Clinica Privada

Não devia estar tão empolgada, mas a verdade é que nunca presenciara uma coisa daquelas e de certa forma, era.. hum.. fixe. Olhei para a pequena tela, enquanto o médico nos mostrava os bebés.

Eu olhei maravilhado para o ecrã onde o médico mostrava os meu dois filhos. A imagem era estranha mas o m´dico explicou cada parte.

Aparentemente estava tudo bem com cada um, por isso, o médico não se alongou muito no seu discurso. Quando nos vimos despachados, saímos dali.

A consulta tinha corrido bem. Pelo menos não houvera más noticias.
- Queres ir a algum lado antes de irmos para casa?

Encolhi os ombros. Não me apetecia ir a sítio nenhum, o que acontecia imensas vezes, desde que engravidara. - Tanto me faz..

- Vamos beber qualquer coisa, há um Starbuck aqui perto - Sabia que também lhe fazia bem estar fora de casa.

Encolhi os olhos. Assenti com a cabeça, sem pronunciar sobre aquilo e segui atrás dele. Entrámos rapidamente no estabelecimento.

encerrado.

Por uma questão de privacidade dirigi-a antes à clínica. Ali seria logo atendida. Estacionei o carro. Podia simplesmente deixá-la, mas parei.

Eu não estava com vontade nenhuma de ir a um hospital. E até mesmo algo mais privado, deu espaço para ter alguns olhares perto de mim. Fui rapidamente atendida. No entanto, não falei sequer da minha "condição".

Eu nao segui atras de Celine. Fiquei no lobby. Devia ir-me embora porque ja nao estava ali a fazer nada. Afinal eu ainda me importava com ela. Porra. Ali fiquei mais algum tempo.

Felizmente Enzo não tinha vindo comigo. Fizeram-me um curativo, algumas perguntas e trataram de mim da melhor maneira possível. No final, aconselharam-me a muito gelo e para as dores foram receitados uns analgésicos. Peguei na minha mala e saí da sala.

O meu olhar cruzou-se com o de Celine quando ela saiu para o hall da clinica. - Esta tudo bem? - Perguntei-lhe porque apesar de tudo era mais oumenos culpa minha.

A minha face ficou ligeiramente quente. O que é que ele ainda fazia ali? Abanei a cabeça. - Hum.. s.. - doía-me a boca, mal conseguia falar.

Fiz uma careta. Apesar de tudo nao gostava de a ver magoada - Anda, eu levo-te - Ofereci. Nao era como se vivessemos em lados opostos da cidade.

Abanei a cabeça e afastei-me dele. Georgini ainda estava com a sua amante em casa, não podia voltar assim. - Eu não vou para casa.. vou dar uma volta.

- nao me parece nada uma coisa razoavel para fazeres - adverti,
Contudo nao era assunto meu, ia-me embora.

- Eu não sou razoável. Depois, só levei um murro. Nada disso me impede de mexer as pernas. - teria feito uma careta se não estivesse com dores. - Podes ir..

- Como queiras - Pelo menos tinha avisado. 
Virei costas e voltei para o parque de estacionamento.

Revirei os olhos. Não precisava dos seus avisos, já era crescida o suficiente para tomar conta de mim. Fiz tempo num parque qualquer e depois voltei para casa.

Nao tinha graça nenhuma. Se Grazi continuasse assim, eu ia afogar-me em comida. Tinhamos consulta marcada para cinco e tal da tarde. Chegáramos mesmo a horas. Foi só dar entrada e seguir diretamente para o consultório.

Não era a primeira vez que passávamos por isto, mas eu era um daqueles pais ansiosos. Fiquei a um canto no gabinete enquanto o médico dava instruções a Celine.

Aquele consultorio, o medico, eram os mesmos de quando estivera gravida dos gemeos. Fiquei arrepiada com o gel frio na minha barriga. Ainda era muito cedo para saber o sexo do bebe, mas ao menos ja sabiamos que estava tudo bem com ele.

A consulta prosseguiu e o meu entusiasmo não era escondido. O médico informou-nos que estava tudo bem, o bebé estava com o tamanho normal.

Eu pedi uma copia da ecografia impresso em papel. O nosso bebé ainda era uma coisa minuscula, mas já era especial.

Apesar das circunstâncias, eu estava contente. Tudo isto fizera-me reflectir nos últimos dias. Eu olhava para Celine e sentia o meu coração palpitar, ainda não a esquecera. A vinda de um bebé era o momento ideal para a reconquistar.
- Vais já marcar a próxima? - Perguntei quando saímos do gabinete.