Quarto do Enzo

- hey - esbocei um leve sorriso só para ela - dormiste bem? - perguntei, sem querer ser chato.

- Mais ou menos. - fiz uma careta.
Espreguicei-me e levantei-me. Fui à casa de banho tomar um banho.

Acreditava que as noites para ela não fossem muito sossegadas por causa dos gémeos. Suspirei e sentei-me na cama. Dei uma vista de olhos no meu telemovel.

Vesti-me rapidamente e segui novamente para o quarto. Abracei Enzo com força.

Fiquei surpreso pelo seu abraço.
- Está tudo bem, querida?

- Shiim.. - afastei-me do seu corpo e sentei-me ao seu lado.

- Ainda bem, por momentos pensei.... esquece.
(...)
Um mês e meio passou, numa rotina pouco agradável. Durante o dia eu e Celine mantinha-mos uma certa distância, há noite dormíamos juntos e sentia-mos aquela ligação. 
E contudo tudo mudou um dia... Vários desvios de dinheiro e erros inconcebíveis estavam a  atrapalhar os Crips. Eu não sabia como tal podia ter acontecido e mandei investigar... não pus a hipótese de Celine, nunca, nem queria pensar nisso... mas tornou-se óbvio de quem era a culpada. Celine estivera este tempo com os MS-13, a lesar os Crips em variadas maneiras! A pequena puta... Bem sabia que não me devia ter apaixonado por alguém da sua laia. 
A minha vontade era, era... Mas não podia. Não enquanto ela carregasse no ventre os meus filhos. Por isso agia normalmente, apenas mais vago e pouco presente. Guardava uma raiva imensa só para mim. Mas não esquecia. Oh não, disto não me esquecia. Ela veria...

Se gostava dela? Não. Mas queria-a? Sim. Definitivamente. Por isso dei-lhe a resposta que ela queria ouvir - sempre gostei.

- Tu és um grande mentiroso.. Ricci.. - revirei os olhos. Talvez ele nunca gostara de mim, mas não ia discutir sobre aquilo. Ele queria sexo? Então que tivesse o sexo.

Puxei-a a sua cara para mim - houve alturas, há alturas, em que não te minto - disse seriamente. Ela é que me mentira e enganara.

Sorri por uns momentos. - Eu sei.. - murmurei. Eu enganara-o em parte. Sim, tinha-o roubado, mas não lhe mentira quanto aos meus sentimentos, nem ao facto de não podermos ficar juntos. - Tenho que te dar imensas explicações, mas nunca quis que me odiasses..

Eu odiava-a. Odiava-a por me ter manipulado e odiava-me a mim por me ter deixado manipular. Tinha-me dado ao luxo de amar e saíra-me o tiro pela culatra - Não odeio - disse para continuar com a mentira.

- Eu não te usei para te roubar. - Não ia negar que isso ajudara, mas.. - Já o fazia muito antes de dizer que gostava de ti. Eu gosto de ti, nisso não menti. - Mesmo que nunca mais voltássemos a ter nada, queria muito que ele acreditasse em mim.

Eu queria acreditar nas suas palavras mas não me atrevia. Não seria estúpido novamente. Por isso calei-a com beijos.

Eu sabia que seria difícil até que ele voltasse a confiar em mim. Até lá, ia aproveitar estes meses, com os pequenos, para me redimir. Puxei-o contra o meu corpo e fui correspondendo aos beijos.

As minhas mãos inquietas tiveram que percorrer o seu corpo. Parei no rabo dela e apalpei-o.

Guinchei quando ele me apalpou o rabo e acabei por lhe trincar o lábio inferior. Uma das minhas mãos foi ao encontro das suas e puxei-as para cima.

Por causa dela, subi as minhas mãos. Ficaram ao nível da cintura e comecei a tirar a sua camisa.

Deixei que ele me tirasse a camisola e seguidamente, foi a minha vez de tirar a dele. Empurrei-o para cima da cama e gatinhei por cima de si. - Hum.. talvez deixe que me domines. - ri-me. - Mas só hoje..

Ao ouvir aquela sua vontade, os meus sentidos alertaram-se. Já fazia imensos meses desde que não praticava sexo submisso e o mero pensamento de o fazer deixou.me excitado - muito bem.

Seria apenas hoje, a primeira e última vez, que aceitaria tudo o que ele me fizesse. Desta vez não haveria queixas, amuos, medos.. ia ficar à sua mercê e não sabia ao certo o que esperar. Saí de cima dele e dirigi-me para o outro quarto.

encerrado.

Ter tido sexo com ela podia ter sido um erro... ou mais um passo na minha vingança. Os próximos dias dizê-lo-iam. entretanto deitei-me um bocadinho e adormeci.

Eu estava furioso. Eram os meus filhos. Os meus. Ela chegara atrasada de propósito, para me afetar. Conseguira-o, mas às custas do pior para os meus filhos. Que raios, odiava-a. E mal podia esperar por deixar de precisar dela.

Eu ainda estava agarrado a ela. Tínhamos adormecido assim, abraçados. Não ia negar que era bom. Que o sexo tinha sido óptimo e que gostava de dormir com ela, mas desta vez sabia separar os sentimentos. Claro, não o demonstraria. - bom-dia... - disse, sorrindo. Aproximei-me para a beijar.

Rebolei para cima do seu corpo e deixei que me beijasse. Abracei-me a ele com força. - Bom dia. - murmurei. Se aquilo era o rumo que levariam as nossas tréguas, então eu gostava e muito.