Quarto dos Gémeos

EU odiava ter de sair de casa. Lembrava-me agora que me tinha esquecido do telemovel algures no quarto dos bebés e por isso voltei atrás. Então vi Celine. Fiquei furioso.

Grazia tinha ido até à dispensa buscar fraldas. Estava agora dar atenção à pequena Sienna, quando Enzo apareceu. Arregalei imenso os olhos. Não o esperava ver ali.

- Mas que raios estás tu a fazer aqui? - Cerrei os punhos, em raiva - GRAZI! - gritei. Um dos gémeos começou a chorar, o que me atordoou. Tinha de me controlar. - Sai desta casa.

Sienna começou a chorar. Tentei acalmá-la, enquanto a tinha nos meus braços. - A Grazi não tem nada a ver com isto. - revirei os olhos. - E não, não vou sair daqui!

- Duvido - Eu bem a avisara.
Aproximei-me e olhei-a duramente - Vais, sim. Isto é ridiculo.

Não queria que Grazi fosse despedida por um capricho meu. Não a obrigara a nada, mas mesmo assim.. era injusto. - Ridículo és tu! Achas mesmo que vais conseguir encontrar alguém para os gémeos?

- Para a tua informação, encontrei alguém! - Quase gritei. Fui pegar em Vincenzo, que já estava agitado. Reduzi o tom da minha voz - Não acredito que tens aqui estado.

Sienna continuou agitada, devido ao grito de Enzo. - Pois acredita. É a mais pura da verdade. - revirei os olhos. E não acreditava que Enzo tivesse arranjado alguém.

Se havia coisa que eu tinha de ter era controlo pela minha casa e pelos meus filhos e agora sabia que aconteciam coisas por detrás de mim. Quando Grazi entrou, já sabia o que a esperava.

Eu meti-me logo perto de Grazi. - Ela não tem culpa nenhuma disto. - Enzo seria tão estúpido se a despedisse. Quando Sienna se acalmou, começou a mexer-me no cabelo.

- Mentes. - virei-me para Grazi - Eu avisei-te. Mesmo assim foste por trás das minhas costas e desrespeitas-te a minha ordem. Estás despedida.

Fiquei quase em choque quando ele despediu-a. Grazi começou a chorar, ainda implorou, mas saiu dali. - Tu és um monstro!

Tinha pena que depois de tantos anos ali, na minha casa, tivesse que a despedir por uma coisa destas - sou, e tu ainda não aprendeste que não se contraria um monstro.

- Tu devias agradecer-lhe, se não a esta hora, os gémeos estariam a morrer de fome! - ele não tinha escrúpulos, era um nojo de pessoas e não sabia como me tinha apaixonado por alguém como ele.

- Por tua causa. - Vociferei. Ela é que tinha o poder sobre a fome dos bebés. - Só precisavas de vir mas o orgulho fala mais alto, não é? Agora fizeste-me despedi-la.

Ele podia ter razão em algumas coisas, mas não em todas. - Tu despediste-a, porque não prestas, és um nojo como pessoa! - engoli em seco.

O que ela me dizia já se tornava repetitivo - e que tal encontrares insultos diferentes? esses já cansam - disse, revirando os olhos - a minha casa, as minhas regras. ela agora deve ficar bem feliz com um emprego no teu gang, aposto que vai adorar já que gosta tanto de levar ordens tuas.

- Lamento muito, se olhar para ti não cativa a minha imaginação. - sorri cinicamente. Eu ia assegurar-me sim, que Grazi não passaria nenhuma dificuldade. - Deve doer imenso, ser-se enganado uma segunda vez. Pois é, parece que nem tudo, está no teu controle. As tuas qualidades de lider, nunca foram boas. Disso eu já sabia. - dissera aquilo somente para o provocar. Porque logo a seguir, ignorei-o, dando atenção à bebé.

Cerrei os dentes e contive a minha raiva, já que tinha Vincenzo nos meus braços. Se não fosse pela alegria de ter os meus filhos agora, teria pensado duas vezes no passado.

O facto de ter conseguido afectá-lo, tinha-me deliciado um pouco. E obviamente que o demonstrei.
Sienna divertia-se em mexer no meu cabelo e a puxar a minha camisola. Procurei a sua chucha algures nas suas coisas.

Que podia eu fazer? Arrancar-lhe a minha filha dos braços? Eventualmente ela ia-se embora e eu faria questão de não a voltar a ver, nem que ela alguma vez mais pusesse as mãos em cima dos meus filhos.
- Porquê que quiseste fazer sexo da outra vez? - Eu tinha a minha teoria, da qual estava convicto.

A sua pergunta deixou-me sem jeito. Tentei não passar isso para ele. Não queria falar sobre as minhas razões. No momento que o fizera não, mas agora achava-as estúpidas. - Para te agradar.. - murmurei.

- Para agradar, han? Se querias algo em troca, isso fazia com que estivesses a vender o teu corpo - O que eu não achava ser verdade - O que acho é que querias a minha atenção uma vez mais, querias o meu toque... não era, Celine?

Eu não queria nada em troca, pelo menos, não material e sim sentimental. Apertei a pequenote contra o meu corpo e fiquei em silêncio durante um tempo. O que ele dizia era verdade. - É.. - engoli em seco.

Não exibi a minha satisfação, pelo menos não por agora. Afinal sempre podia levar os meus planos avante...
- Esta situação que temos é idiota e francamente só prejudica os bebés. Podes ficar nesta casa, podes alimentá-los e estar com eles, desde que não faças asneiras nem me irrites solenemente. Fazemos tréguas.