Exterior

Já era bastante tarde e ainda havia algumas surpresas, mas devido ao cansaço dos gémeos e pelo que tinha falado com Celine, terminei a festa depois do espectáculo de fogo de artificio.

Quando a festa deu por terminada, despedimo-nos dos convidados. Tinha sido uma boa noite e eu estava feliz. Os gémeos estavam cansados, por isso, foram rapidamente para os berços. Giuliana ia passar uns dias naquela casa, palavras de Allegra. Ia tentar não deixar que isso me incomodasse. Seguimos para o nosso quarto.

Eu tinha sido avisado da sua chegada. Não a ia deixar entrar na propriedade. Firmei bloco logo à entrada, juntamente com alguns dos meus homens. Lá estava ela...irreconhecível, se saltos altos! - É preciso teres lata para apareceres aqui.

Fiquei frente a frente a ele, não tinha medo da sua autoridade. Os nossos olhares cruzaram-se. As suas palavras entraram-me por uma orelha e saíram por outra. - Só te pedi a guarda conjunta.. - revirei os olhos.

- Guarda conjunta? Deves querer que eu me ria - Atirei, sem ponta de humor na voz - Desapareces durante dois meses e queres a guarda deles?

- Eu já disse para pensares no que quiseres. - Passei meus dedos pelos olhos e suspirei. A última coisa que queria era discutir e pior, ter que lidar com ele. - Não é uma piada Enzo. Eu quero dividir a guarda deles e vou tê-la.

- E que tal se me disseres tu? - Ripostei em palavras. Eu não sabia o que pensar. - Não, não vais. Porque não mereces depois deste tempo todo sem dar uma única noticias e exigires uma guarda.

- Não há nada a explicar. Nem sequer me interessa o que uma pessoa como tu pensa sobre isto.. - estava a tentar controlar-me. - Isso não és tu que decides. Não sejas idiota.

- O que uma pessoa como eu? - Exigi saber friamente. - Podes querer que sou. Idiota?! Idiota foste tu que abandonaste os teus filhos. Quers a guarda? Vai à merda. Não foste tu que há um mês atrás estavas cá para embalar a Sienna quando teve pesadelos, nem foste tu que ficou acordado vinte e oito horas acordado e em aflição porque o Vincenzo só chorava de dor de cólicas! Não estavas ca para os teus filhos quando precisam e agora podes ter a certeza que eles não precisam de ti.

As suas palavras atingiram-me no meu mais íntimo. No entanto, não deixei que as lágrimas me denunciassem. - Tu és um idiota! - dei-lhe uma estalada, que o fez virar a cara e deixá-la rapidamente vermelha. - Eu tenho direito à guarda deles. Vou destruir-te.. estou disposta até deixá-los órfãos de pai.

A atitude dela mudara radicalmente. Eu já não sentia a fúria de a ter perdido, mas a fúria de a reencontrar e não a ter - Vais falhar. No que depende de mim, já é como estivessem orfãos de mãe - rodei os calcanhares e fui-me embora. Os meu homens expulsaram-nos dali.

Eu odiava-o, odiava-o cada vez mais. Enzo era tudo aquilo que o meu pai dissera e muito mais. Não o ia deixar ficar com os gémeos. Eu estava possuída de raiva. Saí dali.