Praias

- Se Los Angeles é uma guerra por poder, então não imaginas sequer a influência que tem a máfia em Itália - Na Europa o crime tinha outro nível.

- Ham.. estás a falar nesse poder. - comecei-me a rir. Sim, no que tocava a máfia, a Itália estava obviamente no topo. - Vou-te contar uma coisa, sobre isso.. mas não me gozes, nem te ponhas a rir ok?!

- Vou tentar... - não lhe podia prometia outra coisa.
- O que é?

- Quando eu era mais pequenina.. bom.. - encolhi os ombros. Ele ia achar uma estupidez. - Eu nunca pensei em príncipes ou assim. Mas achava que quando fosse grande, ia casar com um desses mafiosos da Itália. - aquilo era obviamente, uma influência provocada pelos livros que lia e pelo ambiente em que estava.

Não me ri, como prometido. Aliás, aquela sua confidência não me fazia querer rir. Fazia antes o meu coração bater mais rápido. Acariciei a sua face - És demasiado preciosa para um mafioso. - Quase suspirei.

Corei ligeiramente quando ele disse aquilo. - Talvez seja, ou talvez não. - isso cabia a cada um. A verdade é que só pensara naquilo, até aos meus nove, dez anos. - Mas fora apenas por isso, por poder.

- É isso que desejas? Poder? - questionei, olhando-a.
Sabia que ela era ambiciosa.

- E quem é que não deseja? - olhei-o. Por vezes, eu podia ser algo gananciosa e bem ambiciosa. Mas isso era tão típico de um falsificador. - Mas talvez não saiba cuidar muito bem de poder. Acho que não combina comigo.

Lá isso era verdade. Toda a minha vida desejara poder e lutara para o conseguir. Agora havia coisas que queria mais - Se o tivesses, safavas-te bem.

- Ou então não.. - mas todas as vezes que Tom me deixara a tomar conta do gangue, nem me tinha saído mal. Muito pelo contrário. - O meu sítio é mesmo na "arte".

- Lá isso é. Tens talento enquanto falsificadora - Os elogios ficavam-lhe bem.

Fiz um sorriso ainda maior que o anterior. Adorava quando ele me elogiava.
- Obrigado. - encolhi os ombros.

Voltei a levar os meus lábios aos seus e rebolámos pela areia.
- é tempo de voltar, ainda fica frio.

- Tu aqueces-me. - ri-me. - Mas tudo bem. - Não que me apetece muito sair dali. Por mim, ficava quanto tempo fosse. Levantei-me e puxei-o. Seguimos de volta para o iate e em meia hora, coisa parecida, voltámos.

Quando chegámos de novo a terra firme, levei-nos de volta para a minha casa no meu jipe. - O que é que achaste do barco? - perguntei sorridente, durante o caminho.

Aqueles dias estavam a ser todos muito agradáveis. Fora a melhor coisa que tínhamos feito, depois daquela confusão toda. - É fixe.. mas o meu irmão tem um maior. - ri-me.

- Ai sim? - Questionei, de sobrancelha erguida. Estúpido Tom.

Olhei para ele, esperando uma atitude meio parva da sua parte. - Sim.. - mas não importava o tamanho. Tinha sido muito boa a viagem. Rapidamente chegámos a casa.

encerrado.