Ghetto Basketball Court

Ele queria um exemplo. Não encontrava algo de bom para lhe dizer. - Talvez... sexo? - comecei-me a rir. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. E nem por sombras diria ''traficar e consumir''. Sexo era um belo desporto. Pelo menos, tinha dias que o encarava assim. Como um desporto e diversão. - Mas sei jogar badminton. - Cruzei os braços ao peito, quando me tirou a bola e voltou a acertar no cesto. - Não te cansas de acertar no cesto? - rolei os olhos.

Arregalei os olhos quando ela disse sexo e depois comecei a rir-me. - Queres que seja sincero? Dúvido que sejas boa nisso, aliás se fores como no basket és um autêntico desastre. - provoquei-a num tom divertido e de gozo. Na verdade, poderia dizer que sexo também era um dos meus fortes. Quem não gostava de uma boa dose de sexo? Ri-me para mim e abanei a cabeça à sua pergunta. - E tu não te cansas de falhar? - provoquei.

- E achas que me importo, sinceramente, com o que tu duvidas? - No que tocava a sexo não tinha problemas alguns que me gozassem. Sabia o que valia e por todos os homens que me tinham passado, nenhum se tinha queixado. Muito pelo contrário. Sorri cinicamente. - Costumas sempre responder a uma pergunta, com outra pergunta?

- Eu sei que não te importas. - encolhi os ombros, assim como sabia que também eu não me importava com o que ela duvidasse acerca de mim. Se bem que até não me importava nada de tirar as minhas dúvidas com ela, olhei o seu corpo de cima abaixo um pouco descaramente. As suas curvas eram bem definidas e ela era atraente apesar de ser demasiado irritante e antipática comigo. - Só às vezes. - esbocei um sorriso cinico.

Era sempre estranho, quando olhavam para mim, como ele estava a olhar. Mas não disse nada. Aquilo apesar de estranho, não me incomodava, nem me irritava. Espreguicei-me. - Já reparei que sim. - sorri cinicamente. Não havia coisa que mais me ''incomodava'', eram rapazes do tipo dele, que me respondessem com perguntas. Por um lado era divertido, por outro, irritante.

- Então porque perguntaste? - provoquei rindo-me levemente. Peguei na bola e atirei-a novamente, já estava a ficar aborrecido de estar para ali a jogar. Deixei a bola cair no chão e não lhe dei mais atenção, por sua vez tirei o meu maço de cigarros do bolso e o meu isqueiro. Acendi o mesmo e olhei a rapariga. - Como é que te chamas? - perguntei fitando-a.

- Apeteceu-me. - fui buscar a bola que ele ignorou, para meu espanto e comecei a tentar a acertar no cesto. Não acertei nenhuma vez, apenas ia tudo para o lado. Ponderei, se devia dizer-lhe o meu nome ou não. Nunca se sabia, se se podia contar com estranhos. - Como te chamas tu?

 

Revirei os olhos e fiquei a olhá-la nas suas várias tentativas de acertar no cesto, não lhe estava a correr nada bem. Franzi a testa quando não respondeu à minha pergunta, já devia estar à espera que não o fizesse. - Eu perguntei primeiro. - disse apenas, se ela não dizia, porque haveria eu de dizer?

Parei com a bola e sentei-me no chão. Acendi também um cigarro. Mesmo que tivesse prometido a mim mesma, que não voltaria a tocar num cigarro, nem nada que se assemelhasse, estava a precisar de um. - E eu perguntei depois. - olhei-o. - Então, como te chamas?

Abanei a cabeça. - Quero lá saber se perguntas-te depois, eu perguntei primeiro logo responde tu primeiro. - disse cinicamente e decidido a irritá-la já que ela fazia o mesmo comigo. Parecia que me queria tirar do sério. Dei um bafo no meu cigarro e deixei o fumo sair da minha boca. - Andá, diz lá. - pedi.

Se continuássemos assim, nenhum nós iria saber o nome de cada um. Mas isso não me importava de todo. Continuei a teimar em querer saber o seu nome, primeiro. - Primeiro as senhoras. Nunca ouviste dizer? - comecei-me a rir. Abanei a cabeça. Não me estava a irritar com aquilo, muito pelo contrário. Até estava a achar divertido. Dei mais uns bafos, antes de lhe responder. - Alessandra. - o meu nome era meio estranho. Por vezes até difícil de pronunciar. E por isso, as pessoas tratavam-me por Alessa.

Revirei os olhos ao que ela disse. - Eu sei que primeiro são as senhoras, por isso é que digo para dizeres tu primeiro. Ou já não posso ser simpático? - gozei e continuei a fumar o meu cigarro que estava a saber-me bem. - Alessandra. - repeti o que ela tinha dito, era um nome fora do comum no entanto não deixava de ser interessante. - Luke. - acabei por dizer o meu nome ao fim de alguns segundos de silêncio.

