Cozinha + Sala de Jantar

Eu devia estar louco por a encurralar ali. Nunca serviria os meus propósitos, a não ser pelo sexo. - o que é que passa comigo? - servi-me de um copo de brandy.

Revirei os olhos quando a ouvi chamar-me.
- Aqui! - gritei de volta para que ela me ouvisse. Se não ouvisse, paciência.

Estava encostado à bancada, com um café na mão.
Ouvi barulho nas escadas e percebi que era Celine, pois não havia mais ninguém casa.
Eu não comia muito de manhã mas como a queria em boa forma, preparara um bom pequeno almoço.

Passei por Enzo e ignorei-o. Se não tivesse fome, tinha ignorado, também, as coisas ele que tinha feito, para o pequeno almoço. De manhã, nunca tinha muita fome, por isso, tirei a primeira coisa que me apareceu à frente.

Não disse nada. Nem tinha nada a dizer, aliás. Ia mantê-la refém até ela aceitar o acordou ou, por outro lado, já não a querer. Veriamos quanto tempo aquilo ia durar.

Depois de comer, lavei a minha loiça e virei-me para ele. - Vais-me dizer o que é que vou fazer, aqui fechada? - revirei os olhos. Tinha os quadros e isso, mas eu queria sair dali. - Eu quero sair daqui.

- Eu também quero muitas coisas e não as tenho. Ou melhor, ainda não as tenho - disse em resposta, num tom sarcástico. - faz aquilo que quiseres, desde que seja dentro da propriedade. se escolheres entreteres-te na cama, sabes que aqui estou...

Ai que raiva, que ódio que tinha daquele italiano. - Eu odeio-te! - peguei na loiça e atirei-lha. Tachos, pratos, talheres, o que fosse.. foi tudo parar ao chão, tudo contra ele. - Odeio-te, odeio-te!

Revirei os olhos. Ela era tão infantil.
- Então odeia. A mim isso não me faz diferença em nada.

Pois a mim fazia-me imensa diferença. Agora é que não ia dar-lhe filho nenhum. Ele que se lixasse, estéril do caralho. Ainda chateada, saí dali e tranquei-me no quarto.

encerrado.

Voltei a revirar os olhos. Não tinha paciência para aquelas coisas. Fui até ao meu quarto e vesti-me. Tinha negócios fora de casa. Saí e só voltei dali a três horas.

Tinha destacado umas das minhas empregadas para ajudar Celine a arrumar as coisas. Já a minha outra e mais leal empregada, Graziela, já estava a par da situação e dali em diante só cozinharia cosias saudáveis e adequadas. - prepara algo especial para hoje.

Eu não ia jantar mas Celine sempre podia ter fome e por isso o maravilhoso jantar que Graziela prepara estava ali. Sem querer incomodar a recém chegada, peguei nas minhas coisas e saí de casa.

Eu sabia que não devia estar ali quando Celine fosse tomar o pequeno-almoço mas não resisti. Sentia-me entusiasmado com a ideia de a ter ali, com a ideia dos gémeos... E bom, estava ali.

Fui praticamente arrastada pela empregada. Não percebia nada do que ela para ali dizia, mas também não fazia questão de o fazer. Ignorei a presença de Enzo e encostei a minha cabeça à mesa. Estava cheia de sono.

- bom-dia - disse brevemente, não estado realmente à espera que ela me respondesse. Fui buscar uma chávena de café.

Não respondi a Enzo. E mesmo que quisesse, não conseguia, dado ao sono e às porções de comida que a empregada dele me metia à frente. Assim que ela se retirou, suspirei aliviada e voltei a encostar a minha cabeça à mesa.

- Se a Graziela estiver a passar dos limites, diz-lhe - informei, sabendo que a minha empregada apenas queria o melhor para Celine e os bebés só que por vezes podai ser um bocado extrema.

- Como se isso fosse fácil. - revirei os olhos. Tentara imensas vezes dizer-lhe que não precisava nada daquilo, mas ela, mal me deixava agir ou falar.

- Eu falo com ela, não te preocupes - disse e tentei esboçar um sorriso. Saiu mais um meio-sorriso.

- Lá sabes.. - revirei os olhos. - Prefiro que continues com esse teu ar de anormal ridiculamente sério.. ao sorrires, pareces uma cobra. - sorri cinicamente. Estava mesmo de mau humor.

O meu sorriso fechou-se de imediato. Cometera um erro ao ser simpático, esse não era quem eu era - É...

Não lhe iria pedir desculpas, muito pelo contrário. Enquanto passasse ali a minha estadia, iria ser do mais fria que podia ser. Alguns minutos depois, comecei a comer.

Acabei por sair da cozinha. Devia mentalizar-me que a estadia dela ali era um mero negócio. Não valia a pena pensar o contrario.