Escritório

Depois de sair de casa à pressa assim que ouvi que a minha pequena "irmã" tinha sido raptada, quase voei para casa de Tom. Entrei em casa disparada e corri para o andar de cima, procurando-o por tudo o que era sítio. Assim que o vi sentado na cadeira do escritório suspirei de alívio e entrei. - Já soube da Conner... - Disse aproximando-me dele.

- Eu não sei onde ela está, não estou com ela há alguns dias. - Disse pousando a minha mala na cadeira em frente à secretária e contornei a mesma, ficando de frente para ele, com o rabo pousado sob aquela peça de decoração. - Tem calma, ela safa-se bem com eles. Só temos que descobrir quem foi e... - Abri os braços. - Matar. - Concluí.

- Oky se queres que mostre o meu corpo por mim é na boa. - Revirei os olhos e desencostei-me da secretária. - Se eu for raptada mesmo isso pouco te importa. - Atirei com algum rancor e num jeito de provocação.

Olhei para ele com um sorriso matreiro e desapertei o meu casaco antes de me virar totalmente para ele. - Não me digas. - Brinquei enquanto andava até ele num passo calmo mas firme.

Tirei o meu casaco ficando apenas de soutien e mandei-lho para os pés. - Pode ser que te faça mais falta a ti. - Rosnei e agarrei na minha mala pronta para sair.

- E achas que eu consigo? - Gritei-lhe olhando-o nos olhos. - Raptam-me, fodem-me, matam-me, abrem-me ao meio e dão-te os meus rins para fazeres tráfico. - Soltei-me dele. - És tão otário por vezes que chega a doer. - Rosnei.

Engoli em seco olhando-o meio assustada por me estar a gritar e afastei-me. - Eu vou... - Murmurei e agarrei no meu casaco, vestindo-o. - Arma. - Pedi estendendo a mão.

- E sei mexer com esta merda toda. - Revirei os olhos e guardei tudo na minha roupa. - Adeuzinho. - Disse saindo dali de seguida.

Entrei de novo no seu escritório e olhei-o. - Está nas mãos dos Crips. - Disse num tom ofegante enquanto me aproximava dele com cuidado.

- Tom não vás fazer nada, por favor. - Pedi agarrando-o. - Tu não podes, abrir uma guerra assim, manda lá alguém. - Pedi olhando-o nos olhos. Na verdade o medo de ele morrer era muito.

- Oky então eu vou contigo. - Disse mantendo-me bem junta dele. Não o ia deixar ir sozinho muito menos para o ghetto.

Olhei para Tom que estava atarefado entre telefonemas e apontamentos e sentei-me em cima da sua secretária, no lado onde ele permanecia. Olhei-o com atenção e esperei que ele me pudesse dar também alguma. Precisava mesmo dos mimos dele...

- Ela está um pouco...revoltada e com umas ideias meio estranhas mas está melhor. - Disse olhando de seguida o meu ombro ferido. - E sim já tratei do meu ombro... - Constatei.