- Alessandra, Al ou Alessa, tu escolhes. - Era estranho, porque normalmente só dizia aquilo às pessoas que eu gostava, que tinha confiança, ou que eram ou estavam para ser meus amigos. E ele não se encaixava em nenhuma dessas hipóteses. Ouvi o seu nome e sorri. Um sorriso torto. - Luke. - repeti. Parecia que ambos tínhamos nomes estranhos. Ele não tanto como o meu.

Sorri. - Hmm pensei que ias dizer Al ou Alessa mas só para os amigos. - retorqui sorrindo. Nós não éramos amigos nem nada do género, afinal tínhamos acabado de nos conhecer e a verdade era que eu não precisava de amigos nem de ninguém. Não podíamos confiar em ninguém pois as pessoas passavam a vida a desiludir-nos e a magoar-nos. Olhei-a quando voltou a repetir o meu nome. - Gostas? - perguntei.

- Eu não tenho problemas com o que me chamam. - fiz noção de encolher os ombros. Era verdade que só os amigos me chamavam daquela maneira, mas se outras pessoas o fizessem, não haveria problema. Não havia motivos para fazer algo sem importância numa tempestade ou numa confusão. - É normal. Não gosto, nem desgosto. - nunca tinha conhecido nenhum Luke. Ele era o primeiro.

- Ainda bem. - encolhi os ombros, a verdade era que era bem mais fácil chamar-lhe Alessa, já que o seu nome era grande. Ri-me baixo. - Mesmo que gostasses tipo muito, nunca ias admitir. - gozei-a e voltei a pegar na bola depois de deixar o meu cigarro já acabado cair no chão e o pisar com o pé.

Se deixássemos de parte o meu nome, ser um zero à esquerda no basket e ser bem irritante e cínica, ele não sabia nada de mim. Espreguicei-me. Apaguei o meu cigarro, logo a seguir a ele e levantei-me. - Não me conheces. Se eu gostasse do teu nome, dizia. - ou talvez não. Ele parecia convencido e isso só lhe ia dar mais uns pontos para o ser. Mas se calhar, até o fazia.

Encolhi os ombros. - Nem tenho interesse em conhecer. - comentei e atirei a bola para o cesto apenas para me distrair um pouco e não estar ali parado. Olhei-a de relance antes de apanhar a bola. - Então, és daqui? - perguntei-lhe não só por curiosidade mas também porque não sabia o que mais lhe perguntar.

Não gostava quando as pessoas começavam com tantas perguntas. Isso começava a deixar-me incomodada e nervosa. Abanei a cabeça. - Sim. - podia-se dizer que sim. Tinha vindo de NY para Los Angeles, apenas com uns meses. - E tu? És daqui? - começava a ficar aborrecida. Mais tarde, talvez o convidasse para beber um copo.

Não me lembrava de a ter alguma vez visto por aqui, mas também eram sempre tantas pessoas que dificilmente conseguia decorar um rosto no meio de tantos. - Também sou. - disse pegando na bola e atirando-a de novo. Decidi não lhe perguntar nada pois não gostava que me fizessem muitas perguntas por isso também não lhe faria a ela.

Sorri quando ele parou com as perguntas e pus-me a olhar para o que ele fazia. O meu íntimo, dizia para não fazer o que estava prestes a fazer, mas, desde quando é que eu me ouvia? Eu fazia tudo o que me vinha à cabeça. - Queres sair? - se se recusasse, não faria diferença.

Franzi a testa ao ouvir a sua pergunta e por momentos até pensei que tivesse imaginado aquilo. - Estás a convidar-me para sair contigo? - perguntei ainda meio confuso. Esperava que ela me fizesse qualquer pergunta mas não aquilo. Encolhi ligeiramente os ombros, porque não? - Pode ser. - acabei por lhe responder.

Sair com ele, sim. Era isso que estava a tentar fazer entender. - Estou sim. - E não estava à espera que Luke aceitasse. Movi os olhos, repetidas vezes e olhei-o de boca aberta. - Uau. Tens algum sítio onde queiras ir? - Eu convidava-o para sair e nem sabia para onde o levar, bonito.

Olhei-a e semicerrei os olhos. - Fica desde já a saber que só vou sair contigo porque não tenho nada de interessante combinado. - disse, além de que até me poderia vir a divertir, quem sabe. Encolhi os ombros e fiquei a pensar em algo por uns momentos. - Uma discoteca? -acabei por sugerir.

- Parece que estamos no mesmo comboio. - Porque eu não tinha nada de melhor que fazer. Estava de folga e precisava de me divertir. Coisa que não fazia há algum tempo. Amanhã ia trabalhar, mas não me importava com a ressaca. Cruzei os meus braços e sorri. - Pode ser. - discotecas não eram o meu forte, mas não fazia mal. - Queres ir agora, ou tens algo para fazer antes?