Clinica Privada

- Não me interessa se tu sabes todas ou não. Vai-te catar! - nem sabia o que ainda estava ali a fazer. Era mais do que óbvio que nem eu, nem ele, iríamos ter aquilo que queríamos.

Para todos os efeitos aquilo não me servia de nada. Larguei-lhe o braço - Um milhão. Já sabes. Amanhã vem ter comigo - E casa não viesse, eu tomaria medidas mais drásticas. Comecei a caminhar para longe dela.

- Podes esperar na cova, que eu não vou ter contigo. - assim que ele se começou a afastar, também eu comecei a sair dali para fora, para o lado oposto ao dele. Que esperasse sentada.

encerrado.

Voltar àquela clinica não era algo que realmente quisesse ou gostasse. O médico que me atendeu, era o mesmo que da outra vez. Fez-me exames, conversou comigo. - Vou-lhe receitar umas vitaminas. - revirei os olhos. Não precisava de nada disso, mas não ia discutir. - A Celine está muito fraca. Bom.. vamos à ecografia? - que remédio.

Eu permaneci na sala. Estava empolgado e preocupado com aquilo tudo mas não o demonstrei. Não queria parecer ansioso. Só esperava que estivesse tudo bem.

Estava atenta à ecografia, não que me importasse, mas porque não tinha nada para fazer. - E aqui está.. hum.. e aqui estão os dois pequenos. Por incrível que pareça, parece estar tudo bem com eles. - arregalei os olhos. Dois? Dois? Fiquei meio apática e olhei para o ecrã. - Aqueles dois pontos grandes? - o médico abanou a cabeça, de forma afirmativa. Acho aquilo tudo tão estranho. - Weird..

Aproximei-me quando o médico exclamou aquilo. Não podia acreditar naquilo que estava a ver. Gémeos? Era demasiado bom para ser verdade.
- São gémeos. Ainda não é possível saber o sexo por agora, porque só está de oito semanas mas daqui a dois meses já deve dar. De resto está tudo como deveria estar. Tem apenas de refortalecer a sua dieta e ter alguns cuidados. A gestação de gémeos é sempre um risco acrescido.

Todo aqueles discurso do médico, era um mero blablabla.. não queria saber minimamente daquilo. Eu nem queria estar grávida, sequer. - Sim, que seja. - revirei os olhos. Depois de limpar a barriga, saí de cima da maca.

Teria de partir de mim de assegurar que ela não corria riscos. A sua atitude pouco importada não ia ser grande ajuda. Dei uma palavrinha ao médico em voz baixa, exigindo puro sigilo.

Depois de mais uns minutos ali dentro, podemos finalmente sair da clínica. Não estava mesmo à espera que tivesse grávida de gémeos. Era no mínimo estranho.

Saí ao lado dela sem dizer nada. No tentando estava a gritar de euforia interiormente. - Devias mudar-te para minha casa, eu deixava-te em paz,se é isso que te preocupa.

Não tinha intenções em mudar-me para sua casa e não queria que ele me chateasse com aquilo. - Isso está fora de questão. - sorri cinicamente.

- Celine - olhei para ela seriamente - Assim que souberem que estás à espera de um filho meu, vais tornar-te um alvo para imensa gente. E não falo apenas de ameaças verbais, mas sim coisas muito piores. Em minha casa estarás segura.

Ele parecia que não percebia português. Fiz uma careta e afastei-me dele. - Eu não quero saber. Quem quer isto és tu, se acontecer alguma coisa a eles, é-me cagativo. - revirei os olhos.

- Não me refiro só a eles, refiro-me também a ti. Queres acabar raptada pelos Bloods? Violada, ou até morta? - exclamei irritado.

- Já não é a primeira vez que me raptam. - revirei os olhos. E não me referia somente a ele. Já tinha sido raptada algumas vezes, por ser irmã do Tom. - E quanto a violação, bom, acho que também já experimentei disso.

A sua ironia não me escapou. Sendo que não lhe podia tocar, limitei-me a mandar um olhar nada divertido - E vê no que as violações te levaram. Queres mesmo arriscar em seres mais do um mero buraco para outros cabroes quais-queres? Queres morrer porque és parava o suficiente para não aceitares a minha protecção?

- Tu também és um cabrão qualquer.. - Obviamente que não queria nada daquilo, mas sinceramente, com todos os acontecimentos que tinha passado, já nada disso me importava. Cruzei os braços ao peito e comecei a andar num passo apressado. - Não quero. Estou-me a lixar para isso. Deixa-me em paz!

- Mas não sou um cabrão dos Bloods - resfolguei num tom frio devido à menção daqueles trastes. - Celine... sê razoável.

- Mas és um cabrão na mesma. Um cabrão da pior espécie. - revirei os olhos. - Chato, chato! Pára de me atormentar! Estou farta de ti! - ele arruinara a minha vida, como tal, não tinha o direito nenhum de me pedir para ser razoável.

Revirei os olhos e deixei-me ficar para trás. Ela não queria a minha protecção? Fine. Tê-la-ia na mesma. Mandaria cinco dos meus capangas vigiar o seu bairro.

Ainda bem que ele desistira de me chatear. Estava próxima de me passar. Apanhei o primeiro autocarro que me apareceu à frente e seguidamente, voltei para casa.

encerrado.

Chegámos à clínica com rapidez. Lá, não precisámos de esperar muito pois Celine foi chamada a entrar. Obviamente, eu segui-a.

Como sempre, o médico perguntou-me uma data de coisas, ao qual eu tentava responder o mais sincera que podia. Seguiu-se os exames de rotina e só a seguir, veio a ecografia.

A ecografia era sem dúvida o mais interessante e empolgante da consulta. Especialmente esta porque o médico revelara que íamos conseguir ver os bebés pela primeira vez, deixariam de ser meros pontinhos, agora tinham forma.