Quarto da Celine

Entretanto tinham chegado as sete horas e não foi surpresa nenhuma quando ela não apareceu. Isso deixou-me de mau humor. Abri a porta do seu quarto bruscamente - tu.

O primeiro quadro estava pronto, até começara um segundo. E estava a tentar terminá-lo, quando Enzo apareceu no quarto. Revirei os olhos. - Eu.

Caminhei até ela e meti-me á sua frente, impedindo-a de continuar a fazer o que quer que fosse que estivesse a fazer. - Esqueceste-te das horas?

Sorri cinicamente, quando ele se meteu à minha frente. - Não, não me esqueci. - mas não tinha planos, para ir para o seu quarto. Nem nos seus sonhos.

Esbocei um sorriso frio. Aproximei-me dela e agarrei-a pela cintura, fazendo-a levantar-se e ficar junta ao meu corpo - uma coisa que não gosto é que não me obedeçam. já devias saber disso.

Juntei as minhas mãos ao seu peito e tentei afastar-me dele.
- Estou-me a lixar para isso. - revirei os olhos. - Vai-te catar.

Continuei a segurá-la firmemente contra o meu corpo.
- Se não obedeces, à consequências. - E agora ia levá-la para um quarto já seu conhecido.

- Lar.. larga-me.. - continuei a insistir, em me afastar dele, mas era difícil. Ele era muito mais forte que eu. - Deixa-me em paz Enzo!

Acabei por agarrar nela ao colo. Era a única maneira de a levar.
Acabámos o quarto negro.

encerrado.

Ao todo, eram apenas duas malas de desporto, que trazia comigo. Não precisava de muita coisa, apenas do essencial, para aqueles meses todos. Assim que cheguei ao ''meu'' quarto, comecei a arrumar as minhas coisas.

Depois de tudo arrumado, agradeci à empregada que me ajudou e seguidamente, fui-me deitar. Aquilo seriam uns longos sete meses, que infelizmente, teria que aturar, ali.

Eu não ia comer, dado que nunca tinha muita fome de noite e porque não me apetecia. Por isso, não deixei que a empregasse insistisse naquilo. Educadamente, expulsei-a do meu quarto e voltei para a cama.

Acordei com a voz de uma das empregada de Enzo. Já tinha abrido todos os estores e janelas e agora começava a falar em italiano, aos altos berros. Eu só queria dormir, mas ela fazia de tudo, para que me levantasse e fosse comer. Chata de velha..

Tinha acabado de acordar, quando uma das empregadas do Enzo, bateu à porta e trouxe-me um embrulho. Assim que me vi sozinha, li o pequeno cartão. Bom, pelo menos ele tentava ser.. hum.. atencioso? Que fosse. Também não tinha nada a perder. Abri o embrulho e deslumbrei-me, assim que vi o que lá continha. Em pouco minutos, arranjei-me e quando chegou a hora de jantar, desci.

Estar dentro daquela casa, começava a ser um enorme aborrecimento. Mais valia ter ficado na minha casa, com aqueles anormais a rondarem-me o prédio. Depois de sair da piscina, comi qualquer coisa rápida e fui ver um filme.

Até o filme se tornava aborrecido, com tanta coisa ao redor. Aliás, tudo, mas tudo, se tornava uma grande seca. Aquela casa era gigante e depois de ver o filme, tinha percorrido todas as divisões da mesma.

Meti-me no meu quarto, trancada e distraída com um quadro. Enzo quando queria, conseguia ser tão, mas tão irritante. Mais tarde, a empregada trouxe-me um enorme lanche reforçado.

Ao todo, consegui pintar dois quadros e meio. Estava-me a sentir mais cansada do que o habitual e de certa forma, estava tão enjoada, que perdera a vontade de continuar a pintar. Teria que pedir a Enzo, mais coisas para fazer, se não, ia morrer ali, de tanto tédio. Tirei a minha roupa e coloquei-me dentro da cama. Depressa adormeci.

Eram perto das oito da manhã quando entrei no quarto dela. Tive que fazer um barulho qualquer para a acordar e fazê-la perceber que eu estava ali.

Ainda meio ensonada, virei-me para o meu lado oposto. Esfreguei os olhos. - Que queres? - dei uma breve olhada pelo relógio. Ele só podia estar a gozar comigo, oito horas?

- vamos às compras de natal, arranjei uma maneira - informei. E para a concretizarmos teríamos de ir cedo.

- Eu não quero ir fazer compras nenhuma. - revirei os olhos. Voltei a virar-me e fechei os olhos. Não eram àquelas horas que se faziam compras. Já para não falar, que estava frio e não me apetecia sair dali.

- Celine... prometo que não te vais arrepender. Não vamos simplesmente às compras, vamos ter toda uma loja três vezes maiores que este casa toda disponível para nós - aliciei.

Eu não devia ceder, mas era tentador ter uma loja enorme só para mim. Suspirei. Não queria ceder, mas minutos depois de tanto pensar, acabei por aceitar.. - Está bem. Idiota! - atirei-lhe com uma almofada.

- Fica pronta em vinte minutos - informei e saí do quarto. Eu só estava a fazer isto por causa dela, ela é quisera ir às compras de natal.