem na frigideira. Mete apenas um pouco de gordura. Não queremos a panqueca queimada nem colada.
Disse, indicando.

Eu tinha um medo enorme de me queimar ou algo do género.
Mas segui à risca, todas as suas indicações.

Eu estive atento e ajudei-a em tudo. A sua primeira panqueca até nem saiu nada mal.
- A próxima sai perfeita.

Não percebia sinceramente, qual o divertimento daquilo.
Sim, eu acabara de fazer uma panqueca, mas saíra, toda.. baah.. Encolhi os ombros.

- Tens de relaxar mais, para conseguires alguma coisa.
Tomei o controle por alguns momentos.
- Repara, balança a frigideira

Eu hoje estava insuportável. Não sabia o que se passava comigo, tudo me aborrecia. Até porque, de manhã, estava minimamente bem. Encostei-me ao balcão da cozinha e encolhi os ombros.

- Então Cel? Não fiques triste por não correr tudo bem à primeira - para a compensar fiz uma panqueca boa e empreitei-a Estupidamente desenhei com topping de chocolate um sorriso na panqueca - É para ti.

Olhei para a panqueca. Um pequeníssimo sorriso apareceu-se-me nos lábios. Tive que retribuir o gesto. Peguei num pouco de chocolate e desenhei um coração, na panqueca que eu fizera. - É para ti. - mostrei-lhe a língua.

- Um coração?
Perguntei, erguendo o sobrolho. Passei o dedo pelo chocolate e lambi-o maliciosamente.

- Sim. - abanei a cabeça. - Um coração.
Podia ser algo tipicamente de menina, mas não me importei.

Ri-me. Agora o coração também já estava desmanchado, de qualquer maneira. Eu lambera o chocolate todo.
- Estás mais contente agora?

- Um pouco. - hoje estava difícil de agradar. Talvez fosse da gravidez, talvez não. - mas vais ter que comer a panqueca! - exigi. Ele não se livrava daquilo.

Olhei para a panqueca. Não tinha tão mau aspecto como ela achava.
Dei uma trinca - até está boa.

- Claro que está boa, fui eu que a fiz.. dãã.. - fiz uma careta. Olhei para a panqueca que ele fizera e comi-a rapidamente. Estava deliciosa, como seria de esperar.