Cozinha + Sala de Jantar

O problema daquelazinha era que eu percebia espanhol, dos tempos em que passava férias no México com o meu pai e o Tom. - Ora, não sejas mal educado, porque é que não respondes à tua amiga? - pude sentir o olhar intriguista da idiota espanhola em mim. Tinha a sua piada. E viu-se logo que ela ficara curiosa..

Celine não tinha nada de se meter mas, só por aquilo, eu podia perceber que ela devia estar uma ponta de ciúmes no mesmo - Para quê responder-lhe se não interessa? Mas ficas a saber Gloria. É a Celine Connor, mãe dos meus filhos. - Falei com o maior desinteresse possivel - Agora, falava-te do mergulho. Vamos lá. 

- Tendo em conta que a tua amiga espanhola se mostrou muito interessada.. - fiz um pequeno aceno por mero gozo. - Aproveitem bem o mergulho.. haam e os bons genes um do outro.. - tive que gargalhar, porque de certa forma eu achava piada àquilo tudo.

Eu limitei-me a ignorá-la. Não achava piada nenhuma. Já tinha desistido no meu amor por ela, as coisas tinham ido longe de mais. Eu já passara por parvo e não ia voltar a acontecer. Saí com Gloria para o exterior.

Tinha a sua piada e ao mesmo tempo não tinha. Não o gostava de ver com outras mulheres. Vin acordou por uma fralda suja, já Sienna por atenção. Levei-os para a sala comigo. Sempre se distraiam um pouco.

Uma hora depois voltei com uma nova roupa e cabelo molhado. Gloria tinha saído. Satisfeita, quente, afogueada depois do extase a que a levara. Eu estava normal, queria estar com os meus filhos. Juntei-me a eles os três na sala.

Não sabia como ainda não tinha vomitado por culpa daqueles dois. Enzo deixava-me enojada. Era aquela a diferença entre nós. Eu nunca teria sexo com ninguém, já ele.. er.. tentei não me importar. Dei atenção aos meus filhos. Vin estava mole, não queria estar no colo de ninguém. Sienna estava rabugenta, praticamente azucrinava a cabeça do irmão.

- Vocês têm de aprender a darem-se melhor - tentei entretê-los com um jogo de crianças que me tinham ensinado em pequeno.

Sienna não estava nem um pouco interessada no jogo de Enzo. Mas aceitou tão bem o seu colo. Vincenzo acabou por se encostar a mim. O pequeno já andava assim há uns dias.

Estive com a pequena nos meus braços. Afagava as suas costas o que até a estava a deixar calminha.

Vincenzo só arrebitou quando eu lhe trouxe uma das geleias que ele mais gostava. Aquele menino com comida era fácil de se domar. Beijei o topo da sua cabeça. Soltei o meu cabelo, para que se entretesse com ele, enquanto o tentava adormecer.

Acabei por ligar a televisão e deixei-a num canal infantil. O canal estava em italiano. Eles eram pequenos e queria que, tal como soubessem inglês na ponta da lingua, também soubessem italiano.

Vin tinha adormecido de vez. E eu, naqueles poucos minutos, já tinha pensado no próximo passo da minha mini vingança para com Enzo. Levantei-me e fui meter Vincenzo no seu berço.

Sienna, para variar, não tinha o mesmo horario de sono que o irmão e continuou acordada - quem diria que vocês eram gémeos, realmente...

Lá consegui adormecer Sienna novamente mas deixei-a dormir no meu colo. Às tantas acabei também por me deitar nos sofá com a pequena em cima de mim e adormeci.

Quando desci as escadas de volta para a sala, encontrei aquela imagem deliciosa, daqueles dois a dormirem juntos. Sienna estava toda enroladinha a Enzo e ele protegia-a com os seus braços. Desliguei a televisão e as luzes e fui buscar uma manta para os tapar.

Acordei a meio da madrugada. Doía-me um pouco o pescoço por causa da posição mas não me mexi sequer com medo de acordar a pequena. Apenas sorri e deixei-me ali ficar com ela.

Eu tinha ido dormir no quarto dos gémeos. De manhã, calcei os meus saltos e fui comer qualquer coisa à cozinha. Enzo ainda continuava no sofá com a pequena. Aproximei me daqueles dois e abanei-o ao de leve.

Quando voltei a acordar a primeira coisa que vi foi Celine. Por momentos sorri, esquecendo-me de que já não estávamos juntos nem perto de nos tornarmos amigos.

Inconscientemente acabei por retribuir o sorriso. Mostrei-lhe a pequena almofada que trazia na mão, para o caso de ser preciso, já que a pequena continuava a dormir e de certeza que aquele sofá não era nada confortável. - O Vin já comeu.. deixei-o no berço, ele está meio mole. - e era apenas aquilo, já que eu iria agora embora.

- Ahhh está bem - Murmurei baixinho para não acordar a bebé. Se ela acordasse já não haveria descanso - Vais-te embora?

Atirei a almofada para o outro sofá, próximo ao que ele estava. Beijei a testa da pequena e depois afastei-me. Ainda era cedo. Abanei a cabeça. - Hum.. rum.. vou sim.

- Está bem...
Que mais ia eu dizer? Nada. Era melhor assim.

- Está bem.. - afastei-me novamente e saí dali.
Eu precisava de um banho, roupa nova, sair um pouco dali..

Eu voltei a fechar os olhos mas a verdade é que estava longe de adormecer. O perfume dela pairava ali perto de mim.