Museu

Estava mesmo aborrecida, com toda aquela conversa, que o velhote tinha, mas não demonstrei isso. Muito pelo contrário, apenas sorri e fiz-me de loira burra. Entretanto a festa já tinha dado tudo. As câmaras que davam acesso aos esgotos, eram fáceis de mais, para arrombar. Quando as pessoas começar todas a ir embora, aproveitei para me esconder numa das casas de banho. As luzes de todo o museu apagaram-se.

Apenas fiquei eu e a mulher no museu. Contudo desconfiava que havia por ali mais alguém. A mulher era muito namorisqueira, mesmo comigo a afastar esses comentários. Contudo ter de a aturar tinha o seu propósito. Ela levou-me diretamente à jóia que eu queria. - tempo de dormir, querida - com um único golpe, pu-la desmaiada.

O facto de não ter trazido saltos altos, ajudavam imenso. Coloquei as minhas luvas, até o cabelo, com um simples nó. Assim que vi tudo silencioso, segui até à sala vip. Só não esperava ter que encontrar a encarregada do museu, desmaiada. Sorri de forma sacana, quando vi aquela silhueta que bem conhecia. Já esperava que aquele monstro tivesse ali, não para apreciar arte e sim para roubar alguma coisa. Encostei-me à parede, de braços cruzados, longe do alvo das câmaras. - Então, resolveste ter bom gosto?

- Parece que sim - A presença dela não me surpreendeu minimamente. Calcei as luvas e tirei o comando remoto que abria as seguranças. Fiz tudo isto sem a olhar. Nada nem ninguém me ia estragar o roubo.

Fiquei ali entretida a vê-lo tirar toda a segurança de volta da jóia. Entretanto, as câmaras de segurança, acabaram por se desligar. - Nã.. nã.. nã.. stop, parou tudo. - comecei-me a rir e caminhei até ao seu lado. Ajoelhei-me e cortei o pequeno fio transparente, que estava ligado ao lugar onde a joia estava pousada. - Nem sempre, as melhores seguranças, vivem à base de um estúpido comando.

Fitei-a pela primeira vez - E tu achas que eu sou o quê? - Sabia perfeitamente da presença das seguranças ocultas. - Há quem não tenha seguranças, de todo - respondi, referindo-me a ela.

- Acho que és além de burro e o facto de estares a pisar um cabo em questão, demonstra exactamente isso. - sentei-me no chão, de pernas à chinês e cortei mais uns quantos cabos, incluindo o que ele mesmo estava a pisar. Ele que não pensasse em levar aquela jóia. Não me iria estragar o esquema. - Pronto, agora já podes tentar roubar..

Ignorei o que se passou ali - Deixa-me adivinhar, queres levar exactamente o mesmo que eu?

Se ele se referia ao colar, sim, era exactamente isso. - Deixa-me adivinhar, vou levar exactamente o que tu queres levar? - levantei-me e encarei o colar. Assim mesmo de perto, era ainda mais bonito. Mas eu não o queria para mim. Apenas para o falsificar e o vender no mercado negro. Lucrava bastante, com aquilo.

- Não, não vais - respondi friamente. Se ela tentasse alguma coisa, derrubaria-a. O colar era meu.

- Vou sim.. - olhei-o seriamente. Não queria saber se ele fizesse algo para me impedir. Aquele colar iria ser meu. Se Enzo o quisesse, então que pagasse por isso. Empurrei-o para longe da jóia e peguei no colar.

Antes que ela fugisse, derrubei-a depois de correr atrás dela. Uma vez mais, ela estava pressionada contra o chão e comigo em cima dela. Sorri maliciosamente e saquei a minha arma, apontando-a à sua cabeça.

Odiava ter o seu corpo em cima do meu, por imensos motivos, que agora tentava não me recordar. Assim que ele apontou-me a arma à cabeça, engoli em seco. Olhei para o colar, que juntamente com a minha arma, tinha caído e rebolado praticamente para de baixo de um móvel.

- Vais ficar quietinha, o colar é meu - disse friamente. Apenas por divertimento e maldade, coloquei a boca do cano da arma na sua boca. Se disparasse, iriam chover pedacinhos do seu cérebro no chão.

Revirei os olhos, quando me colocou o cano da arma na boca e abanei a cabeça, afastando-a de mim. - O colar é teu? - comecei-me a rir. - Nem em sonhos! - e eu podia estar numa má posição, mas não o iria deixar levar aquela jóia.

- Sim, é minha - Nem morto ia deixá-la levar. Com a mão livre, fui até ao seu pescoço, apertando.o. Só mais um pouco e ela estaria desmaiada.

Comecei a remexer-me e colocar as minhas mãos, à volta da sua, tentando a todo o custo, que ele parasse de fazer aquilo e não me fizesse desmaiar. Foi quando tive uma ideia. Eu sempre tivera jeito para actuar. Tentei resistir mais um pouco e depois fingi-me perder os sentidos.

Saí de cima dela assim que desmaiou. Fui buscar o colar e saí dali. Dali a segundos ligaria a segurança uma vez mais.

Assim que o vi a sair dali, levantei-me, peguei na minha arma e comecei a correr atrás dele. Não ia de maneira nenhuma ficar de mãos a abanar. O colar iria ser meu. Sem mais demoras, carreguei a minha arma e disparei contra ele.

Não tive tempo para me desviar do tiro que raspou no meu braço. - merda - resguardei-me atrás de uma parede e liguei a segurança. Esta, ao sentir Celine, fez disparar os alarmes. Mirei-a e também disparei. Tinha poucos minutos antes que a policia aparecesse.

Assim que o alarme suou, não tive muito tempo para agir. Não tardaria e a polícia estaria aí. Desviei-me dos seus disparos e quando me vi frente a frente com Enzo, atirei-me para cima dele e comecei a socar-lhe a cara. Claro está que era uma perda de tempo. Com um pouco de esforço, consegui roubar-lhe o colar e corri para as câmaras dos esgotos.

Maldita. Corri atrás dela e desaparecemos subterrâneamente. Antes que ela entrasse nos esgotos, empurrei-a e consegui reaver o colar. De seguida posicionei-me. Tive de agarrar a arma com o braço que não fora alvejado - Sua puta. - apontei a arma e coloquei o dedo no gatilho.

A polícia invadiu o museu rapidamente. Mesmo sabendo das consequências, empurrei Enzo para dentro da cela dos esgotos e atirei-me também. Fechei as portas e aproveitei para lhe roubar o colar.

encerrado.