Sala de Estar

Ela que não pensasse que se livraria de mim assim tão rapidamente. Eu iria ter aquilo que queria da parte dela - Depois vens a rastejar - ri-me e fiz tenções de sair da sua casa.

Eu tinha nojo de tudo, nojo de mim, nojos dos homens, do meio que me rodeava.
Passou-se quase um mês. Passara-o a descansar pouco, a beber demasiado café. Sentia-me enjoada e ao principio, pensei que fosse mesmo do comer pouco e da cafeína. Mas claro está, que não podia ser isso. Já desconfiava que fosse outra coisa, há uns dias.
Naquela manhã, recebera a confirmação. Eu estava grávida. A primeira coisa que me passou pela cabeça, foi começar a gritar, destruir tudo à minha volta. Eu ia abortar. Não queria ter filhos, muito menos, um filho daquele monstro.

Na minha mente eu já esquecera Celine Connor. Mas um mês e meio depois, depois de várias tentativas falhadas em engravidar outras mulheres, nada funcionava e eu era forçado a lembrar-me da loira, especialmente depois de ter ouvido uns rumores. Tudo indicava que ... bom, teria de descobrir. Toquei à campainha.

O resto dos dias, foram passados em casa. Eu queria abortar, mas, tinha tanto receio de sair de casa. Andava aterrorizada. E estava tão mal, a nível físico e psicológico, que ficar em pé ou até mesmo, fazer outros movimentos básicos, tornava-se cansativo.
Assim que ouvi a campainha, assustei-me. Agora, assustava-me facilmente. Abri ligeiramente a porta e olhei lá para fora. Os meus olhos encheram-se de medo. Não perdi tempo a tentar fechar a porta.

Bloqueei a porta com o meu pé, impedindo-a de a fechar. Então depois forcei a minha entrada e com três passos já estava no centro da sala - bela maneira de me receberes.

Tê-lo na minha casa, no mesmo sítio onde eu estava, deixava-me pior do que aterrorizada. Saí rapidamente da sala e tranquei-me no meu quarto.

Revirei os olhos. Se eu lhe quisesse fazer mal, já o teria feito antes. Fui bater à sua porta - Abre a porta Connor! Preciso de falar contigo, caramba.

Não havia nada melhor, que chegar a casa, tomar um banho e meter-me na sala a ver o filme qualquer, com um enorme balde de pipocas. Pelo menos, sempre me abstraia um pouco do que estava a acontecer ao meu redor. Era horrível, ter que pensar que estava grávida de um filho da puta e ainda para mais, levar a avante, com aquela gravidez.

Quando a noite caiu, aproveitei para mudar de roupa e sair. Foi já à entrada do meu prédio, que reparei em alguns homens do Enzo. Revirei os olhos. Não precisava da sua protecção e dispensava-a.

Não valia a pena tentar dar-me bem novamente com Enzo. Estava mais do que visto, que eu apenas seria um mero objecto que serviria para alimentar os gémeos. A minha opinião não contava para nada, eu era um nada.
Assim que cheguei a casa, fui buscar uma enorme taça de gelado, sentei-me no sofá e pus-me a ver televisão.

Eu estava preocupada com os gémeos. Mas ao mesmo tempo queria massacrar Enzo. Mas eu não era como ele. Não usava inocentes para atingir os meios. Muito contrariada, quando o filme acabou, lá fui eu a caminhar por entre as ruas até à casa dele.

Enzo era um grandíssimo filho da mãe. Mas não ia deixar as coisas ficarem assim. Ele estava muito enganado se pensava que agora as coisas eram como ele queria. Fui arrumando as minhas coisas. Ia começar a procurar casa.

Todas as vezes em que ia visitar os gémeos tinha a sorte de não me encontrar com Enzo. E quando isso acontecia, ignorqva-o, desprezava-o e lidava com ele como se fosse algo insignificante. Era como se houvesse entre nós uma parede blindada.
Naquele dia, depois de ver os gémeos, dirigi-me até ao aeroporto. Estava à espera da chegada de Georgini, a única pessoa que podia confiar.