Sala de Estar

Iam ser uns dias difíceis para ele. Mordi-lhe novamente o pescoço e afastei-me. - Hum? - comecei-me a rir. - Ai Enzo, hoje vais para cama outra vez duro.

- Novidade - Revirei os olhos - Para variar.
Levantei-me do sofá e fui para a cozinha. Tinha de fazer uns primeiros preparativos para o jantar de natal.

Antes que ele se fosse embora, puxei-o pelo braço. - São só uns diazinhos. - gozei. Mas não era isso que queria. - Faz-me bife grelhado, faz, faz.. com imensa manteiga!

- Celine! - Ri-me ao mesmo tempo que tentava resmungar. - Ainda nem são horas de almoço.

- Não me obrigues a resmungar como a Sienna. - empinei os lábios por segundos. - Mas eu estou com fome, eu quero! Imagina se o nosso filho nasce com cara de carne grelhada. Frascesco Ricci, mais conhecido como a carne grelhada que o pai não quis dar à mãe.

Revirei os olhos rindo-me.
- Ok, convenceste-me! - Fui para a cozinha.

Quase que soltei um gritinho de alegria.
Esperei-o mesmo na sala, a tentar ver um filme.

Ainda levei o meu tempo a cozinhar-lhe o bife. Fiz um acompanhamento mais saudável, já que a carne não o era propriamente.
Como não tinha fome, acabei apenas por levar um copo de vinho para mim.

Resmunguei ao ver o meu bife, acompanhado por uma salada e algo mais. Deixei isso de lado e acabei por comer aquilo que só tinha pedido. - Agora que somos marido e mulher, podes dizer o que me vais dar pelo Natal.

Olhei para ela, certo que os meus olho brilhavam. Era o nosso primeiro Natal com os miúdos e o primeiro como casados. Ia ser excelente - Por isso mesmo é que não te vou dizer.

- Pois então, eu também não te vou dizer os meus presentes. - mostrei-lhe a língua. Ia ficar o resto da semana numa curiosidade total. - Além do mais, estou grávida, deixares-me curiosa vai fazer-me entrar em stress.

- Nem com essa desculpa me vais fazer revelar alguma coisa! - Se havia coisa que Celine era, era impaciente! Sorri carinhosamente - Só te digo que escolhi os teus presentes com muito, muito cuidado.

Não conseguia descobrir o que eram, somente pelas suas palavras. Restava-me apenas esperar, muito contrariada por sinal. Mostrei-lhe a língua, num acto de pura infantilidade. E o dia passou e com ele, a semana também.

Estávamos na véspera de Natal. Os gémeos já se apercebiam da ocasião e estavam entusiasmados com as prendas. Estavam sempre a rondas a árvore e tinha de ter olho neles para que não rasgassem o papel. Eu também estava entusiasmado pelo nosso primeiro natal em familia.

Aquela semana passou rápido, meio atribulada e com imensa ansiedade à mistura. Era o nosso primeiro Natal em família, tinha que ser perfeito. Dali a alguns dias íamos saber finalmente, o sexo do bebé. Mas eu já suspeitava que era menino. A sala estava decorada, assim como o resto da casa. Mas esta, particularmente, destacava-se pelo enorme pinheiro iluminado, que tinha no canto. Sentei-me perto dos gémeos.

Eu passei grande parte do dia na cozinha com os preparativos para a nossa ceia. Agora que estava tudo apenas no forno, tinha tempo para desfrutar com a minha família. Trouxe um doce para os gémeos que se deliciaram - Estás em contagem decrescente?

Os gémeos distraiam-se com os doces que o Enzo lhes fazia, já eu, acabara por ler um livro.
Estava tão animada com aquele Natal. Abanei a cabeça. - Estou em contagem de quem quer abrir já os presentes. - ri-me.

- Já que esperámos este tempo todo, não vamos sucumbir agora, não é? - Sorri. - Nem sequer se poe em hipótese abrir os presentes pela manhã como se faz aqui na América?

- Não vais querer fazer esperar ainda mais, duas pestes e uma grávida, pois não? - comecei-me a rir. Os gémeos estavam irrequietos. Se não os tivéssemos de baixo de olho, tinha a certeza que nesta altura estariam a destruir tudo o que era papel de embrulho.

- Vou sim - Disse num tom que mostrava que não ia ceder - Vais ver, passará num instante. Jantamos e quando dermos por nós já é meia noite.

Revirei os olhos. Até à meia noite, ainda faltavam umas quantas horas. - Não os quero acordados até tarde. Abrimos depois do jantar e não há acordo possível.

_ Celine.
Tentei que ela fosse razoavel mas isso raramente acontecia e eu acabava sempre por nao a contrariar.

- Enzo. - olhei-o. Eu sabia que ele ia acabar por me fazer vontade, no entanto, repensei melhor. - Tudo bem, mas se eles ficarem com o sono trocado, és tu que vais aturar o mau humor da Sienna e os resmungos do Vin.

Sorri, ligeiramente convencido de que a fizera mudar de ideias - Isso não vai acontecer - Garanti e beijei-a.

Sorri. Com aquelas duas pestes, nunca se sabia. Puxei-os para o pé de Enzo. Não os queria muito perto da árvore. Não ainda. Passámos ali os quatro, ou melhor, os cinco, juntos. A hora de jantar chegou rápida.